São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A agenda esvaziada desta terça-feira deixa a reunião entre Estados Unidos e Rússia em
evidência. Representantes dos dois países se reuniram em Riad, na Arábia Saudita, para discutir o fim da guerra na Ucrânia. Esse foi o encontro de mais alto nível entre os dois países desde o início do conflito. A reunião ocorre após um telefonema entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, levantando expectativas sobre um possível acordo. No entanto, a Ucrânia não foi convidada para as negociações e rejeita qualquer acordo sem sua participação. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que não aceitará decisões tomadas sem o consentimento do país.
O encontro gerou preocupações na Europa, onde líderes temem que EUA e Rússia avancem nas negociações sem considerar os interesses do continente. Após serem surpreendidos pela iniciativa de Trump, governos europeus realizaram uma reunião de emergência em Paris para definir uma estratégia unificada. Eles reafirmaram apoio à Ucrânia e discutiram formas de garantir a segurança europeia, incluindo um aumento nos investimentos em defesa. O Reino Unido defendeu um envolvimento direto da Europa na estabilização do país.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, sugeriu o envio de tropas para manter a estabilidade na Ucrânia, mas ressaltou a necessidade de um respaldo dos EUA. Enquanto isso, Keith Kellogg, enviado de Trump para assuntos ucranianos, visitará Kiev para avaliar a situação. A decisão dos EUA de iniciar negociações diretas com a Rússia pressiona os aliados ocidentais a reforçarem sua posição e a buscarem maior autonomia na defesa europeia.
Na seara econômica, os investidores ficam em compasso de espera para a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), na quarta-feira (19). Na ocasião, o Fed manteve as taxas de juros inalteradas na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano, em decisão unânime, na reunião realizada em 29 de janeiro. Em dezembro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) havia reduzido a taxa de referência em 0,25 ponto percentual (p.p.).
Hoje, o governador do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Christopher Waller, afirmou que o banco central deve cortar as taxas de juros ainda mais se a inflação avançar em direção à meta – mesmo que as políticas da administração Trump estejam aumentando a incerteza econômica. Ele disse que o Fed tomou a decisão certa ao manter as taxas estáveis em janeiro, diante dos recentes aumentos persistentes de preços. No entanto, acrescentou que ainda acredita que a postura política do Fed está freando a economia e que mais cortes serão a medida correta se o aumento da inflação passar.
As declarações de Waller contrastaram com um discurso na segunda-feira da governadora do Fed, Michelle Bowman, que reafirmou sua visão cautelosa sobre novos cortes de juros diante da inflação persistente. Bowman, que em setembro votou contra o corte de meio ponto percentual nas taxas do Fed, disse em seu discurso que a paciência dará ao Fed uma compreensão mais sólida do cenário político
Por aqui, ontem foi divulgado o Indice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que recuou 0,73% em dezembro em relação a novembro, indo a 152,33 pontos. Nos dados sem ajuste sazonal, o IBC-Br atingiu 148,52 pontos, ganho de 2,36% na comparação com o mesmo mês de 2024. O resultado surpreendeu negativamente, e veio abaixo da projeção do mercado.
Para Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, a redução do desemprego, o aumento expressivo da renda e o mercado de crédito aquecido contribuíram para o desempenho excepcional do IBC-Br no ano passado, o que já estava precificado pelos analistas. “Nesse sentido, ao invés de olhar para a passado, talvez seja mais interessante especular sobre o que o resultado de dezembro do IBC-Br indica para o futuro”, ponderou Leal.
O economista-chefe da G5 Partners ressaltou que, após um desempenho muito positivo da atividade ao longo de 2024, é natural ocorrer um processo de acomodação; porém, a questão é se essa acomodação esperada vai se transformar em uma desaceleração mais acentuada. “Em um contexto de condições financeiras nacionais e globais apertadas, redução do impulso fiscal e aumento das incertezas (seja no cenário político interno ou externo), não é desprezível a chance de a economia brasileira desacelerar mais do que o esperado no momento”, concluiu Leal.
Em Brasília, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, recebe hoje os líderes partidários para definir a pauta de votações do Plenário e discutir a instalação das comissões permanentes. A expectativa é de que as 16 comissões da Casa sejam instaladas amanhã (19). Na ocasião, os colegiados permanentes devem eleger seus presidentes e vice-presidentes. Ainda na quarta-feira, o Plenário deve ter sessão deliberativa presencial.
A temporada de balanços do quarto trimestre de 2024 continua hoje, com números do Carrefour Brasil, Iguatemi e Pão de Açúcar. Ao longo da semana, também serão divulgados os resultados do Assaí, Banco do Brasil, Gerdau, Metalúrgica Gerdau, Vale, B3, Engie Brasil, Lojas Renner e Rumo.
No setor corporativo, a Eneva informou que o segundo trem de liquefação da instalação de
acondicionamento de gás natural liquefeito (GNL) iniciou sua operação comercial, tendo atingido a capacidade nominal da planta. O segundo trem da planta de liquefação tem capacidade de liquefação de 300.000 m3/dia de gás natural e, com sua entrada em operação, eleva a capacidade agregada de liquefação da companhia para 600.000m3/dia.
A Neoenergia divulgou o balanço do quarto trimestre de 2024, com lucro líquido de R$ 852 milhões, queda de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2024, o lucro líquido foi de R$ 3,6 bilhões, queda de 19% em comparação a 2023. O Ebitda ajustado foi de R$ 2,8 bilhões, queda de 6% em relação ao 4T23, e R$ 10,6 bilhões em 2024, em linha com 2023, refletindo os reajustes tarifários negativos na parcela B das distribuidoras e pelo fim do contrato de Termope.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, preside hoje, às 9h, a primeira reunião
extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de 2025, no Ministério de
Minas e Energia (MME). O CNPE é o principal órgão estratégico de assessoramento do Presidente da República para formulação de políticas e diretrizes energéticas do país.
A BB Seguridade apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 2,17 bilhões, uma alta de 5,8% em relação ao mesmo período do ano passado, descontando os efeitos extraordinários. A companhia atribuiu o resultado aos bons desempenhos de Brasilseg e BB Corretora, limitados por contração da Brasilprev. Em 2024, o lucro líquido foi de R$ 8,7 bilhões em 2024, número que representa um aumento de 9,5% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já o lucro gerencial ajustado da empresa, apurado de acordo com o padrão contábil adotado pela Susep, que não considera as normas do CPC50 [IFRS 17], alcançou R$8,2 bilhões, uma alta de 5,7%.
A definição sobre o aumento da participação da União no conselho da Eletrobras é um
catalisador para as ações da empresa, na avaliação da Ativa Investimentos, em comentário que repercute notícias que apontam que o presidente Luís Inácio Lula da Silva terá Lula terá reunião com cinco ministros para tratar do assunto e indicam a possibilidade de haver um acordo até o final desta semana.