RADAR DO DIA: Juros nos EUA; PIB da China, reforma tributaria no Brasil; Haddad na CNN

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Foto: Freeimages.com/ Raphael pto

São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A semana termina com o mercado analisando os números da inflação nos Estados Unidos, que mostraram uma pequena queda, com Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), referente a dezembro, subindo 0,2% em base mensal em dezembro, abaixo do registrado em novembro, e o Índice de Preços ao Produtor dos Estados Unidos (PPI, na sigla em inglês) subindo 0,2% em dezembro na comparação com o mês anterior, após ter subido 0,4% em novembro.

Outro dado importante foi a alta do número de novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, que subiram em 14 mil para 217 mil na semana encerrada em 11 de janeiro, após ter alcançado 201 mil na semana anterior (dado revisado). A previsão era de 210 mil pedidos. Por outro lado, o relatório de emprego (payroll) de dezembro, mostrou uma forte alta, chegando a 256 mil novos postos de trabalho, o que acarretou em um recuou da taxa de desemprego para 4,1% no período.

Para o governador do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Christopher Waller, a inflação nos Estados Unidos pode continuar desacelerando, possibilitando cortes nas taxas de juros mais cedo e em maior ritmo do que o esperado. Segundo Waller, a inflação está se aproximando da meta de 2%, com base no índice de despesas de consumo pessoal (PCE), excluindo alimentos e energia, que esteve próximo desse objetivo em seis dos últimos oito meses. Ele destacou que, caso essa tendência continue, é plausível que cortes nas taxas ocorram já no primeiro semestre de 2025, possivelmente chegando a três ou quatro reduções de 0,25 ponto percentual ao longo do ano.

Waller também comentou que, apesar de dados econômicos robustos, como vendas no varejo e baixo desemprego, o mercado de trabalho não apresenta sinais de superaquecimento. Ele ressaltou que, mesmo com a possibilidade de novos cortes, a política monetária ainda é restritiva e contribui para controlar a inflação. Analistas acreditam que o equilíbrio entre um mercado de trabalho sólido e a desaceleração da inflação pode sustentar uma postura mais flexível do Fed nos próximos meses.

Na China, foram divulgados os números do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre, que cresceu 5,4% em base anual, e 1,6% em base trimestral. A previsão do mercado era de alta de 5,1% em base anual. O PIB atingiu a marca de 134,9 trilhões de iuanes (US$ 18,399 trilhões) pela primeira vez na história, uma alta de 5% em base anual. O valor agregado da indústria primaria no PIB da China foi de US$ 1,246 trilhão, e a secundária, de US$ 671,05 bilhões. Já a produção industrial chinesa avançou 6,2% em dezembro em base anual, acima dos 5,4% registrados em novembro, e as vendas no varejo aumentaram 3,7% em dezembro em relação ao ano anterior. O índice foi maior que os 3% registrados em novembro. Não foi informada a variação mensal das vendas no varejo.

Por aqui, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinar ontem o Projeto de Lei Complementar (PLC) 68/2025 que regulamenta a reforma tributária, o Secretário Extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, disse que o efeito total de todo o projeto será divulgado nos próximos dias, mas que a alíquota final deve ter ficado pouco maior do que o que havia sido aprovado na Câmara dos Deputados, em torno de 28%.

“As projeções com os dados que nós temos hoje apontam para que uma alíquota dessa ordem [em torno de 28%]. Mas o próprio texto do PLC estabelece que em 2031, ainda durante a transição, que se completa em 2033, com base nos dados disponíveis até 2030, caso a sinalização seja que no final da transição, a soma das alíquotas do IBS e CBS, que são as alíquotas de referência, seja superior a 26,5%, o Poder Executivo da União terá que enviar ao Congresso Nacional um PLC reduzindo benefícios. Inclusive, a emenda constitucional permite que os redutores de 60% e 30% também possam ser alterados nesse processo, nesse projeto, e esse projeto, caso seja aprovado pelo Congresso, resultaria numa sinalização de uma alíquota de 26,5%”, explicou Appy.

Por fim, o mercado fica de olho na entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, às 15h, no programa CNN 360 (ao vivo). O ministro deve falar, além da aprovação da reforma tributária, sobre a revogação da instrução normativa que instituía o monitoramento do Pix pela Receita Federal. Agora, o governo prepara uma medida provisória para reforçar o caráter gratuito e sigiloso do Pix. Segundo o ministro, a medida provisória vai praticamente equiparar o Pix ao dinheiro. “Não se poderá cobrar a mais nas operações por Pix. Quem usar o pix terá que usar o mesmo valor que seria cobrado em dinheiro. O Pix está protegido pelo sigilo, como sempre foi”, completou Haddad.

No setor corporativo, a Eneva divulgou ontem (16) suas informações operacionais referentes ao quarto trimestre de 2024 (4T24), registrando geração termelétrica bruta de 3.884 GWh, alta de 98% em relação ao mesmo período de 2023 (4T23). O Complexo Parnaíba alcançou despacho médio de 72%, enquanto a UTE Jaguatirica II operou com 83% de despacho. As usinas a carvão tiveram despacho de 30% e os demais ativos superaram 5% no 4T24.

A Totvs informou que seu Conselho de Administração elegeu Gustavo Augusto Silva Avelar ao cargo de diretor vice-presidente de Business Performance, frente à apresentação da carta de renúncia do Juliano de Miranda Tubino ao referido cargo.

A Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas) iniciou uma oferta pública de aquisição em dinheiro (Tender Offer), em nome da Usiminas International S.à r.l. (emissora), uma sociedade limitada constituída de acordo com as leis de Luxemburgo, de todos e quaisquer títulos de dívida em circulação com vencimento em 2026 e taxa de juros de 5,875% ao ano, emitidas pela emissora. O valor de principal da oferta é de US$ 430 milhões, ao preço de compra de US$ 1.005,00

A produção de aço bruto em 2024 atingiu 33,7 milhões de toneladas, alta de 5,3% em relação a 2023, e as vendas fecharam em 21,2 milhões de toneladas, alta de 8,3% na mesma comparação, calculou o Instituto Aço Brasil. As importações cresceram 18,2% frente a 2023 e atingiram 5,9 milhões de toneladas no acumulado do ano, o que representa o maior volume já registrado na série histórica. As exportações caíram 18,1% na comparação com o mesmo período, para 9,6 milhões de toneladas, e o consumo aparente de produtos siderúrgicos fechou em 26,0 milhões de toneladas, aumento de 8,3%, reflexo da alta das importações.