Relatórios sobre Manaus eram enviados diariamente a Saúde, diz Mayra

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Brasília –

A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, afirmou há pouco durante seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia no Senado Federal que o ministério da Saúde era informado diariamente, após duas reuniões diárias, sobre a crise pela falta de insumos para combate à pandemia na região do Amazonas.

A secretária afirmou que durante o período foi organizado um um comitê intersetorial em Manaus “que funcionava duas vezes por dia com reuniões e ao final do dia para juntar as ações e organizar o que deveríamos demandar”.

Mais tarde a depoente se contradisse ao responder indagação do senador Eduardo braga (MDB-AM) que não havia dito que o ministério da Saúde não conseguiu prever a falta de abastecimento de oxigênio no Amazonas.

“Não foi essa a informação que eu dei. O que eu disse é que nós não temos como prever a quantidade de metros cúbicos que nós vamos utilizar, até porque não é essa a nossa função. O Ministério da Saúde não faz o monitoramento”, disse, referindo-se ao monitoramento do estoque de oxigênio nos hospitais.

CONTRADIÇÕES

A principal cotnradição no depoimento de Mayra à Comissão tem a ver com a informação dada pelo ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, à CPI. Na ocasião, o ex-ministro disse ter tomado conhecimento do risco de falta de insumos no Amazonas em 10 de janeiro. Mayra afirmou esta terça-feira que o ministro foi informado sobre o problema dois dias antes, em 8 de janeiro.

“O ministro teve conhecimento do desabastecimento de oxigênio em Manaus, creio, no dia 8, e ele me perguntou: ‘Mayra, por que você não relatou nenhum problema de escassez de oxigênio? Porque não me foi informado’”, detalhou.

Ela informou ainda que o protocolo ministério da Saúde sobre uso de hidroxicloroquina no tratamento precoce da covid-19 acabou sendo uma coincidência com o início de Pazuello na gestão da Pasta. “Foi responsabilidade do ministério da Saúde para não prevaricar diante fatos graves que aconteceram na comunidade científica internacional sobretudo estudo da revista Lancet que depois foi retirado por revisores e considerado fraude”.