São Paulo – A reunião do dia 22 de julho do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) terá “mudanças e variações interessantes”, as orientações futuras certamente serão revisitadas e agora não é o momento de falar sobre retirada de estímulos, disse a presidente da instituição, Christine Lagarde.
“Haverá algumas mudanças e variações interessantes, tanto em termos de substância, porque as orientações futuras precisam estar alinhadas com nossa nova estratégia e porque a maneira como nos comunicados, eu espero, será mais clara”, disse Lagarde, em entrevista à “Bloomberg” ontem à margem da reunião do G-20 (grupo que reúne economias mais industrializadas e países emergentes) em Viena.
Segundo ela, na próxima reunião os membros do BCE vão olhar para para as circunstâncias e para a calibragem de todas as ferramentas usadas para ter certeza de que estão alinhadas com a nova estratégia, que inclui a meta de inflação simétrica de 2%. “Dada a persistência que precisamos demostrar para entregar nosso compromisso, as orientações futuras certamente serão revisitadas”, disse.
“Continuaremos a ser determinados por manter condições de financiamento favoráveis em nossa economia porque queremos continuar a apoiar essa recuperação que está a caminho” após a crise provocada pela pandemia de covid-19, de acordo com Lagarde.
Ela afirmou que as ferramentas não convencionais usadas pelo BCE têm sido eficazes, incluindo as compras de ativos, as orientações futuras, operações de refinanciamento de longo prazo (LTROs, na sigla em inglês) e o uso de juros negativos. “Nos reservamos a opção de criar novas ferramentas”, disse. Ela acrescentou que não é o momento de falar em retirada de estímulos.
“Agora não é a hora certa de falar sobre estratégia de saída porque ainda estamos entregando com força sob estas circunstâncias excepcionais e usando ferramentas excepcionais como o programa de compra de emergência pandêmica (PEPP, na sigla em inglês), que eu espero que dure pelo menos até março e possivelmente transitoriamente em um novo formato depois de março como vemos no momento, mas devemos ser muito flexíveis e não criar antecipações de que a saída está nas poucas próximas semanas. Não está”, concluiu.