RADAR DO DIA: Juros nos EUA e na Europa; IPCA-15, IGP-M, PNAD e Caged

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em alta e as bolsas europeias em instabilidade. A semana será marcada pela decisão do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre a taxa de juros, que acontecerá na quinta-feira (27), e pela divulgação da prévia do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA-15) de julho, amanhã (25).

Em sua última decisão, o Fed manteve estável a taxa básica de juros na faixa entre 5,0% e 5,25%, alegando que a pausa serve apenas para observar os efeitos da política monetária com mais atenção. Analistas acreditam que o Fed promoverá neste mês uma alta de 0,25 ponto percentual, porém, não é mais consenso no mercado se uma segunda alta acontecerá até o fim do ano.

Nas últimas semanas, em meio aos anúncios dos resultados do segundo trimestre das principais empresas dos EUA, foram divulgados números da economia do país, entre eles, os dados do varejo e da produção industrial, e o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). Nesta sexta-feira (28), será a vez do Índice de Preços de Gastos com Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês). Todos esses dados são analisados e servem de base para as decisões do Fed. Atualmente, a inflação acumulada em 12 meses nos EUA é de 3%.

Além da decisão do Fed, o Banco Central Europeu (BCE) também decidirá, amanhã, sua nova taxa de juro. A previsão é de um novo aumento de 0,25 ponto percentual. Na sexta-feira (28), será a vez do Banco Central do Japão (BoJ), que deve manter os juros no negativo.

Por aqui, a expectativa é para o IPCA-15 de julho, com previsão de queda. Na última divulgação do boletim Focus, em 17 de julho, as instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central apontaram um IPCA de 4,95% em 2023 e de 3,92% em 2024. Nesta semana, a pesquisa Focus será divulgada amanhã, em função do ponto facultativo em dias de jogos do Brasil na Copa do Mundo de Futebol Feminino.

Além do IPCA-15, a semana também trará o Indice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) referente ao mês de julho, na sexta-feira, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, de junho, que mede a taxa de desemprego, e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), na quinta-feira (27).

Na semana também saem novos balanços referente ao segundo trimestre deste ano. Destaque para Carrefour e Telefônica, amanhã, Pão de Açúcar, Assaí e Santander, na quarta-feira (26), Vale, Gol e Embraer, na quinta-feira (27). A Petrobras divulga seu relatório de produção e venda no dia 26.

No setor corporativo, a IRB Brasil Resseguros divulgou na sexta-feira (21) os dados preliminares do mês de maio, que reportou prejuízo líquido de R$ 10,4 milhões, reduzindo assim o prejuízo de R$ 273,1 milhões alcançado no mesmo período de 2022. Nos primeiros cinco meses de 2023, a companhia acumula saldo positivo de R$ 4,2 milhões, ante prejuízo de R$ 285,2 milhões reportado no mesmo período do ano passado.

A Raízen informou na sexta-feira (21) que pagará R$ 250 milhões a título de dividendos adicionais, o qual, em decorrência da alteração do número de ações mantidas em tesouraria, passa a ser correspondente a R$ 0,0242106161576652 por ação.

Na primeira semana do Desenrola, o Banco do Brasil informa que já renegociou R$ 1 bilhão. De 17 a 21 de julho, o banco informou que cerca de 75,8 mil clientes tiveram acesso a condições especiais para renegociação de dívidas, não só por meio do programa, mas também por condições especiais do BB para outros públicos (pessoas físicas em geral e também micro e pequenas empresas).

A Americanas confirmou que os bancos BTG Pactual e Santander se opuseram ao plano de recuperação judicial da companhia no último dia para que os credores financeiros apresentassem suas objeções, no âmbito do processo, em resposta à questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A varejista afirma que o plano objetado refletia uma primeira proposta apresentada pela companhia e espera-se que seja alterado para refletir a evolução das negociações com os credores.

O volume de energia distribuída pela Equatorial alcançou 13.071 gigawatts-hora (GWh) no segundo trimestre de 2023, alta de 6,8% em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo o relatório operacional divulgado na sexta-feira (21/7).

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima que a carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) terá expansão de 0,9% em julho, para 69.855 megawatts (MW) médios, o que mostra uma estabilidade em relação ao divulgado anteriormente, aponta em seu boletim para a semana operativa de 22 a 28 de julho.

Pesquisa que avalia a intenção de consumo mostra tendência de alta de 7,78% no terceiro trimestre de 2023 em relação ao mesmo trimestre de 2022 e aumento de 1,32%, em relação ao segundo trimestre deste ano, aponta estudo do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo (Ibevar) e pela FIA Business School divulgado na sexta-feira.

A Genial Investimentos cortou as projeções para os resultados da Usiminas, com base na avaliação negativa sobre a redução da meta de vendas para o ano que a siderúrgica divulgou para o segundo trimestre (2T23) em 900-1000kt (-3,4% a -13,0% vs. vendas do 1T23), pois avalia que isso indica que o ambiente ainda permanece desafiador para a companhia e deve colocar barreiras em quaisquer tentativas de aumentar ou mesmo estabilizar os preços realizados para o trimestre. A empresa apresenta seu balanço financeiro do 2T23 na próxima sexta, 28 de julho, e a Genial estima que o lucro líquido da companhia seguirá dinâmica de queda forte operacional, chegando a R$287 milhões (-31,9% ante o 1T23).

A temporada de resultados do segundo trimestre de 2023 ganha tração nesta semana e a XP estima que as empresas sob sua cobertura terão contração agregada de aproximadamente 35% nos lucros por ação na comparação anual, -23% nos lucros operacionais e -3% na receita. Os setores de destaque serão: bens de capital, financeiro, açúcar & etanol, propriedades comerciais e varejo de alta renda. Os investidores ficam de olho para verificar se a recente melhora no cenário macroeconômico se reflete nos resultados das companhias. No entanto, as perspectivas da XP para essa temporada de resultados são mistas.

Na sexta-feira, a Caixa Econômica Federal informou a renegociação de mais de R$ 54 milhões em dívidas nos três primeiros dias do programa Desenrola Brasil, com mais de 22 mil clientes atendidos e 10 mil contratos fechados. O banco público espera aumentar o número de renegociações uma vez tem 13 milhões de clientes com dívidas.