São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. O dia será marcado pela divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15
(IPCA-15) de setembro. A expectativa é uma alta de 0,29% em relação a agosto. Já a taxa
acumulada pelo IPCA-15 em 12 meses, até setembro, deve ter alta de 4,30%. As estimativas foram calculadas pelo Termômetro CMA. As previsões de 13 instituições financeiras consultadas para o resultado mensal variam entre 0,26% e 0,33%, com a média das projeções em 0,29%. Para o acumulado em 12 meses, até setembro, as previsões de 11 “casas” consultadas variam entre 4,26% e 4,33% (média em 4,29%).
Após a confirmação da alta de 0,25 ponto percentual nos juros, por unanimidade, na semana passada, ontem foi divulgada a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, reforçando o tom duro do comunicado da semana passada, fornecendo evidências da necessidade de uma política monetária mais restritiva.
A ata destacou que a “conjunção de um mercado de trabalho robusto, política fiscal expansionista e vigor nas concessões de crédito às famílias segue indicando um suporte ao consumo e consequentemente à demanda agregada.” Sobre a inflação, o Comitê enfatizou que, apesar das divulgações mais recentes do IPCA estarem em linha com o esperado, a composição da inflação se deteriorou. De um lado, o Copom mencionou o fim do processo desinflacionário de bens industriais e de alimentação no domicílio, refletindo a depreciação cambial e condições climáticas adversas. A inflação de serviços, por outro lado, “assume papel preponderante na dinâmica desinflacionária no estágio atual”, mas em um contexto de dinamismo da atividade econômica, a convergência da inflação para a meta é “mais desafiadora”.
Os analistas da XP investimentos acreditam que a ata é consistente com o cenário de aceleração no ritmo de aumento da taxa Selic (de 0,25 p.p. para 0,50 p.p.) nas próximas reuniões. “Em relação à taxa Selic terminal, mantemos nossa projeção de 12%, reconhecendo um viés altista, em linha com as projeções de inflação do Copom (3,5% no horizonte relevante de política monetária) e os riscos de alta nesse cenário.
Ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que recentemente houve um aumento no prêmio de risco, e que isso parece estar associado a uma transparência dos dados”. “O movimento de queda dos juros está ligado à credibilidade fiscal. O arcabouço fiscal tende a ser um freio para controle dos gastos, mas o Brasil é o único país do mundo emergente com viés altista nos juros.”
Nos Estados Unidos, após a confirmação do corte de 0,50 ponto percentual nos juros dos Estados Unidos, na ultima quarta-feira (18), o mercado aguarda agora os números do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), referente a agosto, que serão divulgados na sexta-feira (30). Em julho, o PCE subiu 0,2% ante junho. Nos 12 meses até julho, o índice aumentou 2,5%, mesmo patamar alcançado em junho.
Ontem, a governadora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Michelle Bowman, explicou novamente porque foi a única a votar contra o corte de juros em 0,50 ponto percentual (pp) na reunião da semana anterior (ela optou por um corte menor, de 0,25 pp). “Preferi um corte inicial menor na taxa de política enquanto a economia dos Estados Unidos permanece forte e a inflação continua sendo uma preocupação, apesar do progresso recente.”
Ela apontou que o corte de juros em 0,50 pp pode ser interpretado como um sinal de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) veja alguma fragilidade ou maiores riscos de queda para a economia. Por fim, ela ressaltou que as cadeias de suprimentos globais continuam suscetíveis a greves trabalhistas e aumento das tensões geopolíticas, o que pode resultar em efeitos inflacionários nos mercados de alimentos, energia e outras commodities.
O Fed acredita que o crescimento econômico deve se manter em 2%, com o desemprego subindo para 4,4% até o final do ano. O Fed também prevê mais cortes de juros, totalizando 0,50 pp adicionais este ano, com mais 10 pp em 2025 e 0,50 em 2026, levando a taxa para o intervalo de 2,75% a 3%.
Na segunda-feira (23), os Índices de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria e de serviços dos EUA recuaram. Serviços passou de 55,7 pontos para 55,4 pontos, e do indústria recuou de 47,9 pontos para 47 pontos. Leituras acima de 50 pontos indicam crescimento das atividades, enquanto os valores menores apontam contração. Apesar dos números abaixo da previsão, analistas acredita que possibilidade de uma recessão no país é bem remota.
No setor corporativo, o Banco do Brasil realizou ontem (24), em Nova Iorque, uma operação inédita de captação de US$ 800 milhões com garantia da MIGA (Multilateral Investment Guarantee Agency / Agência Multilateral de Garantia de Investimentos), que faz parte do Banco Mundial. A captação foi realizada com os bancos JPMorgan Chase Bank, Standard Chartered Bank, HSBC Bank e Crédit Agricole. Além disso, a operação contempla ainda uma doação de US$ 300 mil pela MIGA para projetos sociais junto a mulheres empreendedoras no campo e comunidades quilombolas e povos originários, desenvolvidos pelo conglomerado BB.
O Itaú BBA divulgou um relatório sobre a BrasilAgro, apontando classificação outperform e
preço-alvo para o final de 2025 de R$ 34, sugerindo um potencial de valorização de 32%. Para o banco de investimentos, a companhia tem uma história de crescimento convincente no setor do agronegócio, impulsionada por suas aquisições estratégicas de terras, portfólio diversificado de culturas e compromisso com práticas sustentáveis. “Acreditamos que o foco da empresa na otimização do uso da terra, ao mesmo tempo que gera FCF recorrente por meio de suas operações agrícolas, continuará a apoiar a criação de valor no longo prazo. O foco recente tem sido melhorar a eficiência operacional e a gestão de custos em todos os setores, o que sustenta tanto a produção agrícola quanto o negócio imobiliário.”
A BRF informou que a Moody’s Ratings, agência de classificação de riscos, elevou a nota de
crédito da BRF em escala global de Ba3 para Ba2. A perspectiva para o rating foi alterada de positiva para estável. A referida atualização é consequência da forte melhoria nas métricas de crédito da Companhia, suportada por um balanço e desempenho operacional sólidos.
A Genial Investimentos vê uma correlação entre a venda de participação do BNDES na JBS e o anúncio de um novo programa de recompra de até 113,4 milhões de ações pela produtora de proteínas após o fechamento do pregão de segunda-feira (23). O montante representa 10% das ações em circulação. A companhia comentou que o objetivo é maximizar a geração de valor para os acionistas e melhorar a administração da estrutura de capital. O BNDES negou a existência de iniciativas para a venda da participação na JBS. Atualmente, o banco detém 20,81% de participação na JBS, que vale R$ 14,9 bilhões na cotação atual.
A Embraer anunciou a expansão de sua rede de serviços de manutenção, reparo e revisão (MRO, na sigla em inglês) com o objetivo de apoiar a crescente frota de E-Jets nos Estados Unidos. A empresa irá inaugurar um novo centro de serviços próprio no Aeroporto Perot Field Alliance, em Fort Worth, Texas.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a primeira revisão da Agenda Regulatória 2024-2025. Uma nova atividade foi incluída e, em outras quatro, houve ajuste quanto ao prazo. A revisão foi necessária para que houvesse tempo suficiente para a execução de todas as etapas previstas no processo regulatório. Com a inclusão da nova atividade, a Agenda Regulatória agora conta com um total de 31 atividades, das quais sete têm previsão de conclusão para o ano de 2024.
O conselho de administração da Weg, em reunião realizada na terça (24), deliberou declarar juros sobre capital próprio (JCP) no valor total de R$ 293.932.522,74, correspondente a R$ 0,070058824 por ação, aos titulares de ações escriturais em 27 de setembro. O pagamento ocorrerá em 12 de março de 2025.