Receita do setor de serviços volta a crescer em junho

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São Paulo – A receita real de serviços, que se refere à evolução do volume da atividade no setor em termos reais, descontada a inflação (deflacionado), interrompeu quatro meses seguidos de queda e subiu 5,0% em junho em relação a maio, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos quatro meses anteriores, o setor havia acumulado perdas de 19,5%, em consequência das medidas de combate à covid-19.

Já em relação a junho de 2019, o volume de serviços recuou 12,1%, marcando a quarta taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto. Com isso, o setor de serviços acumula quedas de 8,3% no ano e de -3,3% nos últimos 12 meses até junho, no resultado negativo mais intenso para o período desde novembro de 2017 (-3,4%).

O IBGE destaca que, mesmo com o resultado positivo de junho, o volume de serviços ficou 14,5% abaixo do patamar registrado em fevereiro, último mês antes da implementação das medidas de isolamento social. Porém, o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, destaque que a recuperação no dado mensal já reflete a flexibilização dessas medidas.

O destaque fica para o segmento de restaurantes. “Com as medidas de isolamento, muitos restaurantes estavam fechados, ainda que alguns estivessem funcionando por delivery. Com a flexibilização, ou seja, com o aumento do fluxo de pessoas nas cidades, essa atividade voltou a funcionar e a receita do segmento, a crescer, impactando o volume do setor de serviços em junho”, explica o gerente do IBGE.

Na passagem de maio para junho, houve alta nas cinco atividades pesquisadas, com destaque para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (+6,9%) e serviços de informação e comunicação (+3,3%). Já na comparação com junho de 2019, houve queda em quatro das cinco atividades, com destaque para os serviços prestados às famílias (-57,5%). A exceção ficou com outros serviços (+4,4%), ainda em base anual.

Em relação às atividades turísticas, houve alta de 19,8% em junho relação a maio, na segunda taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 28,1% no período. Na comparação com junho de 2019, houve retração de 58,6%, na quarta taxa negativa seguida.