Retração de vendas do varejo em julho pode ser revertida por benefícios sociais no 2S – XP

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São Paulo – A XP Investimentos divulgou relatório sobre os dados de performance de vendas do varejo em julho divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o que isso quer dizer para as ações do setor. Os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), mostram que o indicador apresentou leve contração de 0,8% em relação a junho, e caiu 5,2% em relação ao mesmo período do ano passado – o que, segundo time econômico da XP, pode ser resultado do aperto das condições monetárias e endividamento das famílias.

Os analistas esperam uma tendência mista do setor para frente. Pensando em um horizonte mais curto (2º semestre), as vendas do varejo podem se beneficiar pelas medidas de estímulo aprovadas recentemente, como a PEC dos Benefícios Sociais, abrindo espaço para mais de R$40bi em gastos sociais, que tendem a melhorar a renda disponível da população e impulsionar a venda de produtos de consumo imediato, como alimentos e bebidas, diz análise da XP.

A maior incerteza do cenário macro/político e a escalada da inflação, no entanto, contribuem para uma dinâmica mais negativa para produtos de tickets médios mais elevados e mais sensíveis à oferta de crédito, como bens duráveis.

Por isso, a XP informa que prefere empresas com forte posicionamento, sólido histórico de execução e com fundamentos específicos bem estruturados. Nesse sentido, dentro do segmento de varejo alimentar, enxergamos o atacarejo como uma combinação de uma proteção contra a inflação, resiliência e crescimento, sendo Assaí e Grupo Mateus nossas preferências, explicam os analistas.

Do lado discricionário, apesar de ser um segmento mais exposto à deterioração macro, nós gostamos de empresas focadas na alta renda, como o Grupo Soma e Arezzo, que oferecem uma maior resiliência e contam com um crescimento orgânico sólido. Os especialistas consideram, ainda, farmácias um setor resiliente para se ter e com alavancas positivas para frente, embora o e-commerce deve continuar a enfrentar maior volatilidade, especialmente frente ao aumento da competição e deterioração macroeconômica.

Isso porque notaram uma performance sólida da categoria de artigos farmacêuticos, que cresceu 4% em base anual – segundo os analistas, reflexo do perfil de demanda resiliente do setor. A performance fraca ficou por conta da categoria de vestuário e calçados, cujo volume de vendas caiu -16,2% em base anual, permanecendo 18% abaixo do nível pré-pandemia. O momento é desafiador nas vendas para as categorias de móveis e eletrodomésticos, apresentando queda de 15% na comparação anual pelo quarto mês seguido, diz a XP. A categoria de supermercados e hipermercados apresentou estabilidade na comparação mensal e anual.