RADAR DO DIA: Livro Bege nos EUA, PLOA no Congresso; Focus eleva IPCA e PIB

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A semana começa com o feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, que deve diminuir a pressão nesta segunda-feira (4). Na quarta-feira (6) será divulgado o Livro Bege, relatório do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre as condições econômicas das 12 principais regiões do país.

Na semana passada, os dados sobre o emprego mostraram um pequeno desaquecimento nos Estados Unidos, assim como o índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, que subiu 3,3% em julho em base anual, após uma alta de 3% em junho. Em base mensal, o índice cresceu 0,2% depois de registrar alta de 0,2% no mês anterior.

Na semana passada, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que ainda há preocupação com o crescimento e atividade econômica dos Estados Unidos, e não descartou novo aumento dos juros até o fim do ano. Mas analistas já apostam que, diante da queda na criação de novas vagas, o Fed pode manter a taxa no patamar atual até o fim do ano. A próxima reunião do Fed acontece no dia 20 de setembro. Em julho o Fed aumentou o juro em 0,25 ponto percentual, deixando as taxas entre 5,25% e 5,5%, a mais alta em 22 anos.

Por aqui, o mercado ainda repercute o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2023, que cresceu 0,9%, acima das expectativas do mercado. Em relação ao mesmo trimestre de 2022, o PIB brasileiro teve alta de 3,4%. E, no primeiro semestre de 2023, o ganho foi de 3,7%.

Na última sexta-feira (1), o governo enviou o Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) ao Congresso Nacional. O documento prevê inflação de 3,3% em 2024, além de uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,3% no mesmo período. Além disso, o salário mínimo no ano que vem será de R$ 1.421, com previsão do dólar a R$ 5 e a Selic encerrando 2024 abaixo de 10%.

Segundo o ministério da Fazenda, o projeto busca recompor a base fiscal e garantir a sustentabilidade social. A estratégia da política fiscal prevê a recomposição da base fiscal ao zerar o déficit em 2024. A expectativa de arrecadação extra com a sanção da Lei 14.596/2023, que promoveu a exclusão do ICMS da base de cálculo dos créditos do PIS/Cofins, não foi incluída nas projeções do Projeto da Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2024.

Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para este ano subiu de 4,90% para 4,92%. Para 2024, o índice saiu de 3,87% para 3,88%. Sobre a taxa Selic, a previsão para este ano continua em 11,75%. O boletim também manteve a taxa em 9% para o ano que vem. Para o Produto Interno Bruto, em 2023, a previsão passou de 2,31% para 2,56%. Para 2024, a previsão para o PIB recuou de 1,33% para 1,32%.

No setor corporativo, a Copel que sua sócia Petrobras informou que dará continuidade no processo de venda da sua participação na UEG Araucária. Com isso, o desinvestimento da Copel na UEGA seguirá de forma conjunta com a Petrobras. A companhia possui participação, direta e indireta, de 81,2% no Capital Social total e votante da empresa e possui acordo de venda conjunta com a Petrobras que detém 18,8% da participação restante, através de procedimento competitivo visando à venda de 100% das ações da UEGA.

A pós ter sido procurada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e sindicatos de trabalhadores, que apontaram riscos de novos apagões com o plano de desligamentos que vem executando, a Eletrobras anunciou que, “em atenção ao seu compromisso de garantir a continuidade de suas operações”, até dezembro não fará desligamentos de profissionais que operam usinas e subestações de transmissão, ou que trabalham nas áreas de manutenção ligadas aos seus negócios e em seu centro de serviços compartilhados. No entanto, a empresa argumenta que as demissões não tem relação com o apagão ocorrido no dia 15 de agosto.

A agência de classificação de risco Moodys reafirmou o rating em escala global da Eletrobras em Ba2 e rebaixou a avaliação de crédito individual do baseline credit assessment (BCA) da companhia de Ba2 para Ba3, principalmente devido à visão em relação à estrutura de capital prospectiva da companhia e seu fluxo de caixa futuro em um cenário de preços de energia mais baixos no Brasil. Ambas as classificações têm perspectiva estável.

A Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (Taesa) recebeu do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) a licença prévia para trechos e obras de ampliação referentes às instalações da concessão Pitiguari, empreendimento arrematado no leilão de transmissão de 2022, 100% controlada pela empresa e que apresenta uma RAP total de R$ 21,4 milhões para o ciclo 20232024.

A Eneva recebeu correspondências das acionistas Atmos Capital, Dynamo e Velt, na qualidade de gestoras de veículos de investimento titulares de ações da companhia e partes de acordo de acionistas, informando que celebraram, em 31 de agosto, o quarto aditivo ao acordo, com o objetivo de criar um bloco harmônico e independente de acionistas, sem a pretensão de exercício de controle acionário.

A Eletrobras informou que encerrou a oferta pública de 3,5 milhões de notas comerciais escriturais, em cinco séries, sendo 500 mil cada em três séries, e 1 milhão em outras duas séries, com valor nominal unitário de R$ 1 mil, perfazendo o montante total de R$ 3, 5 bilhões, de sua subsidiária Furnas. Os bancos contratados são Bradesco BBI, Safra, Citibank, Santander Brasil, Itaú BBA. Segundo o comunicado, as notas comerciais escriturais não são garantidas por garantias reais, mas contam com garantia fidejussória, na forma de fiança, outorgada pela Eletrobras.

A Vale confirmou que a 2a Vara Empresarial do Estado de Minas Gerais, aprovou o Plano de Recuperação Judicial (RJ) da Samarco, como parte do processo de RJ da mineradora em curso. De acordo com os termos do plano de reestruturação de dívida contido no plano, os US$ 4,8 bilhões de dívida financeira existente da Samarco detidos pelos credores serão trocados por aproximadamente US$ 3,7 bilhões de dívida de longo prazo sem garantia. Essa nova dívida de longo prazo não terá recurso para a Vale e para a BHP Brasil, os acionistas da Samarco que detêm, cada uma, 50% de participação na mineradora. A reestruturação da dívida da Samarco, incluindo pagamentos a empregados e fornecedores e a emissão da nova dívida sem garantia para seus credores financeiros, deverá ser concluída no segundo semestre.

O Banco do Brasil prevê trazer ao mercado mais de R$ 23 bilhões em financiamentos em parceria com bancos de desenvolvimento globais até o fim do primeiro semestre de 2024, com linhas relacionadas ao financiamento climático, energias renováveis e eficiência energética, além de recuperação ambiental. O valor considera operações vigentes e negociações em andamento.

A carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) deve subir 5,4% em setembro e em todos os subsistemas do Brasil, totalizando 74.924 megawatts (MW) médios, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) relativos à semana de 2 a 8 de setembro.