RADAR DO DIA: Juros nos EUA; IPCA de maio no Brasil; Focus eleva inflação e PIB para 2024

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em instabilidade e as bolsas europeias em queda. A semana será marcada pela reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que decidirá a taxa de juros no país, na quarta-feira (12), e pela divulgação do Indice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de maio, na terça-feira (11).

A expectativa dos analistas é que o Fed deve manter a taxa atual. Na última sexta-feira (7), o relatório de emprego payroll de maio mostrou um mercado de trabalho ainda aquecido nos EUA. O país criou 272 mil vagas de trabalho em maio e a taxa de desemprego subiu para 4%, ante 3,8% registrado em abril. O número de criação de vagas veio acima da projeção dos analistas, que esperavam 185 mil novos postos de trabalho. A taxa de desemprego também veio acima das projeções, de 3,9%.

Para Rafael Schmidt, sócio da One Investimentos, o mercado reagiu negativamente ao dado do payroll acima do esperado. A expectativa era que viesse abaixo por conta dos outros dados de emprego divulgados na semana, como Jolts e ADP. “O mercado estava mais propenso a risco após os cortes de juros do Banco Central Europeu (BCE) e do Canadá. Mas quando olhamos os dados, os salários aumentaram e por outro lado o desemprego subiu, o que mostra que o mercado de trabalho não está tão pujante assim”, comentou Schmidt, que ressaltou ainda que a probabilidade de corte de juros em setembro ficou pra trás, e que agora deve acontecer em novembro ou dezembro.

Na semana passada foram divulgados os novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, que subiram em 8 mil para 229 mil na semana encerrada em 1 de junho, após ter alcançado 222 mil na semana anterior (dado revisado). Os analistas previam 220 mil pedidos. Uma queda nos pedidos sugere que menos pessoas estão sem trabalho, enquanto uma alta indica o contrário. A média móvel dos pedidos de seguro-desemprego feitos nas últimas quatro semanas, um indicador menos volátil, subiu em 750 para 222.250 mil pedidos.

No Japão, foi divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que recuou 0,5% em base trimestral, e caiu 1,8% em base anual, de acordo com a segunda leitura publicada pelo gabinete do governo. Os dados vieram dentro das projeções dos analistas, que indicavam queda de 0,5% em base trimestral e de 1,9% em base anual.

Por aqui, a expectativa é para o IPCA de maio. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de maio subiu 0,44% depois de ter avançado 0,21% em abril. Nos 12 meses até maio, o índice acumula alta de 3,70%, de 3,77% no mês anterior e expectativa de 3,72%. A meta para a inflação em 2024 é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

A Receita Federal recebeu até a última sexta-feira, 3.129 pedidos para habilitação e
utilização do benefício fiscal concedido no âmbito do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Desse total de requerimentos, 69% são de empresas aptas a usufruírem do benefício. O prazo para as empresas manifestarem a adesão ao Perse começou no dia 3 de junho e segue até o dia 2 de agosto, conforme a Instrução Normativa RFB nº 2.195, de 23 de maio de 2024. Após este prazo, a Receita iniciará os trabalhos para a elaboração de relatórios bimestrais.

Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para 2024 passou de 3,88% para 3,90%. Para 2025, a previsão subiu de 3,77% para 3,78%. Sobre a taxa Selic, a previsão segue em 10,25%. Para 2025, a previsão passou de 9,18% para 9,25%.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2024 passou de 2,05% para 2,09%. Em 2025, a previsão para o PIB manteve a estabilidade, chegando a 2%. Para o dólar, a previsões para 2024 segue em R$ 5,05. Para o ano que vem, a previsão passou de R$ 5,05 para R$ 5,09.

No setor corporativo, a Petrobras Informa que seu Conselho de Administração decidiu por maioria não acolher os pedidos de acionistas para convocação de Assembleia Geral
Extraordinária (AGE), em função do não atendimento dos requisitos da alínea “c” do parágrafo único do artigo 123 da Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404/1976). O pedido de AGE foi feito por acionistas minoritários da estatal em razão da eleição de membros do Conselho e da presidência da companhia, que teve Magda Chambriard indicada para comandar a petroleira no lugar de Jean Paul Prates.

A Eletrobras concluiu juntamente com suas subsidiárias Eletronorte e Furnas, a assinatura de acordos com o grupo Âmbar Energia para a alienação do portfólio termoelétrico da companhia por valor total de R$ 4,7 bilhões, dos quais R$ 1,2 bilhão de earn-out, e a assunção imediata pela Âmbar do risco de crédito dos contratos de energia deste portfólio.

A Cosan informou que a data de pagamento dos dividendos às ações ordinárias foi ajustada para 28 de junho de 2024. O valor dos dividendos é de R$ 840 milhões, ou R$ 0,45147654 por ação ordinária, sem retenção de Imposto de Renda na Fonte, que terão como base de cálculo a posição acionária de 5 de junho.