RADAR DO DIA: Juros nos EUA; IBC-Br de julho; BCE reduz juros

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em estabilidade e as bolsas europeias em alta. A semana termina com o mercado precificando uma queda de 0,25 ponto percentual na taxa de juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que acontecerá na próxima quarta-feira (18).

Os dados do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e do índice de preço ao produtor (PPI) mostraram que os Estados Unidos conseguiram, por ora, controlar a inflação, mesmo mantendo um mercado de trabalho ainda aquecido, mas controlado. O perigo de uma recessão ainda não foi totalmente descartado, e por isso alguns analistas apostam que uma redução ainda maior, de 0,50 pp.

Ontem, os números de novos pedidos de seguro-desemprego avançaram em 2 mil para 230 mil. Os analistas previam 225 mil pedidos. Uma queda nos pedidos sugere que menos pessoas estão sem trabalho, enquanto uma alta indica o contrário. A média móvel dos pedidos de seguro-desemprego feitos nas últimas quatro semanas, um indicador menos volátil, subiu em 500 para 230.750 mil pedidos.

“Os dados do PPI de agosto fornecem mais incentivo ao Fed de que a inflação foi controlada. Juntos, os dados índice de preços ao consumidor (CPI) e do PPI apontam para um aumento moderado de 0,14% ao mês no PCE no mês passado, com o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) subindo 0,10% e os preços dos serviços básicos (excluindo habitação) aumentando modestos 0,17%”, disse Paul Ashworth, economista-chefe da América do Norte pela Capital Economics.

As chances de o Fed reduzir as taxas em 0,50 ponto percentual (pp) agora estão em apenas 15%, em comparação com a probabilidade de 44% vista uma semana antes, de acordo com a ferramenta CME FedWatch, que rastreia a probabilidade de ajustes nas taxas de juros. A expectativa é que o Fed deve promover uma redução total de 1 pp até o final do ano. Já o Bank of America prevê cortes de 0,25 pp em cada uma das próximas cinco reuniões, até março de 2025.

Na Europa, ontem, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou o esperado corte de 0,25 ponto percentual (pp) na taxa de depósito, reduzindo-a para 3,5%, e deixou em aberto
a possibilidade de novos cortes de juros, embora o momento desses cortes ainda seja incerto. A taxa de refinanciamento também será ajustada para 3,65% na próxima semana, após a revisão do quadro operacional do BCE.

Após o anúncio, a presidente do BCE, Christine Lagarde, enfatizou a abordagem do BCE de basear suas decisões em dados, adotando uma postura cautelosa. “Apesar de Lagarde não ter dado detalhes sobre o próximo movimento, um novo corte de juros é esperado para dezembro, considerando que poucos dados relevantes surgirão antes da próxima reunião em outubro”, comentou Carsten Brzeski, chefe global de macro da ING.

Por aqui, hoje saem os dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br),
considerado uma prévia do Produto Interno Bruto, referente a julho. A previsão é recuou de 0,90% em relação a junho, conforme a mediana das projeções coletadas pelo Termômetro Safras News. Na comparação com julho do ano passado, o indicador deve ter alta de 4,50%. Em base mensal, as projeções de nove instituições financeiras variam entre -1,70% e 0,40% (média de -0,81%). Em termos anuais, as previsões apontadas pelas oito ‘casas’ consultadas vão de 0,70% a 5,10% (média de 3,99%).

No setor corporativo, O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as empresas contratadas sem licitação nos casos de emergência ou calamidade pública só podem ser recontratadas para a mesma situação se o novo contrato, somado ao anterior, não ultrapassar o prazo máximo de um ano. Fora dessa hipótese, a recontratação é vedada.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) recebe, nesta sexta-feira (13), às 9h30, a visita do Ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para participar da reunião do Conselho Diretor da entidade, fórum composto pelos presidentes dos principais bancos do país, além do presidente do Conselho, Luiz Carlos Trabuco, e do presidente-executivo da Febraban, Isaac Sidney. O ministro falará sobre a conjuntura político-econômica e o arcabouço fiscal.

O Sebrae firmou um convênio de cooperação com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) para promover o fortalecimento e a competitividade de micro e pequenas empresas (MPEs), representativas de cerca de 90% do setor mineral do Brasil. Os detalhes da parceria foram apresentados nesta quinta-feira (12), em Belo Horizonte (MG), na Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram). Na ocasião, a APEXBrasil integrou a estratégia e ficará responsável pela internacionalização dos pequenos negócios deste setor.

As empresas captaram R$ 484,2 bilhões no mercado de capitais no acumulado dos oito primeiros meses do ano, valor recorde para o período na série histórica iniciada em 2012, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O montante já supera o contabilizado em todo o ano de 2023 (R$ 467,3 bilhões). Considerando apenas agosto, as ofertas chegaram a R$ 47,3 bilhões, volume 30,7% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto que define as 23 atividades econômicas do setor industrial que serão beneficiadas na primeira etapa do programa de depreciação acelerada do Governo Federal. Nesta etapa, estão previstos R$ 3,4 bilhões em créditos financeiros para a compra de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos – sendo R$ 1,7 bi em 2024 e outra metade no ano que vem. O texto, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em parceria com o Ministério da Fazenda, foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira (12).

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que, caso a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não aprove a transferência da concessão da Amazonas Energia para a Âmbar Energia, do Grupo J&F, o governo seguirá o que foi determinado na Medida Provisória. O ministro disse que a agência respondeu ao ofício da justiça dizendo que
cumprirá os prazos, mas que caso ela não cumpra, o governo irá tomar “todas as medidas possíveis dentro do Estado democrático direito para poder cobrar da Aneel a responsabilidade como o órgão regulatório”.

O Pão de Açúcar informa que realizou ontem (11) uma operação de aquisição facultativa de
debêntures da própria companhia no mercado secundário, com desembolso total de R$ 101 milhões para a aquisição de 100.000 debêntures, equivalente ao valor nominal total atualizado de R$104 milhões. A aquisição representa 6,8% das debêntures em circulação desta emissão.

A Enel Brasil e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) assinaram hoje protocolo de intenções, que visa estabelecer cooperação para antecipar situações meteorológicas e climáticas com potencial para causar impactos no setor elétrico.