RADAR DO DIA: Tensão internacional contamina negócios

933

São Paulo – A tensão internacional desencadeada pelo ataque norte-americano na semana passada no Iraque, que matou o líder de uma ala da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, o general Qassem Soleimani, contamina os mercados ao redor do mundo.

Diante disso, o Ibovespa fechou em queda ontem pelo segundo pregão seguido, com perdas de 0,70%, aos 116.877,92 pontos, mostrando cautela em função da tensão entre Estados Unidos e Irã e com investidores aproveitando para embolsar lucros depois de altas recentes.

Após o ataque norte-americano que matou Soleimani, o Irã disse que fará uma severa vingança contra os Estados Unidos e afirmou que deixará o acordo nuclear. Após a ameaça iraniana, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que o país tem 52 alvos caso o Irã queira atacar os norte-americanos.

Internamente o destaque fica por conta da decisão do Irã de convocar o embaixador brasileiro no país para dar explicações, após o Itamaraty soltar uma nota praticamente concordando com o ataque norte-americano.

A crise gera preocupação interna já que o barril do petróleo tipo Brent, usado pela Petrobras para reajustar o preço dos combustíveis está muito próximo a US$ 70, podendo impactar o preço da gasolina.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que não existe interferência do governo no preço dos combustíveis. “Não sou intervencionista. Essa política está sendo muito bem conduzida”, afirmou após reunião com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco e o Diretor da Agência Nacional do Petróleo, Décio Oddone.

Além disso, o governo federal estuda medidas para compensar um eventual aumento nos preços dos combustíveis – algo que pode ocorrer nas próximas semanas em função da valorização do petróleo no mercado internacional.

As exportações de carne de porco (considerando os produtos in natura e processados) alcançaram volume recorde no ano de 2019, totalizando 750,3 mil toneladas embarcadas ao longo dos 12 meses, volume 16,2% superior ao registrado em 2018, quando foram embarcadas 646 mil toneladas. Os dados foram divulgados hoje pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

O preço médio de venda dos imóveis residenciais encerrou dezembro em queda de 0,02%, praticamente estável em relação a novembro, ante uma inflação de 0,98%, medida pelo Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de acordo com o Indice FipeZap. Em 2019, o índice também encerrou estável.

EMPRESAS

A Caixa Econômica Federal informou que a subsidiária Seguridade firmou um acordo para nova sociedade com a seguradora Tokio Marine nos ramos de seguros habitacional e residencial. Pelo acordo, a Caixa terá 75% de participação enquanto a Tokio 25% de fatia. A subsidiária da Caixa será titular de 49,99% das ações ordinárias e 100% das preferenciais da nova empresa. Já a Tokio será dona de 50,01% das ações ordinárias.

A Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR) afirmou que a Controladoria-Geral do Estado do Paraná (CGE/PR) determinou, em caráter cautelar, a suspensão temporária da subsidiária Rodonorte de participar de novas licitações e celebrar novos contratos com a administração pública do Estado. A empresa adotará as medidas judiciais uma vez que a resolução da CGE fere a legislação aplicável.

A demanda total por voos da Azul aumentou 27,2% em dezembro na comparação com o mesmo mês de 2018, para 2,957 milhões de passageiros por quilômetros transportados (RPK) – número de passageiros pagantes multiplicados pela distância de cada voo. Em 2019, a demanda total teve elevação de 23,9% e totalizou 29,941 milhões de passageiros, enquanto a oferta subiu 22,2% e somou 35,868 milhões de assentos oferecidos.

A Cosan anunciou que alterou a data do resgate antecipado facultativo total das debêntures da segunda emissão para o dia 16 de janeiro. Segundo a companhia, o valor a ser pago a título de resgate antecipado será de R$ 1,735 bilhão.

A Cyrela informou ao mercado que o Itaú Unibanco aumentou sua participação na companhia para um nível superior a 5% do total das ações ordinárias emitidas.

A companhia Dynamo International Gestão de Recursos, dona de 6,65% de participação na MRV, informou a companhia que o voto das ações sob a gestão da Dynamo será orientado no sentido de aprovar as matérias da ordem do dia, da Assembleia Geral Extraordinária a ser realizada em 31 de janeiro de 2020, a favor do investimento na AHS Residential.