São Paulo – A Alemanha, a França e o Reino Unido decidiram acionar o mecanismo de resolução de disputas do acordo nucelar contra o Irã. A medida é o primeiro passo para restaurar as sanções impostas sobre o país antes da assinatura do acordo.
Segundo o trio, a decisão se deve ao anúncio dado no dia 5 de janeiro pelo Irã de que não cumpriria mais com as limitações do número de centrífugas nucleares no país, anunciando que “não possuía mais restrições operacionais” em questões de enriquecimento de urânio.
“Ficamos sem opção, dadas as ações do Irã, a não ser registrar hoje nossas preocupações de que o Irã não está cumprindo seus compromissos no âmbito do acordo nuclear e de encaminhar esse assunto à Comissão Conjunta sob o Mecanismo de Resolução de Disputas, conforme estabelecido no parágrafo 36 do acordo nuclear”, de acordo com comunicado conjunto.
Segundo os três países, no entanto, a medida é para que o Irã “volte ao pacto nuclear” estabelecido entre eles. “Fazemos isso de boa fé com o objetivo geral de preservar o acordo nuclear e na sincera esperança de encontrar um caminho a seguir para resolver o impasse por meio de um diálogo diplomático construtivo, preservando o acordo e permanecendo dentro de sua estrutura. Ao fazer isso, nossos três países não estão participando de uma campanha para implementar a pressão máxima contra o Irã. Nossa esperança é trazer o Irã
de volta ao pleno cumprimento de seus compromissos no âmbito do acordo nuclear”, afirma
o documento.
A medida tomada pelos três países europeus inicia um processo de avaliação junto ao Irã que pode levar a imposição de sanções comerciais sobre o país pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em 2015, os três países junto aos Estados Unidos, China e Rússia firmaram um acordo com os iranianos prometendo a facilitação comercial com o país desde que ele cumprisse regras limitadoras de atividade nuclear dentro de seu território.
Em 2018, os Estados Unidos se retiraram do tratado. Desde então, o Irã vem suspendendo aos poucos suas obrigações. Segundo o Reino Unido, França e Alemanha, no entanto, os iranianos nunca procuraram “acionar o dispositivo de resolução de conflito”, o que tornaria suas ações ilegais.