RADAR DO DIA: Inflação nos EUA; IPCA no Brasil; inflação na China

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A semana será marcada pela divulgação de dados sobre a inflação nos Estados Unidos e no
Brasil. Por lá, saem os números do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), na quarta-feira (11), e o índice de preço ao produtor (PPI, na sigla em inglês), na quinta-feira (12), e por aqui saem os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de agosto, amanhã (10). Na sexta-feira (13), Banco Central do Brasil divulga o Índice de atividade econômica (IBC-Br), referente a julho. O IBC-Br é considerado uma prévia do PIB.

Nos Estados Unidos, após uma semana toda com dados sobre o mercado de trabalho, analistas precificam a queda nos juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que acontecerá na semana que vem (18 de setembro). A questão é saber o tamanho do corte e se o Fed promoverá redução dos juros também nas reuniões de outubro e dezembro.

A ferramenta CME FedWatch, que rastreia a probabilidade de ajustes nas taxas de juros pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), indicou na semana passada um aumento na possibilidade de cortes nos juros em 0,50 ponto percentual (pp) na reunião de setembro, passando de 40% para 59%. Por outro lado, a possibilidade de cortes em 0,25 pp caiu sensivelmente, de 60% para 41%.

“No geral, ainda está consistente com uma economia que está passando por um pouso suave, em vez de entrar em recessão. É verdade que o ganho no payroll de agosto ainda pode ser revisado para baixo, mas o aumento no emprego domiciliar sugere que isso não é necessariamente certo. Suspeitamos que o Fed começará com um corte de 0,25 pp, embora reconheçamos que é uma decisão difícil”, afirmou Paul Ashworth, economista chefe da América do Norte da Capital Economics.

Na manhã de hoje foram divulgados números sobre a economia chinesa, que trouxe o índice de preços ao consumidor avançando 0,4% em agosto, na comparação mensal. Em julho, o índice havia subido 0,5%. Em base anual, o índice de preços ao consumidor subiu 0,6%. A previsão do mercado era de alta de 0,5% em base mensal e de 0,7% em base anual. Já o índice de preços ao produtor da China recuou 1,8% em agosto em base anual. Em base mensal, o índice caiu 0,7%. A previsão era de queda de 1,4% em base anual. Em base anual, o preço dos meios de produção caiu 2%, o das matérias-primas caiu 0,8%, o do setor de mineração aumentou 0,9%, e o da indústria de transformação caiu 2,7%.

Por aqui, após a surpresa de uma alta de 1,4% no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, analistas acreditam que o país pode fechar 2024 com um crescimento de 3%. Mas o controle da inflação continua sendo peça fundamental para o equilíbrio das contas públicas e a retomada do crescimento e dos investimentos no país. para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, O destaque do PIB foi a indústria, mas não é um movimento exclusivo do Brasil, boa parte do mundo está com a indústria indo bem. Já o agronegócio não foi tão bem, movimento parecido com 2023.

“O ponto fraco dos dados do IBGE são os de investimentos. Por mais que tenham tido aumento de 16,4% para 16,8%, são muito mais baixos na média com emergentes. Entendo que esses dados reforçam que a atividade brasileira vem se beneficiado de algumas reformas que foram feitas nos últimos anos, da mesma forma que agências de classificação de risco vêm favorecendo o Brasil, isso aparece nos dados de emprego, atividade. Um dos fatores que favoreceu foi a bandeira de energia. Energia mais barata impulsionou a indústria e outros setores, talvez seja revertido no segundo semestre”, explicou Cruz.

O Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,19% em agosto na comparação com julho, recuando 0,11 ponto percentual com relação ao número apurado no período anterior (+0,30%). Em agosto de 2023, o IPCA-15 foi de +0,28%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, até agosto, a alta foi de 4,35%, acima do número anterior, de 4,06%.

Para economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, IPCA-15 de agosto não trouxe surpresas e que estão mantidas as expectativas do mercado para a Selic, que deve ser elevada em 0,25 pontos percentuais na reunião de setembro, com mais duas altas previstas até o final do ano. A projeção para o IPCA fechado de agosto é de 0,16%, enquanto para 2024 a estimativa é de 4,20%, com possível viés de alta.

“O IPCA-15 de agosto registrou alta de 0,19%, em conformidade com as expectativas do mercado, apresentando uma desaceleração em relação aos 0,30% apurados em junho. No acumulado de 12 meses, o índice caiu de 4,45% para 4,35%, afastando-se do teto da meta estabelecida, o que trouxe um certo alívio”, destacou Leal. Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para 2024 passou de 4,26% para 4,30%. Para 2025, a previsão ficou estável em 3,92%. Sobre a taxa Selic, a previsão para 2024 passou de 10,50% para 11,25%. Para 2025, a expectativa para a Selic avançou de 10% para 10,25%.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2024 passou de 2,46% para 2,68%. Em 2025, a expectativa para o PIB passou de 1,85% para 1,90%. Para o dólar, a previsão para 2024 passou de R$ 5,33 para R$ 5,35. Já para 2025, a previsão ficou estável em R$ 5,30.

No setor corporativo, a produção consolidada da PetroReconcavo no mês de agosto foi de 25.688 boe/dia, redução de 4% na comparação mensal, em função de efeitos não-recorrentes de paradas para manutenção no midstream de terceiros e uma intervenção no poço GTE-03 que impactaram temporariamente a produção do período. Após a solução das ocorrências e estabilização da produção, ao final do mês, a produção retornou ao patamar do mês de julho.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a proposta de acordo de associação da SLC Agrícola (SLCE3) com a Agropecuária Rica, uma empresa do Grupo RZK, para criação de uma joint venture.

O boletim do Programa Mensal de Operação (PMO) para a semana operativa entre os dias 7 e 13 de setembro apresenta projeções abaixo de 50% da Média de Longo Termo (MLT) para a Energia Natural Afluente (ENA) em todos os subsistemas. O Sudeste/Centro-Oeste, região que concentra 70% dos reservatórios de maior interesse do Sistema Interligado Nacional (SIN), deve registrar, ao final do mês, 49% da MLT. Se confirmado, o indicador será o mais baixo para o mês em toda a série histórica de 94 anos. Para as demais regiões, os percentuais esperados são: 49% da MLT no Norte, também o menor do histórico para este submercado; 43% da MLT no Nordeste; e 36% da MLT no Sul.

A carga de energia do Sistema Interligado Nacional (SIN) verificada em julho de 2024 foi de 75.647 MWmed, registrando um crescimento de 7,5% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado dos últimos 12 meses, a expansão foi de 7,2%, em comparação com os 12 meses anteriores. Os resultados constam na versão mensal do documento elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Pelo menos 231,83 mil hectares de lavouras de cana-de-açúcar foram atingidos pelos recentes incêndios registrados no interior de São Paulo. O dado é fruto de levantamento parcial realizado pela UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia) junto às usinas do estado e refere-se aos incêndios ocorridos em agosto. As empresas com os números já contabilizados representam mais de 75% da produção paulista de cana-de-açúcar. De acordo com o levantamento, 132,04 mil hectares são de áreas que ainda seriam colhidas. O restante, ou seja, 99,79 mil hectares, é referente a locais em que a cana-de-açúcar já havia sido colhida ou a lavouras de cana-planta (plantadas nesse ano para colheita no próximo ciclo agrícola).

A Braskem informou que, no âmbito do evento geológico em Alagoas, sobre os danos causados pela empresa pela extração de sal-gema, tomou conhecimento pela mídia, na data de hoje, sobre a propositura de Ação Civil Pública pela Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE-AL) buscando, dentre outros pedidos, revisar as indenizações pagas a título de danos morais no contexto do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF), com pedido de anulação parcial dos acordos celebrados relacionados ao PCF e homologados em juízo. A DPE-AL atribui à causa o valor de R$ 5 bilhões.