RADAR DO DIA: Selic e IPCA no Brasil; Vetos presidenciais em Brasília; Juros nos EUA

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A semana será marcada pela decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central
(Copom), na quarta-feira (8), sobre a taxa Selic, e pela divulgação do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, na sexta-feira (10). Analistas acreditam que o ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual nos juros pode ser interrompido, e que há a possibilidade da Selic recuar apenas 0,25 ponto percentual.

O possível recuo no ritmo de cortes da Selic pode ser influenciado pelo cenário menos favorável nos Estados Unidos, e com a manutenção da meta fiscal de 2024 e 2025 no Brasil, anunciada pelo governo no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 (PLN 3/24), na mês passado. Até o ano passado, o governo dizia que a meta de 2025 seria de um superávit nas contas de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Agora, a ideia é equilibrar receitas e despesas, zerar o déficit nos dois anos. A mudança foi justificada pelos técnicos pela frustração na aprovação de algumas medidas para conter perdas de receitas.

Nos Estado Unidos, após o relatório de emprego payroll, referente a abril, ter mostrado um
desaquecimento, com a criação de 175 mil vagas, bem abaixo da previsão de 240 mil, o mercado já fala em uma possível queda dos juros no fim do terceiro trimestre. Após o Comitê Federal de Política Monetária (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) confirmar na semana passada a manutenção dos juros (5,25% a 5,50%), o presidente o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que a política atual é suficientemente restritiva para trazer a inflação para a meta de 2%, e que é improvável que a próxima movimentação da taxa de juros seja um aumento.

Em Brasília, senadores e deputados participam na quinta-feira (9) de sessão do Congresso Nacional para a análise de vetos presidenciais. Na pauta, estão 32 vetos e dois projetos de lei. Marcada para a semana passada, a sessão foi adiada pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, após consenso entre os líderes de bancadas. O governo ainda negocia quais vetos devem ser incluídos na cédula de votação e quais devem ser analisados de forma separada

Para o acordo em torno da votação no Congresso, o governo espera a aprovação, pelo Senado, do projeto de lei (PLP) 233/2023, que trata do seguro obrigatório para veículos terrestres (SPVAT) e estabelece uma mudança na Lei do Arcabouço Fiscal (Lei Complementar 200, de 2023). A proposta, que tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, também permite antecipar a liberação de uma margem de R$ 15 bilhões em crédito suplementar. Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto está na pauta da CCJ na reunião de terça-feira (7).

Na manhã de hoje foi divulgado o boletim Focus com as previsões de instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central do Brasil. Para o IPCA, a expectativa para 2024 passou de 3,73% para 3,72%. Para 2025, a previsão passou de 3,60% para 3,64%.

Sobre a taxa Selic, a previsão para este ano passou de 9,50% para 9,63%. Para 2025, a previsão ficou estável em 9%. Para o Produto Interno Bruto (PIB), a previsão para 2024 passou de 2,02% para 2,05%. Em 2025, a previsão para o PIB manteve a estabilidade, chegando a 2%. Para o dólar, a previsões para 2024 segue em R$ 5. Para o ano que vem, a previsão é a mesma da semana passada, ou seja R$ 5,05.

A temporada de balanço com os resultados do primeiro trimestre de 2024 ganha força nesta semana, com a divulgação de cerca de 40 empresas, entre elas, BB Seguridade, CCR, Itaú Unibanco, Vamos, Vivara, Carrefour Brasil, Embraer, Engie Brasil, Prio, RD Saúde (Raia Drogasil), Telefônica Brasil, TIM, Arezzo, 3R Petroleum, Ambev, Banco do Brasil, Braskem, Cogna, Copel, Dexco, Eletrobras, Energisa, Grupo Soma, Lojas Renner, Minerva, MRV, Oi, Pão de Açúcar, SLC Agrícola, Taesa, Totvs, Ultrapar, Vibra e Petroreconcavo.

No setor corporativo, a BB Seguridade divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2024, com lucro líquido de R$ 1,843 bilhão, alta de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Em comparação a último trimestre de 2023, o lucro líquido recuou 10,3%. Já o resultado financeiro do primeiro trimestre deste ano foi de R$ 220 milhões, queda de 34,7% na comparação anual. Em relação ao quarto trimestre de 2023, o resultado financeiro foi 51% menor.

A Enauta informou que sua produção total em abril foi de 599,8 mil barris de óleo equivalente (boepd), abaixo dos 745,3 mil (boepd) registrado em março. No primeiro trimestre, a produção total foi de 2,324 milhões de barris, acima dos 1.426 milhões de barris registrado no mesmo período de 2023.

A Eletrobras informou que a agência de classificação de risco Moodys afirmou o rating em escala global da Companhia em Ba2, mantendo a perspectiva estável.

A Cemig informou que a agência de classificação Moodys alterou de estável para positiva a perspectiva da companhia e de suas subsidiárias Cemig Distribuição e Cemig Geração e Transmissão. A agência afirmou os ratings Ba2 CFR e ba2 Baseline Credit Assessment (BCA) para a Cemig e rating de emissor de longo prazo Ba2 e ba2 BCAs para as subsidiárias.

A Vale informou que tomou conhecimento, em 3 de maio de 2024, de que a União Federal e o Governo do Estado do Espírito Santo teriam comunicado ao desembargador responsável pela condução do processo sigiloso de mediação do Acordo de Mariana (MG), instalada no âmbito do Tribunal Regional Federal da 6a Região (TRF6), sua rejeição aos termos da proposta de acordo apresentada por Samarco, Vale e BHP. Em comunicado, a Vale reiterou que as tratativas sobre o tema continuam e são conduzidas exclusivamente no âmbito da Mediação, em conformidade com a Lei 13.149/2015 (Marco Legal da Mediação), o Código de Processo Civil de 2015 e Resolução no. 125/2010 do Conselho
Nacional de Justiça.

O boletim do Programa Mensal de Operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) da semana de 4 a 10 de maio apresenta uma projeção de Energia Natural Afluente (ENA) muito elevada, ao final do mês, para a região Sul: 226% da Média de Longo Termo (MLT). O órgão, em coordenação com os agentes, tem acompanhado os impactos das chuvas no estado do Rio Grande do Sul, visando manter a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) segura e garantir o atendimento às demandas de carga na região.