RADAR DO DIA: IPCA-15; Galípolo em Brasília; juros nos EUA

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. O dia será marcado pela divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que deve subir 0,20% em agosto ante julho. Já a taxa acumulada pelo IPCA-15 em 12 meses, até agosto, deve ter alta de 4,36%. As estimativas foram calculadas pelo Termômetro CMA. Em julho, o IPCA fechou com alta de 0,38%, uma aceleração de 0,17 ponto percentual após o avanço de 0,21% em junho. O IPCA acumula alta de 2,87% no ano e, nos últimos 12 meses, de 4,50%, O dado veio acima da expectativa do mercado, que esperava alta de 0,35% no mês e avanço de 4,47% no acumulado dos últimos 12 meses.

O mercado ainda não consegue precificar qual será a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em sua próxima reunião, em setembro. Na semana passada, o diretor de política monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, voltou a dizer que a expectativas estão desancoradas, com a inflação se distanciando da meta. Ele salientou que o dinamismo da economia brasileira faz com que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 seja constantemente revista para cima. Isso, porém, resulta em um BC seja mais cauteloso.

Ontem, o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, adiantou em entrevista que os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, que serão divulgados nesta semana, virão fortes. Diante de um mercado de trabalho aquecido, analista acreditam que o Copom pode até mesmo aumentar a taxa Selic em setembro. Ontem, o boletim Focus, com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil, apontou uma nova alta para o IPCA, com a expectativa para 2024 migrando de 4,22% para 4,25%. Para 2025, a previsão avançou de 3,91% para 3,93%. Sobre a taxa Selic, a previsão para 2024 segue em 10,50%. Para 2025, a expectativa para a Selic segue em 10%.

Cotado para ser indicado à presidência do Banco Central (BC), o economista Gabriel Galípolo antecipou o retorno a Brasília nesta segunda-feira (26) a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apurou a TV Globo. Atual diretor de Política Monetária do BC, Galípolo foi chamado a Brasília para ficar de “sobreaviso”, caso Lula decida oficializar a sua indicação, que terá de ser aprovada pelo Senado. Antes de confirmar a escolha de Galípolo, Lula tenta acertar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), uma data para a sabatina do economista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Nos Estados Unidos, a expectativa é para a divulgação dos números do Produto Interno Bruto do segundo trimestre dos EUA, na quinta-feira (29), e os dados de inflação dos preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), na sexta-feira (30). Em julho, o PCE acelerou para 0,2% em junho ante maio, após ter se ficado em 0,1% no mês anterior. Com isso, o núcleo em 12 meses se manteve em 2,6% até junho, a mesma taxa observada em maio.

Analistas acreditam que o Comitê Geral do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deverá cortar em 0,25 ponto percentual os juros nos EUA, em setembro. Na última sexta-feira (23), o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que “chegou a hora de o banco central começar a reduzir a taxa de juros”, e que ritmo dos cortes dependerão dos dados recebidos, das perspectivas em evolução e do balanço de riscos.

Os mercados precificaram cortes totalizando 1% até o final de 2024. Mas, com apenas três reuniões do Fed restantes no ano – em setembro, novembro e dezembro – e o relatório de empregos de agosto ainda por vir, Wall Street se pergunta quando e se um corte de 0,5% é provável. “Achamos que eles farão [corte de] 0,25 pp em setembro, novembro e dezembro, porque querem que o mercado saiba que eles não estão atrás da curva, mas, ao mesmo tempo, querem garantir que não entrarão muito rapidamente em um modo de corte”, explica Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA Research.

No setor corporativo, a Vale informou que seu Conselho de Administração, de forma unânime, ao fim de rigoroso processo de seleção suportado por empresa de padrão internacional, elegeu Gustavo Pimenta como próximo presidente da empresa. O presidente do Conselho de Administração, Daniel Stieler, afirmou que a companhia está confiante com a escolha de Gustavo Pimenta para liderar a Vale. “Ele reúne as competências necessárias para que possamos aspirar um novo ciclo virtuoso para a companhia, orientado por nosso propósito, e com grande potencial de geração de valor a todos os nossos públicos de relacionamento. O processo sucessório evidenciou o alto nível de integridade, transparência e robustez da governança da Vale.”

As ações preferenciais e ordinárias da Petrobras dispararam no pregão desta segunda-feira e ganharam valor de mercado, disse Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria. “A Petrobras ganha R$ 40,9 bilhões em valor de mercado no pregão [de hoje] do dia 26 de agosto que equivale ao valor de mercado da Petrorio”. A valorização se deu em razão da elevação da recomendação de “neutra” para “compra” para os ADRs da companhia pelo banco de investimento Morgan Stanley e com a alta do petróleo. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram 7,26% no pregão de ontem e impulsionaram a Bolsa.

A Raízen informou que vem combatendo focos de incêndio que afetaram parte dos canaviais operados pela companhia, bem como de alguns fornecedores de cana-de-açúcar, notadamente no Estado de São Paulo. A companhia estima que aproximadamente 1,8 milhão de toneladas de cana própria e de fornecedores foram afetadas, representando 2% do total previsto na safra 2024/25, com base no piso da premissa de moagem total.

A São Martinho divulgou um comunicado afirmando que os incêndios que ocorreram no interior do Estado de São Paulo, entre quinta-feira (22) e domingo (25), da semana passada, atingiram aproximadamente 20 mil hectares de cana-de-açúcar da companhia. Os focos foram combatidos pelas brigadas de incêndio da companhia, sem registro de vítimas ou impactos em outros ativos. Para preservar a produtividade nas safras seguintes, serão realizados R$ 70 milhões em investimentos complementares em Tratos Culturais em relação ao Guidance de Capex da Safra 2024/2025.

A Sabesp informou que seu Conselho de Administração aprovou a realização da 32a emissão de debêntures simples, em série única, no valor total de R$ 2,5 bilhões e com prazo de vencimento de dois  anos contados da data de emissão. As debêntures farão jus a uma remuneração correspondente a 100% da variação acumulada da Taxa DI, acrescida do spread (sobretaxa) de 0,30% ao ano, base 252 dias úteis. Não será admitida a distribuição parcial das debêntures.