São Paulo – A Petrobras afirmou que o seu conselho de administração se reunirá amanhã para analisar as propostas de eleição do presidente da companhia e dos seu diretores executivos, com exceção do diretor executivo de governança e conformidade, que já foi eleito na reunião do colegiado em 24 de março.
Na última segunda-feira (12), os acionistas da estatal aprovaram, em assembleia geral extraordinária, o general Joaquim Silva e Luna para o conselho da administração, abrindo o caminho para que ele seja eleito o presidente pelo colegiado, depois de ter sido indicado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Os acionistas elegeram, ao todo, oito conselheiros, sete deles indicados pelo governo. No entanto, o único conselheiro eleito que havia sido indicado pelos acionistas minoritários, o advogado Marcelo Gasparino da Silva, confirmou à Agência CMA que irá renunciar assim que tomar posse, o que deve levar à derrubada de todos os membros também eleitos pelo sistema de voto múltiplo, de acordo com as regras da companhia.
Antes, Marcelo Gasparino da Silva já havia solicitado a suspensão da assembleia e já havia dito que iria renunciar caso fosse eleito, devido a problemas no novo sistema de votação. Na sua avaliação, o resultado da eleição pode ser contestado devido a distorções no processo de recebimento e compilação dos votos após a publicação do mapa sintético consolidado do voto à distância.
“Caso eleito pelo processo de voto múltiplo que já está instalado, tomarei posse e renunciarei para que uma nova assembleia seja convocada e que os votos depositados através do Boletim de Voto à Distância – BVD cheguem corretamente para a Petrobras”, disse, em nota.
O resultado da assembleia foi considerado negativo por analistas de mercado, que consideraram que os minoritários ficaram ainda menos representados no conselho da estatal, já que elegeram apenas um conselheiro e não, dois, como anteriormente.
A expectativa, porém, é que o governo possa manter a maioria dos assentos, com o mercado aguardando, agora, como será a transição e se haverá mudanças na política de preços de combustíveis e estratégia de investimentos da Petrobras com o novo presidente indicado por Bolsonaro.