RADAR DO DIA: Investidores de olho no coronavírus

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São Paulo – O último dia de negócios da semana será marcado por grande volatilidade, principalmente na parte negativa, em decorrência das preocupações de uma segunda onda do coronavírus nos Estados Unidos e alguns países no mundo, além da escalada de tensão entre a China e os norte-americanos.

Isso porque os Estados Unidos sancionaram autoridades chinesas devido a violações de direitos humanos contra a minoria muçulmana uigur. Em resposta, a China disse que iria adotar medidas recíprocas, aumentando as tensões entre os dois países.

Os casos diários do coronavírus nos Estados Unidos continuam aumentando. O país alcançou 3,1 milhões de casos confirmados da doença, sendo que mais 134 mil morreram. Entre os estados norte-americanos com o maior avanço diário de infecções estão Flórida, Texas, Califórnia e Arizona.

Outro tema importante vindo da América é que os Estados Unidos e a União Europeia (UE) estão avançando nas negociações sobre a retomada das viagens, disse o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.

Existe ainda a expectativa que o governo norte-americano possa anunciar algumas medidas contra a França pela cobrança de impostos sobre serviços digitais, embora Paris ainda esteja adiando a entrada em vigor da taxação das empresas de tecnologia dos Estados Unidos.

Além disso, as consequências econômicas da pandemia do novo coronavírus lançaram dúvidas sobre se a China pode atingir suas metas de compra de produtos norte-americanos no acordo comercial deste ano – com a energia emergindo como a maior vítima.

Na China, a People’s Insurance da China (PICC) e três empresas de tecnologia listadas no país disseram que seus principais acionistas estatais planejam reduzir as participações.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, não busca expulsar os produtores norte-americanos do mercado, pois fazem parte da indústria global, disse o secretário geral do cartel, Mohammed Barkindo

Na cena local, o destaque é o presidente Jair Bolsonaro que testou positivo para o coronavírus. Bolsonaro deve despachar por videoconferência até sexta-feira (10). Ontem, em sua live semanal, o presidente comemorou os 100 mil pontos da bolsa e indicadores que vieram melhor que o esperado.

Na relação entre os poderes, o veto da desoneração da folha de pagamento feito por Bolsonaro gerou reação imediata dos congressistas, entre eles do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Segundo ele, o tema será analisado e o Congresso tem o poder de derrubar.

Os desdobramentos relacionados a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro também pode mexer. Ontem, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu prisão domiciliar para ele e sua esposa que está foragida.

A principal dúvida neste caso é o fato de Queiroz ter sido encontrado num imóvel de Frederick Wassef, advogado próximo da família Bolsonaro que chegou a dizer em entrevistas à imprensa não saber onde estava o ex-assessor.

Em relação à pandemia causada pelo novo coronavírus, o número de mortes no mundo está em mais de 554 mil pessoas, de acordo com a contagem da universidade norte-americana Johns Hopkins, enquanto o número de casos no mundo já ultrapassou 12,2 milhões de infectados. O Brasil possui 1,7 milhão de casos confirmados, enquanto 69,2 mil pessoas morreram por causa da doença.

Ontem, o Ibovespa encerrou em queda de 0,61%, aos 99.160,33 pontos, em linha com a maioria das bolsas no exterior, que mostraram cautela em meio ao contínuo avanço de casos de coronavírus em estados norte-americanos.

Nesta manhã, os contratos futuros de ações dos Estados Unidos mostram uma abertura no campo negativo, assim como ontem, com os investidores de olho no avanço do coronavírus no país e no aumento da tensão com a China.

Na Europa, as principais bolsas operam no terreno negativo, digerindo o aumento de casos de coronavírus em alguns países, o que pode comprometer a tão esperada rápida recuperação econômica da região.

Na Ásia, os principais índices do mercado de ações fecharam em o último pregão da semana em alta, com o aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China, além de preocupações com o avanço de casos do novo coronavírus.

CORPORATIVO

O conselho de administração da CVC aprovou aumento de capital de no mínimo R$ 200 milhões e no máximo R$ 301,7 milhões, por meio da emissão de até 23,5 milhões de ações ordinárias, pelo preço de emissão de R$ 12,84 por ação.

A Petrobras informou que vendeu a totalidade de sua participação nos campos de Pescada, Arabaiana e Dentão localizados em águas rasas da Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte, para a OP Pescada Óleo e Gás por US$ 1,5 milhão.

O Itaú Unibanco disse que o Itaú Corpbanca divulgou um comunicado afirmando que fará ajustes ao valor recuperável de ágios e ativos intangíveis relativos à combinação de negócios e suas subsidiárias.

A Eletrobras ressaltou que não houve qualquer nova informação a respeito do processo de privatização da companhia, conforme o projeto de lei (PL) 5.877 encaminhado à Câmara dos Deputados em dezembro de 2019.

O conselho de administração da BR Malls aprovou a eleição de José Afonso Alves Castanheira e João Roberto Gonçalves Teixeira para os cargos de presidente e vice-presidente do colegiado, respectivamente.

A Petrobras afirmou que o fundo Mubadala apresentou a melhor proposta durante a fase vinculante para a compra da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), localizada na Bahia. Diante disso, a empresa iniciou a negociação dos contratos. A refinaria possui capacidade de 323 mil barris diários.

O conselho de administração da Via Varejo aprovou a nova composição do comitê de auditoria e dos comitês de assessoramento que ajuda nas decisões da diretoria.

O volume de energia distribuída pela Energias do Brasil (EDP), que soma EDP São Paulo e EDP Espírito Santo, alcançou 5.679 megawatts-hora (MWh) no segundo trimestre do ano, queda de 11,6%. Do total, a EDP São Paulo distribuiu 3.418 MWh, baixa de 12,1%, enquanto a unidade do Espírito Santo teve queda de 10,7% e somou 2.260 MWh.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) vendeu R$ 162,269 milhões em créditos de transações comerciais para o Banco Fibra.