São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em alta e as bolsa
europeias em instabilidade. Após a confirmação da manutenção dos juros nos Estados Unidos, o mercado aguarda com expectativa a divulgação do índice de preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) de fevereiro, um dos principais dados analisados pelo Federal Reserve (Fed,o banco central norte-americano) para tomar sua decisão sobre os juros. Em janeiro, o PCE subiu 0,3%. Na base anual, o índice teve alta de 2,4%, uma desaceleração em relação ao aumento de 2,6% de dezembro. O núcleo do PCE, que exclui energia e alimentos, caiu para 2,8%.
A ferramenta CME FedWatch, que monitora a probabilidade de alterações nas taxas do Comitê Federal de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês), apontou na semana passada, após a decisão do Fed, que o início dos cortes dos juros deve acontecer em junho. A mediana das projeções dos membros do Fed para a taxa básica de juros do país indicou que as autoridades pretendem subir os juros até 0,75 ponto percentual (pp) – ou até três cortes – em 2024, a mesma previsão que foi divulgada em janeiro.
Os relatórios de inflação em janeiro e fevereiro alimentaram temores de que o caminho do Fed para reduzir as taxas de juros seria mais longo do que muitos investidores esperavam. Com isso, a probabilidade do banco central iniciar os cortes a partir da reunião de junho subiu de 59,8% antes da decisão para 74,3% após a coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell.
Por aqui, na manhã de hoje, foi divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que promoveu um novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, levando os juros para 10,75%, em decisão unânime. Na ata, mais uma vez, o Comitê afirmou que “o cenário-base não se alterou substancialmente. Em função da elevação da incerteza e da consequente necessidade de maior flexibilidade na condução da política monetária, os membros do Comitê, unanimemente, optaram por comunicar que anteveem, em se confirmando o cenário esperado, redução de mesma magnitude na próxima reunião. O Comitê avalia que essa é a condução apropriada para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.
Além disso, a ato destacou que a conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, expectativas de inflação com reancoragem apenas parcial e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. O Comitê reforçou a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.
Hoje pela manhã também sairá o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de março, com previsão de alta de 0,30% ante fevereiro. Já a taxa acumulada pelo IPCA-15 em 12 meses deve ter alta de 4,12%. As estimativas foram calculadas pelo Termômetro CMA.
Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para 2024 recuou de 3,79% para 3,75%.
Para 2025, a previsão passou de 3,52% para 3,51%. Sobre a taxa Selic, a previsão para este ano segue em 9%. Para 2025, a previsão também ficou estável em 8,50%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2024 subiu de 1,80% para 1,85%. Em 2025, a previsão para o PIB manteve a estabilidade, chegando a 2%.
Na quarta-feira (27), será a vez do dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), sobre o mercado de trabalho em fevereiro. Na quinta, o Banco Central liberará o relatório trimestral de inflação, seguida de coletiva com o presidente do Banco, Roberto Campos Neto, e, na quinta-feira (28), o IBGE divulgará a Pnad contínua com a taxa de desemprego de fevereiro.
A semana também terá os últimos balanços do quarto trimestre de 2023, com a divulgação dos números da CVC, JBS e Rede D’Or na terça (26); Bradespar, Hapvida, Marfrig e Oi na quarta (27) Azul, IRB Brasil e Gol na quinta (28).
No setor corporativo, A Minerva Foods divulgou na noite de ontem (25) o balanço do quarto trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 19,8 milhões, revertendo o prejuízo líquido de
R$ 25,7 milhões registrado no mesmo período de 2022. Em 2023, o lucro líquido foi de R$ 395,5 milhões, queda de 39,6% em relação a 2022. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebtida, na sigla em inglês) foi de R$ 605,9 milhões, queda de 0,3% na comparação com o último trimestre de 2022. Em 2023, o Ebtida R$ 2,562 bilhões, queda de 9,7% em relação a 2022.
O Grupo Casas Bahia divulgou na noite de ontem (25) o balanço do quarto trimestre de 2023, com prejuízo contábil de R$ 1 bilhão, bem acima do prejuízo de R$ 163 milhões registrado no mesmo período de 2022. Em 2023, o prejuízo contábil foi R$ 2,625 bilhões, superior ao prejuízo de R$ 342 milhões registrado em 2022. O EBITDA ajustado atingiu R$ 163 milhões no 4T23, queda de 74,1% em relação ao mesmo período do ano anterior e margem de 2,2%, menor em 4,9p.p. vs. 4T22, reflexo principalmente dos fatores não recorrentes que impactaram a redução de vendas e redução de margem bruta, explicadas anteriormente.
A Equatorial Energia divulgou na noite de ontem (25) o balanço do quarto trimestre de 2023, com lucro líquido ajustado de R$ 1,059 bilhão, alta de 20,6% em relação ao mesmo período de 2022. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebtida, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 2,757 bilhões, alta de 25,5% na comparação com o último trimestre de 2022. A margem Ebtida foi de 24,8%, queda de 3 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2022.
A Cosan informou que seu Conselho de Administração aprovou a contratação da BDO RCS Auditores Independentes para conduzir os trabalhos de auditoria. A companhia disse que, excepcionalmente, a auditoria das demonstrações financeiras de 2023 (DFs 2023) da Cosan não será concluída no prazo legal. O atraso na auditoria das DFs 2023 ocorre estritamente em função da data de início dos trabalhos da BDO, que se deu efetivamente em janeiro deste ano, e da quantidade de empresas que precisam ser auditadas no escopo da Cosan, incluindo investidas localizadas no exterior. As controladas Rumo, Compass e Radar informaram que divulgarão as suas respectivas DFs 2023 auditadas em 27/3/2024.
A Oi informou que em 25 de março de 2024, foi retomada a Assembleia Geral de Credores. Após o início da Assembleia, os trabalhos foram suspensos algumas vezes a pedido da Companhia e de seus principais credores para realização de novas rodadas de discussão dos termos e condições do plano de recuperação judicial das Recuperandas (Plano de Recuperação Judicial), cuja última versão foi disponibilizada ao mercado em 25 de março de 2024. Foi então deliberado a suspensão da Assembleia até o dia 26 de março de 2024, às 14:00, com a prorrogação do stay period pelo mesmo período, de forma a permitir a consolidação das tratativas e alcance das convergências sobre as questões residuais. Colocada a matéria em votação, foi aprovada pela maioria dos créditos presentes na Assembleia. A Assembleia será retomada de forma presencial no Hotel Windsor Marapendi, localizado na Avenida Lúcio Costa, nº 5.400, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro RJ. O recredenciamento dos credores ou representantes presentes na Assembleia suspensa nesta data terá início às 12:00, encerrando-se às 13:59.