RADAR DO DIA: Fed e Copom decidem juros; pautas econômicas no Congresso; IPCA

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em instabilidade. A semana será marcada pela definição de vários bancos centrais sobre a taxa de juros. Os mais esperados são nos Estados Unidos e no Brasil, ambos na quarta-feira (13). Além disso, amanhã, também sai o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
de novembro por aqui.

O mercado acredita que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve manter mais uma vez os juros, e aposta que um possível ciclo de redução da taxa pode começar no início do segundo trimestre de 2024. Na última sexta-feira (8), o relatório de
emprego payroll veio acima do esperado, com a criação de 199 mil vagas de trabalho em novembro, acima das previsões de 190 mil, e a taxa de desemprego fechando em 3,7%, abaixo da previsão de 3,9% do mercado.

Além de Brasil e EUA, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) também batem o martelo sobre os juros nesta semana. A expectativa é que o BCE mantenha a taxa, e o BoE aumento novamente os juros na terra do Rei Charles III.

Por aqui, analistas acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve fazer um novo corte de 0,5 ponto percentual – para 11,75% ao ano, na taxa Selic. A grande dúvida agora é quando esse movimento terminará e qual será o piso dos juros no atual ciclo de
afrouxamento monetário.

Durante o fim de semana, em um congresso do Partido dos Trabalhadores, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divergiu da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, sobre a condução da política para as contas públicas. Haddad mantém a posição de zerar o rombo das contas do governo em 2024. Já Gleisi vê a necessidade de mais investimentos do Governo Federal diante dos juros elevados e da queda de investimento privado.

Em Brasília, uma ala do Congresso sugeriu ao governo federal aceitar derrubada do veto presidencial ao projeto de lei que estende a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia até 2027. Em troca, prometem apoiar um Projeto de Lei sobre o tema para tramitar no próximo ano. Segundo parlamentares ouvidos pela CNN, já não há mais tempo hábil para que a proposta seja enviada e analisada ainda em 2023.

Sobre a pauta econômica no Congresso, o governo vai usar as duas próximas semanas para conversar com os congressistas e tentar destravar projetos fundamentais para conseguir alcançar o cumprimento de zerar o déficit em 2024, entre eles, o projeto de lei das apostas esportivas, que teve sua votação no plenário do Senado adiada para esta semana. A medida provisória das subvenções, após uma rodada de conversas entre equipe econômica e líderes, deve ter sua votação na comissão mista também nesta semana.

Sobre a reforma tributária, O relator na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que o presidente Arthur Lira já sinalizou para a votação da reforma tributária (PEC 45/19) na semana que vem no Plenário. Ele explicou que serão feitas sugestões de supressão de alguns dispositivos aprovados no Senado, mas que tudo será conversado com o presidente daquela Casa, senador Rodrigo Pacheco.

O Congresso Nacional agendou sessão para a quinta-feira (14), com 39 vetos e 20 projetos na pauta de votações. Os destaques ficam para os projetos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2024 (PLN 4/2023) e do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027.

Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para este ano recuou de 4,54% para 4,51%. Para 2024, a previsão para a inflação avançou de 3,92% para 3,93%. Sobre a taxa Selic, a previsão para este ano continua em 11,75%, assim como para 2024, que se manteve em 9,25%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2023 cresceu de 2,84% para 2,92%. Para 2024, o PIB passou de 1,50% para 1,51%.

No setor corporativo, o Grupo Pão de Açúcar informou ontem (10) que iniciou trabalhos para a realização de uma potencial oferta pública de distribuição primária de ações de emissão própria, no valor de R$ 1 bilhão. Segundo o comunicado, a oferta faz parte do plano de otimização da estrutura de capital da companhia, que compreendeu a venda de ativos não core, incluindo a venda da participação de 34% na Cnova N.V., e o processo de venda da participação de 13,3% no Almacenes Éxito S.A., cuja conclusão é esperada para janeiro de 2024.

A Defesa Civil de Maceió informou que a mina n18, que era operada pela mineradora Braskem, se rompeu neste domingo (10). Segundo o órgão, o rompimento ocorreu por volta das 13h15, na Lagoa Mundaú, localizada no bairro do Mutange. Técnicos do órgão foram ao local em busca de novas informações. Toda a região está desocupada e não há risco para a população, segundo a Defesa Civil.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) copresidirá pelos próximos dois anos, ao lado do Banco Europeu de Investimentos (BEI), o D20 Long-Term Investors Club (D20-LTIC), grupo que reúne os 20 maiores investidores e instituições financeiras de longo prazo do mundo. É a primeira vez que o Banco ocupa essa posição no grupo. O convite para a liderança do D20-LTIC acontece em paralelo à presidência do Brasil no G20, que reúne as 20 principais economias do mundo, a União Europeia e, a partir deste ano, também a União Africana. A formalização aconteceu em evento paralelo à COP-28, em Dubai, quando o presidente do BNDES foi eleito por unanimidade.

A OceanPact, empresa brasileira que desenvolve e implanta soluções nas áreas de meio ambiente, serviços submarinos e apoio logístico e engenharia, venceu um processo licitatório e assinou contrato de aproximadamente R$ 485 milhões com a Petrobras para realizar as inspeções de ancoragem de FPSOs e plataformas semi-submersíveis da companhia até 2026. A OceanPact afirma que venceu uma concorrência e que o contrato prevê a inspeção dos sistemas de ancoragem de plataformas, totalizando cerca de 1.500 quilômetros de linhas de amarração e 600 elos, requisitos regulatórios exigidos pelas sociedades classificadoras e servem como um dos mecanismos de controle de segurança operacional das plataformas.