Riscos políticos da Petrobras devem continuar a superar fundamentos, diz BTG Pactual

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São Paulo – O BTG Pactual manteve a recomendação neutra para a ação da Petrobras, citando uma projeção de redução de 2,3 pontos percentuais no dividend yield para 2022 e incapacidade em acessar adequadamente o plano de investimentos de longo prazo, com a expectativa de que os investidores não estarão dispostos a perpetuar potenciais elevações no preço da ação decorrentes desses aportes, pelo menos até que os ruídos políticos sobre a sua política de preços e estratégia de negócios se dissipe, o que não deve acontecer antes da próxima eleição.

“De uma perspectiva múltipla, reconhecemos que as ações da Petrobras parecem baratas, mas continuamos à margem por enquanto, pois acreditamos que os riscos políticos continuarão a superar os fundamentos”, disse o analista, em relatório.

Na próxima quinta-feira (25), a estatal deve anunciar um plano de investimentos de cerca de US$ 60-70 bilhões para os próximos cinco anos, que representa um aumento de 18% em relação ao plano anterior.

A projeção de redução do dividend yield considera que o aumento dos investimentos da empresa deve reduzir a distribuição de ganhos no futuro, considerando uma política de distribuição de 60% do fluxo de caixa livre operacional e projeção de que cada 10% de aumento no capex esperado da companhia para 2022 reduz o potencial de rendimento de dividendos em 1,3 pp, com base no último preço de fechamento.

“Presumindo um crescimento de capex de 20% ao longo dos próximos 5 anos, e com base em nossa suposição de curva de preço do petróleo atual, o novo plano de curto prazo da Petrobras poderia cortar dividendos em mais de US$ 8 bilhões, ou 2,7p.p. em redução de rendimento anual. Embora negativo, acreditamos que não mudar materialmente a percepção dos investidores em relação à história de “jogo de dividendos” donde o estoque está atualmente. Em nossa opinião, as ações agora estão sendo negociadas acima de 20% do dividend yield para 2022.”