RADAR DO DIA: Juros nos EUA; Petrobras em queda; Desoneração da folha

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em alta e as bolsas europeias em queda. O mercado ainda digere os números do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), divulgado ontem, que subiu 0,3% em abril, após um avanço de 0,4% em março, nos Estados Unidos. Nos 12 meses até abril, o núcleo do CPI aumentou 3,6%. Esse foi o menor ganho ano a ano desde abril de 2021. Após os números do CPI, a ferramenta CME FedWatch, que rastreia a probabilidade de ajustes nas taxas de juros pelo Fomc, mostrou que a expectativa para cortes nos juros passou de 50,5% para 53%.

Para o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, o risco do Fed não começar a cortar os juros este ano fica reduzido. A previsão para o CPI era de uma alta de 0,4%, ou seja, com o possível arrefecimento da inflação, é possível que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) tenha espaço para cortar os juros ainda neste ano.

Ontem, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, sugeriu a possibilidade de redução das taxas de juros se a economia apresentar sinais de desaceleração. No entanto, ele também não descartou aumentos de juros caso a atividade econômica se acelere novamente. “O foco atual do Fed é a demanda subjacente na economia, enquanto a oferta está estável. É difícil determinar com precisão o impacto da política monetária na atividade econômica neste momento”, comentou Kashkari.

Por aqui, após a confirmação da saída de Jean Paul Prates do comando da Petrobras, e a confirmação da engenheira química Magda Chambriard para substitui-lo, as incertezas sobre as possíveis novas diretrizes da estatal fez a companhia perder R$ 35,5 bi em valor de mercado, recuando de R$ 543 bilhões para R$ 509 bilhões. Os papéis preferenciais (PETR4 PN, com preferência por dividendos) fecharam o pregão em R$ 38,40, com uma queda de 6,04%. No ano de 2024, o papel acumula uma valorização de 10,58% e, em 12 meses, de 84,31%. Já as ações ordinárias (PETR3) registraram uma queda de 6,78% no pregão de 15 de maio, com uma valorização de 9,72% em 2024 e de 69,92% em 12 meses.

A decisão de demitir Prates acontece um dia após a divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2024, que mostrou um lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 23,7 bilhões, queda de 37,9%, na comparação com mesmo período do ano anterior (1T23). Em relação ao ultimo trimestre do ano passado (4T23), o lucro líquido recuou 23,7%. A estatal também confirmou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) intercalares no valor de R$ 13,45 bilhões, equivalente a R$ 1,04161205 por ação ordinária e preferencial,

Em Brasília, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse acreditar que uma solução sobre a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia está muito próxima. Ele vai se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta manhã, para tratar dos detalhes sobre o acordo a respeito das empresas e também da desoneração dos municípios. “Acreditamos muito no encaminhamento de uma solução que contemple os setores e os municípios e num prazo para que possamos legislar e materializar um projeto de lei que trate do assunto”, afirmou Pacheco no Plenário.

O senador Efraim Filho (União-PB) sugeriu que o Senado pense em uma sessão extraordinária para votar o projeto de sua autoria que trata do assunto (PL 1.847/2024). O projeto prevê a manutenção da política de desoneração em 2024 e, a partir de 2025, uma reoneração gradual. O Senado também deve propor uma solução para evitar que os municípios de até 156 mil habitantes, que hoje pagam 8% de impostos sobre a folha salarial, passem a pagar 20% a partir de 20 de maio conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A sugestão sobre desoneração deve envolver um escalonamento da alíquota previdenciária para prefeituras até 2028, quando seria adotada a alíquota cheia de 20%.

No setor corporativo, a Marfrig divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 62,6 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 634 milhões registrado no mesmo período do ano passado. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 2,6 bilhões, alta de 94,8% em comparação com o primeiro trimestre de 2023. A margem Ebitda avançou 4,1 pontos percentuais, chegando a 8,7%.

A Petrobras informou que efetuará na próxima segunda-feira (20) o pagamento da primeira parcela dos dividendos referentes ao balanço de 31 de dezembro de 2023. Os dividendos calculados de acordo com a aplicação da fórmula da Política de Remuneração aos Acionistas serão pagos com base na posição acionária de 25 de abril de 2024 e os dividendos extraordinários serão pagos com base na posição acionária de 2 de maio de 2024. Os valores brutos dos dividendos por ação serão corrigidos pela taxa Selic de 31 de dezembro de 2023 até o dia 20 de maio de 2024.

A Equatorial Energia divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024 (1T24), com lucro líquido ajustado de R$ 384 milhões, alta de 40,9% em comparação ao mesmo período de 2023 (1T23). Já o lucro líquido consolidado foi de R$ 579 milhões, alta de 101,3% em
comparação ao mesmo período do ano passado. O ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 2,523 bilhões, alta de 11,3% na comparação com o 1T23. Já o Ebitda reportado foi de R$ 2,644 bilhões, alta de 7,3% em relação ao 1T23.

A Petrobras informou que a indicação de Magda Maria de Regina Chambriard para os cargos de presidente da companhia e de membro do Conselho de Administração, dentro do processo de governança da companhia, passará pela análise das áreas de integridade e de recursos humanos da Petrobras para, em seguida, ser submetida à avaliação do Comitê de Pessoas (COPE) do Conselho de Administração, processo que em geral leva até 15 dias.

A Caixa Econômica Federal divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com lucro recorrente de R$ 2,883 bilhões, alta de 49% em comparação com o mesmo período de 2023.

A AES Brasil e a Auren Energia firmaram um acordo pela combinação de negócios, no qual se converte a AES Brasil em subsidiária integral de Auren Energia e a unificação das bases
acionárias. A relação de troca proposta foi de 01 (uma) ação de emissão da AES Brasil para
0,76237623762 ações ordinárias de emissão da Auren Energia.

A CVC recebeu, nesta data, os pedidos de renúncia de membros do conselho de administração e do comitê estatutário de Auditoria, Riscos e Finanças. Renunciaram Leonardo Guimarães Pinto, coordenador do Comitê Estatutário de Auditoria, Riscos e Finanças; Eduardo de Britto Pereira Azevedo, membro do conselho de administração; Rodrigo Silva Marvão, membro do CA e do comitê Financeiro; e Valdecyr Maciel Gomes, presidente do conselho.

Foi apresentado na manhã de ontem o relatório do senador Rogério Carvalho (PT-SE), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a Braskem. O parecer propõe o indiciamento, por crimes ambientais, da empresa e de seu vice-presidente, além de outras sete pessoas. O documento deve ser votado semana que vem. Procurada pela Agência CMA para comentar o parecer, a Braskem “reitera que esteve à disposição da CPI, colaborando prontamente com todas as informações e providências solicitadas. A companhia continua à disposição das autoridades, como sempre esteve.” Relatório prevê 14 indiciamentos e nova taxa de fiscalização.