São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. A semana termina com os investidores convictos de que um ciclo de queda nos juros nos Estados Unidos deve durar pelo menos até o fim do primeiro semestre de 2025. Na última quarta-feira, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) reduziu em 0,50 ponto percentual os juros, e deixou aberta a porta para novos cortes.
As novas projeções do Fed indicam que o crescimento econômico deve se manter em 2%, com o desemprego subindo para 4,4% até o final do ano. O Fed também prevê mais cortes de juros, totalizando 0,50 pp adicionais este ano, com mais 10 pp em 2025 e 0,50 em 2026, levando a taxa para o intervalo de 2,75% a 3%
Após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que as previsões do banco central para o caminho dos cortes nas taxas de juros não implicam uma pressa urgente para acompanhar os sinais dados pela economia norte-americana. Ele acrescentou que os dados irão direcionar as escolhas da política monetária e os cortes nas taxas ocorrerão mais rápidos ou mais lentos conforme necessário.
Powell disse que o mercado de trabalho dos Estados Unidos está atualmente “bem próximo” do pleno emprego, mas reiterou que o banco central está atento aos sinais de que o crescimento do emprego esfriou – ainda que o considere numa boa condição. Para o presidente do Fed, o objetivo do banco central agora é manter a inflação estável enquanto assegura que as taxas de desemprego não aumentem.
Na Ásia, o Banco do Japão (BoJ) manteve sua taxa de juros em 0,25% na decisão (que foi unânime) de sua política monetária, divulgada hoje de madrugada. Durante a coletiva de imprensa, o governador Kazuo Ueda reiterou que o BoJ continuará ajustando o grau de flexibilização monetária se a perspectiva de estabilidade de preços for alcançada e a economia melhorar conforme previsto pelo BoJ. Com isso, ele deixou claro que há possibilidade de novos aumentos nas taxas de juros no futuro. O Banco do Povo da China (PBoC, o banco central do país) decidiu manter duas de suas principais taxas de juros na reunião de ontem (19). A LPR de um ano continua em 3,35%, e a de mais de cinco anos, em 3,85%.
Por aqui, a decisão unânime de elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75%, agradou os analistas, mostrando que o Banco Central segue firme no objetivo de trazer a inflação para a meta. Após o anúncio da alta dos juros, o Copom afirmou que o ritmo de ajustes futuros na taxa e a magnitude total do ciclo ora iniciado “serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.
Analistas da Capital Economics lembraram que a inflação geral brasileira desacelerou para 4,2% ano a ano em agosto, mas ainda está acima da meta de 3%, e houve outro aumento na inflação subjacente dos serviços. Enquanto isso, o PIB expandiu 1,4% no segundo
trimestre, e o mercado de trabalho continuou aquecido. O déficit orçamentário tem se ampliado, o que dificilmente ajudou a aliviar as preocupações sobre as finanças públicas.
“Tudo isso foi refletido na declaração acompanhando a decisão, com os oficiais afirmando que “o conjunto de indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem mostrado maior dinamismo do que o esperado”. O Copom considera que agora há um hiato positivo de produção e que existe uma “assimetria ascendente no seu balanço de riscos” em relação à inflação”, comentou a Capital.
Por fim, a análise ressaltou que e difícil argumentar a favor de grandes aumentos nas taxas a partir daqui, dado quão restritivas já são as configurações da política. Parece que muito
dependerá dos desenvolvimentos do mercado de trabalho e de como esses afetarão a perspectiva inflacionária. No cenário atual, a Selic deve ter uma nova alta de 0,25 pp na próxima reunião do Copom, chegando a 12% até o início de 2025, e um novo ciclo de queda dos juros deve acontecer apenas no final do ano que vem.
Ontem, O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou, em reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizada ontem (19), as primeiras medidas do Plano de Contingência para Atendimento do Sistema Elétrico, recomendando a importância da adoção do horário de verão nos estados das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, como medida para redução dos custos, garantia de suprimento e aumento da confiabilidade do Sistema Interligado Nacional no horário de demanda máxima (ponta) noturna, em prazo compatível com sua implementação. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o governo decidirá se
voltará a implementar horário de verão em até 10 dias. A previsão de economia pode chegar a R$ 400 milhões ou 2,5 gigawatts.
A Receita Federal divulgou ontem os números da arrecadação referente a agosto, que foi de R$ 201,6 bilhões, registrando acréscimo real (IPCA) de 11,95% em relação a agosto de 2023. No período acumulado de janeiro a agosto de 2024, a arrecadação alcançou o valor de R$ 1,731 trilhão, representando um acréscimo pelo IPCA de 9,47%.
No setor corporativo, a Petrobras informou que realizará hoje o pagamento da segunda parcela dos proventos referentes ao balanço de 31 de março de 2024.O valor bruto a ser distribuído hoje corresponde a R$ 0,52162113 por ação ordinária e preferencial, sendo R$ 0,44806667 sob a forma de dividendos e R$ 0,07355446 sob a forma de juros sobre capital próprio.
A Vale informou que concluiu a descaracterização do Dique 1B do Sistema Conceição, localizado em Itabira (MG). Esta é a 15 estrutura a montante eliminada pela Vale, que completa, portanto, 50% do Programa de Descaracterização de Barragens a Montante1. As obras de descaracterização foram finalizadas antes do prazo previsto inicialmente, em dezembro de 2024. A partir de agora, a descaracterização passará pelo processo de avaliação e validação dos órgãos competentes, conforme legislação aplicável. As ações previstas no plano de recuperação ambiental da área estão em andamento.
A Multiplan informou que a acionista 1700480 Ontario Inc. (OTPP) comunicou a intenção de alienar a totalidade das ações de emissão da companhia de sua titularidade, correspondentes a 111.260.914 ações, iniciando-se, assim, o prazo de 90 dias para que a Multiplan Participações S.A. (MPAR) exercesse seu Direito de Primeira Oportunidade. Nesse contexto, a companhia, a MPAR e a OTPP celebraram contrato de compra e venda de ações (SPA), o qual assegura à MPAR o direito de adquirir 21.211.387 ações ofertadas, e à companhia o direito de adquirir 90.049.527 ações ofertadas.
A Transmissora Aliança de Energia Elétrica (Taesa) concluiu a captação de recursos de longo prazo da companhia através de emissão de debêntures simples, em série única, no valor total de R$ 400 milhões, para distribuição pública, sob o rito de registro automático.
A Klabin informou que a agência de classificação de riscos S&P reafirmou o rating da companhia em BB+ na escala global e em brAAA na escala nacional, assim como manteve a perspectiva estável.
O conselho de administração do Bradesco, acatando recomendação do Comitê de Nomeação e Sucessão da Organização, nomeou o seu Diretor Vice-Presidente, Rogério Pedro Câmara, ao cargo de membro do Conselho de Administração, o qual deixa de exercer aquele cargo, em substituição ao conselheiro Milton Matsumoto, que deixou a companhia após 67 anos. O órgão também aprovou proposta da diretoria para pagamento de juros sobre o capital próprio intermediários, no valor total de R$ 2 bilhões, sendo R$0,179570675 por ação ordinária e R$0,197527743 por ação preferencial.
O conselho de administração da Lojas Renner, em reunião realizada nesta data, declarou a
distribuição e aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) pela companhia,
relativo ao resultado do terceiro trimestre de 2024 (3T24), no valor bruto de R$ 161.354.828,58, correspondentes a R$ 0,168760 por ação.
O conselho de administração da Engie Brasil deliberou nesta data, por unanimidade, a nomeação de Paulo Henrique Muller para o cargo de diretor de Implantação da companhia, com efeito a partir de 1º de outubro de 2024, em substituição a Márcio Daian Neves, que, na mesma data, assumirá a posição global de Chief Project Officer Renewables na Engie em Paris.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu prazo de 24 horas para a rede social X comprovar a legalidade da nova representação constituída no Brasil.
