São Paulo – O Banco Central Europeu (BCE) divulgou nesta quinta-feira a ata de sua última reunião de política monetária, ocorrida nos dias 17 e 18 de junho, quando decidiu manter as taxas de juros inalteradas e adotar uma abordagem cautelosa em relação à política monetária, aguardando novos dados para uma reavaliação em setembro.
Durante a reunião, os membros do Conselho confirmaram que as informações recentes eram “amplamente consistentes com as projeções da equipe de junho”, e que a inflação geral estava projetada para “flutuar em torno dos níveis atuais pelo resto do ano”. Espera-se que a inflação caia em direção à meta de 2% no segundo semestre de 2025 e se estabilize em torno dessa meta em 2026. As expectativas de inflação de longo prazo continuaram “firmemente ancoradas em torno de 2%”, embora a distribuição das expectativas ainda estivesse “enviesada para cima”.
A persistência da inflação de serviços foi destacada, com a ata observando que “a inflação de serviços continuou a ser mais persistente do que o esperado”. Apesar de uma transmissão eficaz da política monetária, as condições de financiamento ainda eram “restritivas”, e a resposta aos aumentos anteriores das taxas de juros “permanecia forte”. A lentidão da demanda doméstica e o impacto das condições de financiamento apertadas foram reconhecidos como fatores influentes.
O Conselho decidiu manter uma postura cautelosa, considerando que a inflação estava “caindo apenas gradualmente”. “Uma abordagem cautelosa foi particularmente justificada, dadas as incertezas prevalecentes sobre a evolução dos salários, lucros, produtividade e inflação de serviços”, afirmaram os membros.
Foi destacado que “o BCE poderia se dar ao luxo de ser paciente e esperar por mais dados” para confirmar se a desinflação estava no caminho certo. Uma abordagem gradual na redução das taxas de juros permitiria ao BCE “não prejudicar indevidamente a economia”, enquanto se esforça para atingir a meta de inflação de 2%. A importância de “reduzir a inflação de forma sustentável para a meta em tempo hábil” foi reiterada.
A reunião de setembro foi identificada como um momento-chave para revisar a política monetária com base em novos dados, incluindo os de inflação de julho e agosto e informações sobre remuneração e produtividade. “Essa reunião deve ser abordada com uma mente aberta, o que também implica que a dependência de dados não é equivalente a estar excessivamente focado em pontos de dados específicos e únicos”, disse o BCE, acrescentando que “a política deve continuar a ser baseada nos elementos estabelecidos da função de reação”.
Por fim, o Conselho também decidiu manter “flexibilidade no reinvestimento parcial dos resgates devidos no portfólio do programa de compras emergenciais da pandemia”.