RADAR DO DIA: Ibovespa bate recorde; Fed mantém juros; Plano Plurianual no Congresso

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou ontem (14) em alta de 1,06%, aos 130.842,09 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em fevereiro avançou 0,49%, aos 132.865 pontos. O giro financeiro foi de R$ 34,2 bilhões.

O resultado superou o recorde registrado em 7 de junho de 2021, quando o Ibovespa chegou a 131.190 pontos e encerrou o dia cotado a 130.776 pontos. O índice acumula alta de 19,23% em 2023. A projeção para 2024 é que o Ibovespa pode chegar a 140 mil pontos.

A euforia de ontem é reflexo do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), nos Estados Unidos, após a confirmação da manutenção dos juros pelo terceiro mês seguido. Analistas entenderam que as falas de Powell apontam que o ciclo de alta terminou e que no próximo ano deve iniciar corte nos juros.

Analistas da Capital Economics afirmaram que o Fed deve começar a cortar os juros a partir de março de 2024, após indicar pelo menos três cortes no próximo ano. “O primeiro corte de juros provavelmente virá na reunião de março do próximo ano. Esperamos então que o Fed corte 0,25 ponto percentual (pp) em todas as reuniões a partir de março, para um declínio acumulado de 1,75 pp em 2024”, explicou a Capital Economics.

Ontem, o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa de depósitos, a mais importante para a política monetária, em 4%, o nível mais alto registado desde o lançamento da moeda única em 1999, enquanto a principal taxa de juros de refinanciamento ficou em 4,5% e a taxa aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez permaneceu em 4,75%.

Para a presidente do BCE, Christine Lagarde, a queda na inflação da zona do euro nos últimos meses “foi generalizada”. Entretanto, “em dezembro é provável que a inflação aumente” e que os preços diminuam mais lentamente em 2024 por uma questão da base ser também mais reduzida. Lagarde afirmou que o BCE está determinado a assegurar que a inflação regresse de forma sustentável ao objetivo de médio prazo de 2%.

A previsão do BCE é para uma taxa de inflação de 2% no terceiro trimestre de 2025. Além do BCE, ontem, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) e o Banco da Suíça (SNB) também confirmaram a manutenção dos juros. Já o banco central da Noruega, o Norges, elevou a taxa em 0,25 ponto percentual.

Por aqui, após o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmar mais um corte de 0,50 ponto percentual nos juros, levando a Selic a 11,75%, analistas acham difícil que o Banco Central mude o ritmo dos cortes para 0,75 ponto percentual. O mercado acredita que a Selic deve fechar 2024 em 9% ao ano ao término do ciclo de relaxamento monetário que deve se manter no ano que vem.

Para o estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, uma eventual decisão pela alteração da meta fiscal no próximo ano tiraria a força do arcabouço, ao evitar que os gatilhos fossem acionados. Isso provavelmente acarretaria uma depreciação do câmbio (devido à elevação do prêmio de risco), uma desancoragem adicional das expectativas de
inflação e uma elevação da taxa neutra de juros”, explicou Goldenstein.

Em Brasília, o Congresso Nacional aprovou ontem (14) oito projetos de lei orçamentários. O destaque fica para o projeto do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027 (PLN 28/2023), com R$ 13,3 trilhões para políticas públicas nos próximos quatro anos. Outros sete projetos
abrem no total R$ 634,8 milhões em créditos adicionais no Orçamento federal deste ano.

O Congresso também derrubou o veto integral do presidente Lula ao projeto de lei (PL 334/2023) que prorroga, por mais quatro anos, a chamada desoneração da folha salarial. Trata-se de uma espécie de incentivo fiscal destinado a 17 grandes setores da economia ao qual o governo se opôs integralmente. O texto foi aprovado pelo Senado em outubro e segue novamente para sanção. Implantada em 2012, a medida vem sendo prorrogada, atendendo a uma demanda dos setores que mais empregam no país. A desoneração atual tem validade até 31 de dezembro de 2023.

No setor corporativo, hoje, às 10h, na sede da B3, em São Paulo, será realizado o último leilão de transmissão de energia do ano e um dos maiores da década. O certame inclui três lotes que, juntos, somam investimentos de R$ 21,7 bilhões, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). State Grid e Eletrobras são apontadas como favoritas na disputa pelo lote 1, Alupar e Cymi pelos lotes 2 e 3, enquanto ISA Cteep, Taesa, Cemig, Neoenergia, Sterlite, Engie devem ficar de fora.

A Copel informou ontem (14) que, em conjunto com sua subsidiária integral Copel Geração e Transmissão, após desistência do Acordo de Venda Conjunta com a Petrobras, assinou Contrato de Compra e Venda de Ações (CCVA) de sua participação societária total de 81,2% na UEG Araucária (UEGA) com a Âmbar Energia.”A assinatura do CCVA deriva da aceitação da proposta vinculante recebida pela companhia no valor total (Enterprise Value) de R$ 395 milhões, na data-base de 30 de setembro de 2023, sendo o Equity Value de R$ 358 milhões, considerando uma dívida liquida de R$ 37 milhões na mesma data base. Dessa forma, o valor da transação equivalente à participação da Copel no ativo é de R$ 320,7 milhões”, explicou o comunicado.

A Magazine Luiza recebeu a renúncia de Emília Telma Nery Rodrigues Geron ao cargo de membro efetivo do Conselho de Administração da Companhia, para o qual foi eleita em Assembleia Geral Ordinária da Companhia realizada em 26 de abril de 2023. Em razão da renúncia da conselheira, o conselho de Administração aprovou nesta data a nomeação de Floriano Peixoto Vieira Neto para o cargo de membro independente do Conselho de Administração, com mandato até a primeira Assembleia Geral a se realizar.

Um dia após a audiência de conciliação frustrada com a Braskem, o Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU) e o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) apresentaram petição ao Juízo da 3a Vara Federal em Alagoas para que sejam bloqueadas verbas da Braskem, no montante de R$ 1 bilhão, a fim de garantir o cumprimento efetivo da decisão liminar. Em caso de persistência da Braskem quanto ao descumprimento da ordem judicial, o reconhecimento da litigância de má-fé e configuração de ato atentatório à justiça, bem como o encaminhamento dos autos ao MPF, para adoção de providências quanto ao crime de desobediência.