São Paulo – O evento mais esperado pelo mercado hoje é um pronunciamento do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, previsto para as 10h (de Brasília). A expectativa é de que ele fale sobre política monetária e, em particular, sobre a possibilidade de juros negativos nos Estados Unidos e da ação adoção de medidas alternativas de estímulo à economia que ainda podem ser adotadas pela instituição.
No Brasil, o mercado seguirá acompanhando o noticiário a respeito das investigações de que o presidente Jair Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal (PF) em benefício próprio. Ontem as autoridades analisaram um vídeo de uma reunião ocorrida em abril que, segundo o ex-ministro Sergio Moro, traria evidências das intenções de Bolsonaro.
Notícias publicadas na imprensa apontaram que Bolsonaro, durante a reunião, chegou a dizer que queria fazer trocas na PF para preservar a própria família. O presidente disse que o vídeo não mostra “nada de mais”.
“Não existe no vídeo eu falando superintendência da PF. O que está falando lá é preocupação com a minha segurança. Não tem nada de mais no vídeo”, disse ele a jornalistas, acrescentando ser favorável a que se remova o sigilo do vídeo apenas no trecho referenciado por Moro.
O ministro Celso de Mello, do STF, intimou ontem à noite Moro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia Geral da União (AGU) a se manifestarem em até 48 horas a respeito da possibilidade de remover o sigilo do vídeo.
Ainda em âmbito político, está prevista no Senado, a partir das 16h, votação a respeito de um projeto de lei que limita a 20% ao ano os juros cobrados no cheque especial – algo que pode trazer mais volatilidade aos papéis do setor financeiro.