RADAR DO DIA: Juros no EUA; Ata do Copom, IPCA na sexta

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Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A semana começa com o mercado animado após a divulgação do relatório de empregos payroll de outubro, que mostrou uma forte queda no número de novas vaga nos Estados Unidos, com a criação de 150 mil vagas, sem incluir o setor agrícola, bem abaixo dos 297 mil registrados em setembro. Com isso, a taxa de desemprego subiu de 3,8% para 3,9%.

Na semana passada, além do payroll, foram divulgados a pesquisa ADP, que mostrou que setor privado dos EUA criou 113 mil vagas de trabalho em outubro, excluindo o setor rural. Analistas esperavam a criação de 130 mil vagas. Já o relatório Jolts registrou 9,553 milhões de postos de trabalho abertos no último dia útil de setembro nos EUA, uma alta em relação aos 9,497 milhões registrados um mês antes. Já o número de novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA subiu em 5 mil, para 217 mil na semana encerrada em 28 de outubro, após ter alcançado 212 mil na semana anterior (dado revisado).

Com o desaquecimento do mercado de trabalho, analistas acreditam que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte americano) deve manter os juros em sua próxima reunião, em 13 de dezembro. Em outubro e novembro, o Fed manteve a taxa de juros.

Após a decisão, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte americano) Jerome Powell manteve um tom cauteloso na coletiva e o mercado reagiu positivamente. Powell ratificou que pode voltar a elevar os juros nas próximas reuniões, caso o Fomc considere que as condições econômicas não são condizentes com o retorno da inflação à meta de longo prazo.

Por aqui, a semana trará a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na terça-feira (7). Na quarta-feira passada, o Comitê cortou, novamente, a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, levando a Selic para 12,25% ao ano, em decisão unânime. Em seu comunicado, o Copom informou que, “em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.

Na sexta-feira, será divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro. Em setembro, o índice avançou 0,26%, acima da taxa de agosto (+0,23). A inflação acumulada em 12 meses acelerou para 5,19%. Em setembro de 2022, a taxa foi negativa em 0,29%. O IPCA-15 ficou em 0,21% em outubro, abaixo da taxa de 0,35% registrada em setembro.

Em Brasília, segundo jornal Folha de S. Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, passou a defender que a decisão sobre zerar déficit no ano que vem seja definida até março de 2024, mês em que o Tesouro divulgará um balanço da arrecadação do governo. Para os analistas do mercado, dificilmente o governo cumprirá o déficit zero e aposta é um déficit de no máximo 0,75% do PIB.