RADAR DO DIA: Investidores olham Opep+, EUA e política

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São Paulo – A semana começa com otimismo no mercado global, refletindo os dados positivos de mercado de trabalho dos Estados Unidos, divulgado na última sexta-feira, além da boa notícia de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) estenderá o corte na produção de petróleo nesse mês.

Por aqui, o desagravo entre Legislativo e Judiciário aumentou após a Polícia Federal (PF) deflagrar a operação das fakes news, que teve como alvo bolsonaristas declarados, entre eles Roberto Jefferson, o empresário Luciano Hang e a deputada federal Carla Zambelli.

Após atos violentos entre manifestantes pró e contra Bolsonaro, no domingo passado, ontem, foi possível ver manifestações pacíficas a favor da democracia e contra o racismo, após o governo de Jair Bolsonaro tentar mudar a forma de divulgação dos dados relacionados ao coronavírus.

No quesito economia, os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) seguem com a previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano e preveem, agora, um recuo ainda maior da economia brasileira, passando de uma queda de 6,25% para 6,48%.

Lá fora, chamou atenção na sexta-feira (5) a economia dos Estados Unidos ter criado 2,5 milhões de vagas de trabalho em maio e a taxa de desemprego caiu para 13,3%, de 14,7% em abril, mesmo em meio à crise desencadeada pelo novo coronavírus.

Outra boa notícia vinda do exterior é que o corte histórico na produção mundial de petróleo em quase 10% em vigor desde o dia primeiro de maio para impedir a queda nos preços da commodity como resultado da crise do novo coronavírus será mantido até 31 de julho, de acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, grupo conhecido como Opep +, incluindo a Rússia – responsável por cerca de 60% da produção de petróleo do planeta.

Ainda na América, às atenções seguem voltadas para protestos nos Estados Unidos que já duram mais de uma semana contra a violência policial e o racismo, após a morte de George Floyd, um homem negro, que foi morto por enforcamento por um policial branco.

Para conter os protestos, as forças de segurança norte-americanas intensificaram os esforços com a adoção de toque de recolher em diversas cidades do país. O presidente Donald Trump chegou até a cogitar colocar o exército na rua para conter os atos.

Além disso, a crise entre Estados Unidos e China continua no radar dos investidores. O país asiático aprovou uma resolução que autoriza a elaboração de uma nova lei de segurança nacional para Hong Kong abrindo um precedente para uma colisão entre Pequim e Washington, uma vez que Trump já afirmou que estuda possíveis sansões em retaliação à atitude chinesa.

Em relação à pandemia causada pelo novo coronavírus, o número de mortes no mundo está em quase 400 mil pessoas, de acordo com a contagem da universidade norte-americana Johns Hopkins, enquanto o número de casos no mundo já ultrapassou 6,7 milhões de infectados. O Brasil possui 692,363 mil casos confirmados, enquanto 36,505 mil pessoas morreram por causa da doença.

Na agenda de indicadores para esta semana, o destaque fica por conta da divulgação da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o depoimento do secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, ao Comitê de Pequenas Empresas do Senado.

Internamente, os investidores devem acompanhar julgamentos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF) de ações que podem embutir risco ao presidente Jair Bolsonaro, além da divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Na sexta-feira, o Ibovespa encerrou em alta de 0,86%, aos 94.637,06 pontos, refletindo o otimismo global após dados de emprego nos Estados Unidos que veio acima do esperado.

Nesta manhã, os contratos futuros de ações dos Estados Unidos mantêm o otimismo visto na semana passada e operam em alta, de olho na decisão da Opep+ e ainda repercutindo os dados positivos do mercado de trabalho.

Na Europa, as principais bolsas operam mistas, após frustrantes da produção industrial alemã, que caiu 17,9% em abril na comparação mensal, para 76,8 pontos. A região também digere a decisão de manter o corte de produção de petróleo da Opep+.

Na Ásia, os principais índices do mercado de ações fecharam em alta, refletindo o otimismo com a economia global e os dados positivos sobre o emprego nos Estados Unidos.

EMPRESAS

A Vale informou que tomou todas as medidas necessárias para suspender as atividades do Complexo Itabira, localizado em Minas Gerais (MG), após uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, que restabeleceu o termo de interdição emitido pela Subsecretaria de Inspeção do Trabalho.

Entre 29 de maio e 4 de junho, o tráfego total de veículos nas rodovias da CCR registrou queda de 9,5%, sendo que os veículos de passeio tiveram queda de 31,1% e o comercial alta de 8,6%. Sem a ViaSul, o tráfego caiu 14,2% no período, sendo que os leves caíram 35% e o comercial subiu 3%.

O conselho de administração da Oi, em recuperação judicial, aprovou uma série de matriz de alçadas aplicável à companhia e suas controladas, tendo a diretoria competência para determinar certos planos e ações.

A Petrobras exportou 1,11 milhão de toneladas de óleo combustível no mês de maio, superando em 10% o recorde anterior atingido em fevereiro. Segundo a estatal, a quantidade exportada foi 231% superior ao vendido em maio do ano passado.

A Sulamérica assinou contrato com a Rede D’Or São Luiz para a aquisição da Paraná Clínicas por R$ 385 milhões.

A exportação de carne suína cresceu 52,2% em maio, em base anual de comparação, totalizando 102,4 milhões de toneladas, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). No mês passado, a receita com a exportação de suínos aumentou 58,4%, para US$ 227,9 milhões.