Revisão em orientações não implica em juros baixos por mais tempo, diz ata do BCE

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São Paulo – Apesar de algumas objeções, a maioria dos membros do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) consideraram que a reformulação nas orientações futuras sobre as taxas de juros foi equilibrada, refletindo a nova meta de inflação, e não implica necessariamente em juros baixos por mais tempo, segundo a ata reunião dos dias 21 e 22 de julho.

“A reformulação da orientação futura foi melhor entendida como um conjunto de condições que ajudariam a orientar as ações do BCE na busca da meta de inflação, conforme definido na nova estratégia. Não implica necessariamente taxas de juros ‘mais baixas por mais tempo’ se, em última instância, conseguir ancorar as expectativas de inflação na meta, conforme pretendido”.

Na reunião de julho, o Banco Central Europeu (BCE) manteve suas principais taxas de juros e seus programas de compras de ativos inalterados, e anunciou revisões em suas orientações futuras, indicando que os juros não subirão até que o BCE veja a inflação alcançar 2% bem antes de seu horizonte de projeção e permaneça na meta de forma duradoura.

Segundo o documento, “as orientações futuras sobre as taxas de juros, se críveis, deveriam reduzir a extensão em que outros instrumentos precisariam ser utilizados”.

A nova formulação da orientação foi “amplamente considerada equilibrada”, diz a ata. “A linguagem de orientação futura deve dissipar claramente a noção de que 2% era um limite máximo para a inflação, dado que a nova estratégia permitia explicitamente uma ultrapassagem moderada e transitória”.

A decisão de revisar as orientações, porém, não foi unânime, com alguns membros defendendo que intensificá-las agora e retroceder mais tarde seria melhor para a credibilidade do que ter de ampliar posteriormente, enquanto outros afirmaram que exigir que a inflação atinja a meta em um ponto anterior no tempo equivaleria a uma ultrapassagem intencional da meta.

“Neste contexto, grande maioria dos membros indicou que poderia apoiar a proposta revisada de orientação futura”, diz a ata. “Ao mesmo tempo, alguns membros mantiveram suas reservas, uma vez que a formulação emendada não abordou suficientemente suas preocupações”, relacionadas à probabilidade e persistência implícitas de ultrapassagem da meta.

Por fim, os membros concordaram em continuar a realizar compras no âmbito do programa de compra de emergência de pandemia de US$ 1,850 trilhão de euros no terceiro trimestre a um ritmo significativamente maior do que durante os primeiros meses do ano.