RADAR DO DIA: Juros nos EUA e no Brasil; BoE mantém taxa de juros

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em
alta. Um dia após as decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil, o mercado aponta para um desaquecimento leve na economia dos EUA nos próximos meses, e uma preocupação ainda crescente com o descontrole das contas públicas e da inflação no Brasil. Ontem o Fed reduziu os juros em 0,50 ponto percentual e o Copom elevou a Selic em 0,25 pp.

Após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que as previsões do banco central para o caminho dos cortes nas taxas de juros não implicam uma pressa urgente para acompanhar os sinais dados pela economia norte-americana. Ele acrescentou que os dados irão direcionar as escolhas da política monetária e os cortes nas taxas ocorrerão mais rápidos ou mais lentos conforme necessário.

Powell disse que o mercado de trabalho dos Estados Unidos está atualmente “bem próximo” do pleno emprego, mas reiterou que o banco central está atento aos sinais de que o crescimento do emprego esfriou – ainda que o considere numa boa condição. Para o presidente do Fed, o objetivo do banco central agora é manter a inflação estável enquanto assegura que as taxas de desemprego não aumentem.

As novas projeções do Fed indicam que o crescimento econômico deve se manter em 2%, com o desemprego subindo para 4,4% até o final do ano. O Fed também prevê mais cortes de juros, totalizando 0,50 pp adicionais este ano, com mais 10 pp em 2025 e 0,50 em 2026, levando a taxa para o intervalo de 2,75% a 3%. “O mercado, porém, acredita que os cortes serão mais agressivos, com uma taxa de 2,9% sendo antecipada em relação à previsão do Fed”, dizem os especialistas da ING.

Na Europa, a reunião do Comitê de Política Monetária (MPC, da sigla em inglês) do Banco da Inglaterra (BoE) decidiu manter a taxa de juros em 5%. A decisão foi por maioria de 8 votos a 1 – o único membro discordante votou por um corte nos juros em 0,25 ponto percentual (pp). O banco prevê um crescimento de 0,3% no PIB em base trimestral no segundo semestre de 2024, e uma inflação ao consumidor de 2,5% até o final do ano.

Por aqui, a decisão unânime de elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75%, mostrou que o Banco Central está coeso no objetivo de trazer a inflação para a meta. Em nota, o Copom afirmou que o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado “serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.

Para o Bradesco, o Banco Central mandou uma mensagem bastante clara: a inflação não está convergindo para a meta e foi necessário iniciar um ciclo de alta de juros. “Acreditamos, por ora, que a Selic irá subir até 11,50% em janeiro de 2025, contando com alguma desaceleração da atividade, apreciação da taxa de câmbio e acomodação nas expectativas de inflação.

O Goldman Sachs prevê que a Selic chegue a 11,50% até dezembro de 2024 e a 11,75% em janeiro de 2025. “Esperamos que os cortes de juros comecem na reunião de junho de 2025, com a taxa Selic terminando 2025 em 10,25%. O risco para nossa previsão básica da Selic é equilibrado. Se o real e as expectativas não melhorarem, não descartamos um ciclo de alta mais profundo, de 150 a 200 pontos base. Por outro lado, um real mais forte, com expectativas melhorando e um equilíbrio de riscos para a inflação, poderia levar a um ciclo de alta de juros mais brando, de 100 pontos base”, concluiu o Sachs.

Após a decisão do Copom, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a decisão de elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual para 10,75% ao ano não o surpreendeu, mas que só vai comentar a decisão após a leitura da ata da reunião, que será divulgada na próxima terça-feira (24), às 8h, pelo Banco Central. Em relação ao corte de 0,50 ponto percentual no juro básico norte-americano, o ministro disse que o corte veio atrasado, e que a expectativa era que a redução deveria ter começado em junho.

No setor corporativo, a Vibra informou que seu Conselho de Administração, aprovou a
distribuição de remuneração antecipada aos acionistas, sob a forma de juros sobre o capital
próprio (JCP), referente ao exercício social de 2024, no valor de R$ 262 milhões, equivalentes a aproximadamente R$ 0,23413762288 por ação. O pagamento será efetuado até 30 de dezembro de 2025.

A presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Jurema Monteiro, participou nesta quarta-feira (18) da cerimônia no Palácio do Planalto que marcou a sanção do Projeto de Lei 1.829/2019, que atualiza e moderniza a Lei Geral do Turismo. Ela disse que em um cenário de recuperação do setor aéreo, a nova lei pode contribuir para a sustentabilidade econômica das empresas aéreas, beneficiando toda a cadeia do turismo nacional.

A nova Lei Geral do Turismo, sancionada nesta quarta-feira (18) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passa a permitir que empresas aéreas possam acessar, por meio de empréstimos subsidiados, recursos do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), que somam cerca de R$ 8 bilhões. Os recursos servirão para ampliação e renovação da frota e para custear o querosene de avião nos estados da Amazônia Legal.

A JBS USA e a GreenGasUSA firmaram uma parceria para produzir biogás em diversas unidades de processamento de carne bovina e de frango da JBS, uma das maiores
empresas de alimentos do mundo, nos Estados Unidos. A companhia informou que a parceria expandirá sua capacidade da captura de metano e maximizará a produção de biogás.

A Copel apresentou ao mercado financeiro, nesta quarta-feira (18), os pilares estratégicos que estão gerando valor à companhia e continuarão conduzindo a empresa nos próximos anos. “Excelência operacional, transformação organizacional, eficiência e disciplina na alocação de capital compõem a base para a perenidade e para o crescimento dos negócios”, informou a empresa. A apresentação aconteceu em evento online promovido pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec).

O Itaú Unibanco realizou emissões de letras financeiras, no montante total de R$ 1 bilhão, em negociações privadas com investidores profissionais. Segundo a empresa, as letras financeiras são perpétuas com opção de recompra a partir de 2029, sujeito à prévia autorização do Banco Central.

A ISA CTEEP obteve aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para implementar projeto que redireciona fluxo de energia de circuitos sobrecarregados para os mais ociosos. A solução proposta pela companhia será instalada na subestação Ribeirão Preto e, depois, será transferida para as subestações Votuporanga e São José do Rio Preto (SP).

O governo federal lançou o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens, com ações voltadas à ampliação e à permanência das mulheres no mercado de trabalho, assim como à ascensão a cargos de direção e gestão e ao enfrentamento às
discriminações no espaço profissional. O lançamento do Plano marcou também a divulgação do 2o Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios. Segundo o estudo, as mulheres recebem apenas 70,3% do salário de homens no mesmo cargo (20,7% a menos) nas 50.692 empresas com 100 ou mais empregados.

O conselho de administração da Hypera aprovou a distribuição de juros sobre capital próprio, de R$ 0,19534 por ação ordinária, equivalente ao montante total bruto de R$ 123,6 milhões, aos acionistas com posição em 23 de setembro.