RADAR DO DIA: Inflação nos EUA; IBC-Br no Brasil; Focus eleva IPCA para 2025 e 2026

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Imagem: FreePik

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. A semana será marcada pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) e Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, referente a dezembro do ano passado. Em novembro, o CPI subiu 0,3%, a maior alta desde abril, após avançar 0,2% por quatro meses consecutivos. Nos 12 meses até novembro, o índice subiu 2,7%, de 2,6% em outubro.

Na última sexta-feira (10), o relatório de emprego (payroll) mostrou que o mercado de trabalho nos EUA continua aquecido. O país criou 255 mil vaga em dezembro, ante previsão de 153 mil. “O aumento maior do que o esperado de vagas em dezembro e a queda na taxa de desemprego para 4,1% reforçam a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de reduzir o ritmo dos cortes de juros e aumentam a especulação de que o ciclo de afrouxamento já acabou, o que coloca uma pressão adicional sobre os rendimentos dos títulos do Tesouro”, afirmou Thomas Ryan, economista
para a América do Norte da Capital Economics.

Após a divulgação do payroll, a ferramenta CME FedWatch, que monitora a probabilidade de ajustes nas taxas de juros pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), apontou que 97,33% dos entrevistados acreditam que o Fed manterá os juros na reunião dos dias 28 e 29 de janeiro. Já a previsão de um corte de 0,25 ponto percentual, recuou de 6,41% para 2,67%.

Para o presidente do Fed St. Louis, Alberto Musalem, a decisão de reduzir as taxas de juros em dezembro foi difícil, dado que as perspectivas econômicas mudaram desde que o banco central começou a cortar as taxas quatro meses atrás. Ele ressaltou ainda que continua alinhado com a projeção mediana de dois cortes para 2025, mas enfatizou a complexidade de definir a taxa de juros “neutra”. Ele explicou que, embora a inflação tenha diminuído, a preocupação com condições mais fracas no mercado de trabalho levou o Fed a cortar as taxas em três reuniões consecutivas. No entanto, as taxas devem permanecer estáveis na próxima reunião.

Hoje foram divulgados os números da balança comercial da China em dezembro, que apontou superávit comercial de US$ 104,84 bilhões. Em novembro, o superávit foi menor, de US$ 97,44 bilhões. A previsão era de superávit de US$ 99,8 bilhões. Em dezembro, as exportações da China subiram 10,7% no ano (ante previsão de alta de 7,4%), enquanto as importações avançaram 1% (ante previsão de queda de 1,2%). No ano todo de 2024, o superávit da balança comercial chinesa foi de US$ 992,2 bilhões, as exportações somaram US$ 3,58 trilhões e as importações somaram US$ 2,59 trilhões.

Por aqui, a expectativa é para a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), referente a novembro. O indicador é conhecido com o uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). Em outubro, o IBC-Br registrou alta de 0,1% na comparação com o mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 7,3%, enquanto no acumulado em 12 meses o índice chegou a 3,4%. No terceiro trimestre, o PIB brasileiro desacelerou e expandiu 0,9%.

Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a previsão para 2025 avançou de 4,96% para 4,99%. Para 2026, as instituições financeiras elevaram de 4,03% para 4,06% a previsão para a inflação medida pelo IPCA. A meta para a inflação no período é de 3%.

Sobre a taxa Selic, a previsão para 2025 segue 15%. Para 2026, a expectativa para a Selic segue em 12%. Atualmente, a Selic está em 12,25%, o que significa que o mercado espera um incremento de 2,75 pontos porcentuais (pp) até o final do ano. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão ficou estável em 2,02% em 2025. Em 2026, a expectativa para o PIB também ficou estável em 1,80%. Para o dólar, a previsão para 2024 ficou R$ 6. Já para 2026, a previsão passou de R$ 5,90 para R$ 6.

Para a corretora XP, a inflação (IPCA) deve fechar 2025 em 6,1%, refletindo a demanda interna aquecida no curto prazo e a taxa de câmbio mais depreciada. “Diante de juros mais altos, mantivemos nossa projeção para o IPCA de 2026 em 4,5%”. Segundo a XP, o desafio da política monetária aumenta à medida que as expectativas de inflação de curto e médio prazos continuam se afastando da meta. “Projetamos agora a taxa Selic em 15,50% ao final do ciclo de alta (antes: 15%), e postergamos o início do ciclo de cortes para 2026”. A expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) é uma alta de 3,6% em 2024, 2% em 2025 e 1% em 2026. Já a taxa de câmbio para 2025 deve fechar em R$ 6,20. Para o ano que vem, a previsão é de R$ 6,40, em resposta ao diferencial de inflação e algum prêmio adicional pela incerteza eleitoral.

No setor corporativo, a Gol, em atenção ao ofício enviado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que solicitou à companhia esclarecimentos acerca de notícia veiculada na página do jornal Valor Econômico intitulada “Azul e Abra estão perto de assinar memorando para negociar a Gol”, informa que, conforme já informado em 28 de maio, 9 de julho e 15 de outubro de 2024, o Grupo Abra informou à companhia que está em discussões com a Azul para explorar potenciais oportunidades relacionadas à companhia, e que não tem conhecimento de qualquer fato ou ato relevante relacionado à notícia que já não tivesse sido divulgado ao mercado previamente à presente divulgação.

A Cemig disse que recorrerá da decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) que anulou o edital do leilão realizado em agosto de 2023 pela Cemig Geração e Transmissão e pela subsidiária Horizontes Energia, para a venda de 15 usinas hidrelétricas.

O conselho de administração do banco Santander Brasil aprovou a proposta da diretoria executiva de distribuição de juros sobre o capital próprio (JCP) no montante bruto de R$ 1,5 bilhão (valor líquido de R$ 1,275 bilhão). O pagamento será feito a partir do dia 12 de fevereiro e imputado integralmente aos dividendos obrigatórios a serem distribuídos pela companhia referentes ao exercício de 2025, sem nenhuma remuneração a título de atualização monetária.