São Paulo, 8 de outubro de 2024 – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o retorno do horário de verão é “extremamente transversal” e voltará se for “imprescindível”. Ele disse que terá um reunião com o Operador Nacional do Sistema (ONS), que está avançando com o tema, e que “se for uma necessidade imprescindível, mesmo dividindo opiniões, o governo deve voltar a adotá-lo”. Segundo ele, o governo deve tomar uma decisão até a próxima semana, a depender da estiagem e do período chuvoso no país.
“Energia cara é energia que falta. E nós estivemos à beira de um colapso em 2021. Estamos analisando, com responsabilidade, a transversalidade e a necessidade do retorno do horário de verão, que é uma política pública global, adotada por vários países, quando necessário. Irresponsavelmente foi eliminada em 2029 por uma questão dogmática”, comentou o ministro, em entrevista a jornalistas, nesta terça-feira, após o lançamento do programa Combustível do Futuro.
O ministro reiterou que o governo avalia a necessidade e o custo de contratação de térmicas devido à intermitência das energias renováveis e aos impactos da seca que acomete o país e reduz chuvas e o armazenamento das hidrelétricas, ao mesmo tempo que considera a segurança do suprimento e a modicidade tarifária.
“Eu estou levando ao limite as discussões para ver se precisa mesmo ser esse ano ou se nós podemos esperar o período chuvoso e ver o volume de chuvas que nós vamos ter. Se forem altos e tivermos densidade, nós tivemos chuva em Brasília no meio do evento, ser literalmente abençoados com chuvas, e aí a gente até evita a necessidade da implementação do horário de verão”, completou.
“Estou em reuniões constantes. Agora mesmo, eu falava com três empresas aéreas, eu já deixei todo mundo se preparando para uma possibilidade.”
Segundo ele, os meses de novembro e dezembro são os que mais precisam do horário de verão, mas se os volumes de chuva previstos para essa semana forem suficientes para abastecer os principais reservatórios de hidrelétricas do País. Caso as chuvas sejam suficientes para recompor o sistema elétrico, Silveira avalia que o horário de verão não será decretado neste ano.
“Isso que estou fazendo é serenidade, equilíbrio, diálogo, para que a gente só faça na imprescindibilidade, se não for imprescindível, vamos esperar o período chuvoso”, disse o ministro.
Caso retorne, o horário de verão deverá ser anunciado na próxima semana e levará em torno de 15 dias para ser implementado, após o segundo turno das eleições municipais, previsto para 27 de outubro, segundo o ministro.
O horário de verão foi extinto em 2019, no primeiro ano da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, com o argumento de que o sistema não reduz o consumo de energia.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
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