RADAR DO DIA: Powell, juros e PIB nos EUA; Caged e o emprego no Brasil

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos abriram em alta e as bolsas europeias em instabilidade. A semana vai terminando com foco total no simpósio anual do Federal Reserve (Fed), em Jackson Hole (EUA), que começa hoje. O ponto alto do evento é a fala do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, na sexta-feira (26).

Como de costume, o pronunciamento de Powell é visto como uma previsão de qual será a
direção e a intensidade da nova taxa de juros que será anunciada pelo Comitê de Mercado Aberto, no dia 21 de setembro. A inflação acumulada nos EUA nos últimos 12 meses foi de 9,1%. O objetivo do Fed é fazer a inflação recuar a 2%.

A fala de Powell acontece em uma semana cheia de índices que mostrou a saúde da economia dos EUA, como, por exemplo, o índice de gerentes de compras (PMI) e os números de vendas de imóveis novos. Ambos recuaram e sugerem um esfriamento da atividade econômica na terra do Tio Sam.

Hoje sai a segunda estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) americano no segundo trimestre. A primeira teve queda de 0,9%. Amanhã, será divulgado o principal índice de inflação acompanhado pelo Fed, o PCE (Indice de Despesas de Consumo Pessoal), que avançou 1% em junho na comparação com maio.

Hoje foi divulgada a ata da última reunião do Banco Central Europeu (BCE), que destacou o aumento dos preços das commodities (gás, petróleo e eletricidade), um aumento modesto
nos salários e um aumento no índice de empregos. Hoje também foi divulgado o PIB do segundo trimestre da Alemanha, que avançou 1,8%.

A situação na região não é a mais animadora. Com o aumento constante do preço do gás, o custo de vida na região continua em elevação e a inflação não parece que vai arrefecer
logo. Os números dos países da União Europeia mostram diminuição da atividade econômica e uma recessão parece ser inevitável.

Por aqui, depois da confirmação da deflação de 0,73% da prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), referente à primeira metade de agosto, hoje saem os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), referente a julho.

Na última divulgação, o saldo foi positivo, com a criação de 277.944 novos postos de trabalho com carteira assinada. Nos últimos 12 meses esse saldo alcançou 2.627.422 postos de trabalho gerados. No acumulado de janeiro a junho de 2022, em comparação com o mesmo período de 2021, o número de empregos gerado cresceu 14,2%.

No setor corporativo, o Tribunal de Contas da União (TCU) analisou e aprovou o processo que trata da desestatização da empresa Veículo de Desestatização MG Investimentos, a VDMG, mediante a alienação das suas ações, atualmente de titularidade da União.

A captação líquida dos fundos de investimento ficou positiva em R$ 32,5 bilhões entre 15 e 19 de agosto. O valor se refere à diferença entre os aportes, que somaram R$ 215,2 bilhões, e os resgates de R$ 182,7 bilhões no período.

A demanda por combustíveis e biocombustíveis continuará crescendo e o país seguirá importador líquido no horizonte até 2035 e, para atender a demanda e garantir o abastecimento nacional neste período, serão necessários investimentos de cerca de R$ 118 bilhões em infraestrutura para movimentação dos produtos, entre expansões da infraestrutura existente, para eliminar gargalos importantes, e desenvolvimento de novos projetos, aponta estudo do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), em parceria com a Leggio Consultoria.

O conselho de administração da Braskem aprovou uma emissão de debêntures de R$ 750 milhões, para oferta pública com esforços restritos, com prazo de vencimento de sete anos.

O Santander começou a operar, nesta quarta-feira, a linha do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI PEAC), destinada a microempreendedores individuais (MEIs) e pequenas e médias empresas, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco projeta desembolsar R$ 1 bilhão em crédito por meio do programa do governo federal nesta nova edição.