RADAR DO DIA: Trump vence nos EUA; Fed e os juros; Copom decide nova Selic

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São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. O dia começa com a confirmação da vitória do republicano Donald Trump como novo presidente
dos Estados Unidos, superando a democrata Kamala Harris. Ele foi declarado presidente eleito por volta das 7h30 desta quarta-feira, quando alcançou a marca de 276 dos 538 votos do Colégio Eleitoral. Trump também estava à frente no voto popular, chegando a 68 milhões de votos, ante 62,9 milhões de Kamala.

Segundo a Ativa Investimentos, a vitória de Trump foi esmagadora, com o republicano vencendo na Geórgia, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin, além de estar com vantagem relevante em Michigan, Nevada e Arizona. Simultaneamente, os republicanos já garantiram a maioria no Senado e avançam na Câmara dos Deputados, sugerindo uma possibilidade concreta de uma “red wave”.

“Assim, mais do que a vitória de Trump, a manchete que deveria ocupar os jornais americanos nesta manhã é: os Democratas foram massacrados. As implicações são imediatas. A bolsa avança, enquanto se instala um receio fiscal mais robusto entre os norte-americanos, o que tem feito os juros dos títulos do Tesouro subirem e o dólar se fortalecer”, comentou a Ativa.

A corretora avalia que disparates fiscais não devam proliferar nos EUA, no que se refere ao
Congresso, a agenda de Trump para ampliação da renúncia fiscal ganha força. Adicionalmente, estratégias agressivas de negociações internacionais devem voltar a ser o modus operandi dos EUA, o que, ao fim do primeiro mandato de Trump, gerava elevação do risco global.

Além da vitória de Trump, os investidores também estão de olho na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), que baterá o martelo sobre os juros no país na quinta-feira (7). Em setembro, o Fomc cortou a taxa em 0,50 ponto percentual, levando os juros para a faixa entre 4,75% e 5%. Foi a primeira vez desde 2020 que a autoridade monetária reduziu as taxas.

A ferramenta CME FedWatch, que monitora a probabilidade de ajustes nas taxas de juros pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), aponta uma probabilidade de 98,17% de corte de juros em 0,25 ponto percentual (pp). O número é superior ao registrado anteriormente, quando ficou em 94,78%. Já a possibilidade de manutenção dos juros no atual patamar subiu de 4,92% para 5,22%.

Por aqui, o mercado fica de olho na definição da taxa Selic, que será divulgada às 18h30 de
hoje, com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Os investidores apostam em uma alta de 0,50 ponto percentual nos juros, passando de 10,75% para 11,25% ao ano. As incertezas giram em torno dos próximos passos a serem adotados pelo BC. Por isso, as atenções estarão todas voltadas para o tom do comunicado e eventuais pistas sobre os movimentos para a última reunião do ano.

O Itaú afirmou que, para as próximas reuniões, em um contexto de volatilidade elevada (em especial, com relação à trajetória esperada para o câmbio em meio à reprecificação dos juros e eleições nos Estados Unidos, e ruídos associados à política fiscal no âmbito doméstico), as autoridades devem manter em aberto o ritmo dos eventuais ajustes futuros e magnitude total do ciclo, enfatizando, no entanto, o firme compromisso do comitê no processo de convergência da inflação à meta.

Em Brasília, a Câmara dos Deputados aprovou proposta que regulamenta regras de transparência, execução e impedimentos técnicos de emendas parlamentares ao Orçamento. De autoria do deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), o Projeto de Lei Complementar (PLP) 175/24 foi aprovado na forma de substitutivo do relator, deputado Elmar Nascimento (União-BA). O projeto segue agora para o Senado.

A proposta foi apresentada na Câmara em resposta a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a execução de emendas parlamentares até que sejam definidas regras sobre controle social, transparência, impedimentos e rastreabilidade.

Por fim, a expectativa continua para a divulgação do pacote promovido pelo governo Lula para cortar gastos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo está na reta final da definição das medidas de corte de gastos. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a equipe econômica estaria avaliando a criação de um limite global para as despesas obrigatórias, que seguiria o mesmo índice de correção do arcabouço fiscal (expansão de até 2,5% acima da inflação ao ano), ou seja, caso os gastos obrigatórios (que incluem benefícios previdenciários, assistenciais, folha de salários e benefícios como seguro-desemprego) avancem acima desse patamar, gatilhos de contenção seriam acionados para ajudar a manter a trajetória de despesas sob controle.

No setor corporativo, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) divulgou na noite de ontem (5) o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com prejuízo líquido de R$ 311 milhão, reduzindo em 76% o prejuízo de R$ 1,295 bilhão registrado no mesmo período do ano passado (3T23). De janeiro a setembro, o prejuízo líquido foi de R$ 1,303 bilhão, redução de 33,8% em comparação ao mesmo período de 2023, que registrou prejuízo de R$ 1,968 bilhão.

A CSN informou que seu Conselho de Administração aprovou sua 16 emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, em até duas séries, no valor total de R$ 500 milhões, com valor nominal unitário de R$ 1 mil, na data de emissão. O conselho também aprovou o Contrato de Compra e Venda de Ações para a venda de 589.304.801 ações ordinárias de emissão da CSN Mineração para a Itochu Corporation. O preço por ação de R$ 7,50 será pago à vista pela Itochu Corporation à CSN na data de transferências das ações, perfazendo um valor total de R$ 4,419 bilhões.

A Vibra divulgou na noite de ontem (5) o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com lucro líquido de R$ 4,2 bilhões, alta de 234,7% em relação ao mesmo período do ano passado (3T23). De janeiro a setembro, o lucro líquido ajustado foi de R$ 5,857 bilhões, alta de 298,7% em comparação ao mesmo período de 2023. Segundo a companhia, o resultado foi influenciado pelo reconhecimento de recuperação tributária relacionada a LC 194/22, a qual a Vibra conseguiu uma decisão judicial favorável já transitada em julgado, que representou um efeito líquido de, aproximadamente, R$ 2,9 bilhões no trimestre.

A RD Saúde divulgou na noite de ontem (5) o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com lucro líquido ajustado de R$ 336,8 milhões, alta de 25,5% em relação ao mesmo período do ano passado (3T23). O Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 810,8 milhões, alta de 23,2% em relação ao 3T23

A Iguatemi divulgou na noite de ontem (5) o balanço do terceiro trimestre de 2024 (3T24), com lucro líquido ajustado de R$ 118,4 milhões, alta de 16,3% em relação ao mesmo período do ano passado (3T23). De janeiro a setembro, o lucro líquido ajustado foi de R$ 333,3 milhões, alta de 31,3% em comparação ao mesmo período de 2023. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 250,8 milhões, alta de 1,3% em relação ao 3T23. De janeiro a setembro, o Ebitda foi de R$ 709 milhões, alta de 8,1% em comparação ao mesmo período de 2023.

A Prio (Petro Rio) teve lucro de US$ 168,8 milhões no terceiro trimestre de 2024, uma queda de 52% sobre o resultado do mesmo período de 2023, segundo demonstrações financeiras enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No período, o principal fator que impactou o desempenho financeiro da companhia foi a redução da receita, reflexo da redução de 30% na produção e, consequentemente, 33% nas vendas quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. Além disso, o Brent médio do trimestre foi inferior em 8% ante o 3T23. Assim, a receita total da companhia foi de US$ 498 milhões no 3T24, 40% inferior à do 3T23.

O lucro líquido da Engie Brasil retraiu 24,1% no terceiro trimestre de 2024, em comparação com igual período do ano passado, para R$ 658 milhões. Em 2024, o lucro líquido somou R$ 3,213 bilhões, alta de 29,5% na comparação anual.

A Telefônica Brasil apresentou um lucro líquido contábil de R$ 1,667 bilhão no terceiro
trimestre de 2024, alta de 13,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, beneficiado pela sólida evolução do EBIT (+7,9% a/a), além da redução da despesa financeira líquida (-7,2% a/a).

O conselho de administração da Telefônica Brasil aprovou uma proposta, a ser apreciada e
deliberada pelos acionistas em assembleia geral extraordinária, de uma operação de redução de capital social da Companhia no valor de R$2,0 bilhões, sem o cancelamento de ações e mediante a restituição de recursos aos acionistas em moeda corrente nacional, a serem pagos em uma única parcela até o dia 31 de julho de 2025, em data a ser oportunamente determinada pela diretoria da companhia.

A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, concluiu o terceiro trimestre de 2024 com Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 3 bilhões, com margem Ebitda ajustada de 17,4%. Por sua vez, o lucro líquido ajustado da Companhia totalizou R$ 1,4 bilhão entre julho e setembro, enquanto a receita líquida somou R$ 17,4 bilhões e as vendas físicas de aço alcançaram 2,8 milhões de toneladas.

A Metalúrgica Gerdau registrou lucro líquido ajustado de R$ 1,436 bilhão no terceiro trimestre de 2024 (3T24), queda de 11% na comparação anual. A receita líquida subiu 1,8% em relação o mesmo período de 2023, para R$ 17,378 bilhões. O ebitda ajustado totalizou R$ 3,012 bilhões no período, queda de 10% na base anual. Entre julho e setembro, a companhia vendeu 2,829 bilhões de toneladas de aço, 2,7% acima do vendido no 3T23.

A Gerdau e a Metalúrgica Gerdau pagarão dividendos nos dias 16 e 17 de dezembro de 2024, respectivamente. Na Gerdau S.A., será pago o valor de R$ 0,30 por ação (equivalente a aproximadamente R$ 619,4 milhões) e na Metalúrgica Gerdau S.A. será pago o valor de R$ 0,13 por ação (um desembolso de em torno de R$ 131,9 milhões), em ambos os casos sobre a posição de ações detidas em 18 de novembro de 2024.

A Santos Brasil movimentou 139.566 contêineres em outubro, com aumento de 13,0% na comparação com o mesmo período de 2023. Do volume total, 104.734 contêineres estavam cheios e 34.832 vazios. Outros 16.851 contêineres ficaram armazenados nos terminais portuários. Em outubro, a carga geral movimentada foi de 4,195 mil toneladas, uma queda de 52,5%.

Nesta quarta-feira, após o fechamento, saem os balanços de Braskem, Copel, Eletrobras, Minerva, Petz, Santos Brasil, Taesa e Totvs.