São Paulo – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), defendeu a autonomia do Banco Central (BC) e disse que, na sua avaliação, vem sendo questionada devido ao atual patamar da taxa básica de juros (Selic), em 13,75%.
“A autonomia foi tema de amplo debate político, no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF). Sua aprovação se deu para evitar interferências políticas do governo central. Continuo acreditando que instituições de estado, com funcionários de carreira e escolhidos por critérios técnicos, permitem uma nação mais evoluída, mas avalio que a insatisfação atual é devido ao atual patamar da taxa Selic em 13,75%”, comentou Rodrigo Pacheco, em debate promovido pelo jornal “Folha de S. Paulo” sobre a autonomia do Banco Central, que está sendo realizado nesta segunda-feira.
O presidente do Senado disse que o país está prestes a votar um novo regime fiscal, “que é o melhor possível de ser feito”, e que o país tem frentes de crescimento, como “um novo pré-sal a ser explorado no norte do país” e que o “BC deve buscar caminhos para alcançar a redução da taxa básica de juros”. No seu entendimento. se o BC encontrar solução para reduzir a taxa de juros, sua autonomia deixará de ser questionada.
Pacheco comparou o BC à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao defender a autonomia da autoridade monetária.
O senador também destacou que o tema vem sendo tratado com muita polarização e que a autonomia não foi aprovada pensando no atual governo. Mas voltou a defender um maior alinhamento do BC “à política de bem-estar social do atual governo” para que a autonomia do órgão deixe de ser questionada.
Pacheco disse que a autonomia do BC foi importante em 2022, para controlar a inflação, mas que agora, o momento econômico é diferente, com outras condições que devem ser consideradas para avaliar a decisão sobre a taxa de juros.
Ao ser perguntado sobre os questionamentos do atual governo em relação ao marco do saneamento e a capitalização da Eletrobras, ele avalia que são direitos da União e que são discussões legítimas, mas que não haverá retrocessos sobre esses temas, nem sobre a autonomia do BC. “Através do diálogo vamos construir consensos.”