São Paulo, SP – Os índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em queda. Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmar tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá e 10% sobre importações da China, alegando preocupações com imigração e tráfico de drogas, o governo chinês aumentou em 10% as tarifas sobre carvão e gás natural liquefeito (GNL) dos EUA, além de elevar em 15% as taxas sobre petróleo bruto, maquinário agrícola e alguns automóveis. Esses produtos representam cerca de US$ 20 bilhões anuais em importações, o que equivale a aproximadamente 12% das importações totais chinesas dos EUA um número muito inferior aos mais de US$ 450 bilhões em bens chineses afetados pelos EUA. O governo chinês pode decidir adiar ou cancelar as tarifas antes que entrem em vigor em 10 de fevereiro.
O governo chinês espera seguir o exemplo do México e do Canadá, que conseguiram reverter tarifas impostas pelos EUA após negociações, adiando a taxação por 30 dias. Xi Jinping deve conversar em breve com Trump na tentativa de alcançar um acordo. “No entanto, as tensões econômicas e políticas entre China e EUA são mais profundas do que as disputas entre os EUA e seus vizinhos, tornando a desescalada mais difícil. O risco é que as medidas chinesas sejam brandas demais para forçar uma reversão das tarifas americanas, mas suficientemente provocativas para levar a um agravamento da guerra comercial”, afirmou Julian Evans-Pritchard, economista chefe para a China da Capital Economics.
A União Europeia (UE) expressou preocupação com as tarifas e afirmou que responderia firmemente se fosse alvo de medidas semelhantes. A UE destacou que as tarifas prejudicam todos os lados, aumentando custos e inflação. Trump já havia criticado a relação comercial entre os EUA e a UE, chamando-a de injusta, e ameaçou impor tarifas adicionais. Analistas alertam que essas medidas podem desencadear uma guerra comercial global, com impactos econômicos significativos, incluindo recessão no Canadá e no México e aumento da inflação nos EUA.
Ainda nos Estados Unidos, hoje serão divulgados os números do relatório Jolts, que não inclui o setor rural, referente a dezembro. Em novembro, o relatório mostrou que os EUA registraram 8,098 milhões de postos de trabalho abertos no último dia útil de novembro, um aumento em relação aos 7,839 milhões registrados um mês antes (dado revisado). A semana ainda trará o números da pesquisa da ADP, com números do setor privado, nesta quarta-feira (5), e do relatório de emprego (payroll), na sexta-feira (7).
Por aqui, hoje pela manhã foi divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política
Monetária (Copom), detalhando a decisão que elevou os juros em 1 ponto percentual pela segunda vez consecutiva, em decisão unânime. Para os membros do Comitê, o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, o que suscita mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed.
Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo. “A inflação cheia e as medidas subjacentes mantiveram-se acima da meta para a inflação e novamente apresentaram elevação nas divulgações mais recentes. As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se de forma relevante e situam-se em 5,5% e 4,2%, respectivamente.
O documento ressaltou ainda que o Comitê seguirá acompanhando a atividade econômica e reforçou que o arrefecimento da demanda agregada é um elemento essencial do processo de reequilíbrio entre oferta e demanda da economia e convergência da inflação à meta. “O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”, destacou a ata.
Por fim, o Comitê afirmou que, diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, e, em se confirmando o cenário esperado, antevê um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião. Para além da próxima reunião, o Comitê reforçou que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
No setor corporativo, a Petrobras informou que a produção total no Brasil e no exterior de
petróleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural alcançou 2,628 milhões de barris de óleo equivalente por dia (Mboed) no quarto trimestre de 2024, queda de 10,5% na comparação anual. Em todo o ano passado, a produção total da Petrobras totalizou 2,698 milhões boed, queda de 10,5% ante 2023.
O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar) realizaram, na quinta-feira (30/01), o webinar sobre a Chamada Pública Procel Energia Zero em Prédios Públicos. que prevê R$100 milhões para projetos de Energia Zero no Setor Público do Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel).
O Ministério de Minas e Energia (MME) informa que as declarações de necessidade de compra de energia elétrica para o Leilão de Energia Nova A-5 de 2025 devem ser enviadas pelo sistema da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), até o dia 10 de fevereiro. O certame está previsto para ocorrer em julho deste ano.
O mercado de escritórios em São Paulo encerrou 2024 com o segundo maior volume anual de absorção bruta da história e uma absorção líquida 90% superior ao ano anterior. Já no quarto trimestre de 2024 (4T24), em particular, o volume de novas locações atingiu 259 mil metros quadrados (m2), um aumento de 13,4% em relação ao mesmo período de 2023, marcando o maior volume trimestral de absorção bruta dos últimos 5 anos. Os dados são da Pesquisa e Análise do Mercado de Locação de Escritórios, realizada pelo Secovi-SP em parceria com a CBRE.
A demanda global de passageiros em viagens domésticas e internacionais registrou crescimento de 10,4% em 2024, em relação a 2023. Os dados foram divulgados na quinta-feira (30) pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
