Rússia enfrenta ‘luta difícil’ para retomar área controlada pela Ucrânia, diz principal espião dos EUA

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O presidente russo, Vladimir Putin, planeja lançar uma contraofensiva para recuperar territórios na região de Kursk, que foram capturados por tropas ucranianas. Segundo David Cohen, vice-diretor da CIA, essa tentativa enfrentará uma “luta difícil”. A declaração foi feita durante uma conferência da indústria de segurança nacional, na qual Cohen mencionou que a invasão ucraniana sobre aproximadamente 777 quilômetros quadrados dessa província russa ainda está em andamento.

De acordo com a agência Reuters, as forças ucranianas romperam a fronteira ocidental da Rússia em 6 de agosto, em uma ofensiva surpresa que continua ativa. Embora Kiev tenha afirmado não ter intenção de anexar permanentemente os territórios capturados, os militares ucranianos estão construindo linhas de defesa, sugerindo que pretendem manter parte desse território por um tempo indeterminado. Cohen enfatizou que a expectativa é de que Putin tente recuperar essas áreas, mas que essa tarefa não será fácil.

Cohen destacou que Putin agora enfrenta um novo desafio: lidar com uma linha de frente dentro do próprio território russo e com as consequências desse fato na sociedade russa, que viu parte de seu território ser perdido. Apesar dos sucessos ucranianos em Kursk, Cohen afirmou que as vitórias não são necessariamente determinantes no sentido estratégico para a Rússia. Enquanto isso, as tropas russas continuam avançando lentamente na região leste de Donetsk, embora com alto custo em vidas e equipamentos.

O vice-diretor da CIA também observou que o sucesso ucraniano em Kursk tem o potencial de alterar um pouco a dinâmica do conflito no futuro. No entanto, ele não elaborou como essa mudança se manifestaria. Paralelamente, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a guerra com a Rússia terminará eventualmente com diálogo, mas que Kiev precisa estar em uma posição de força para negociar.

Enquanto isso, Putin insiste que qualquer acordo deve começar com a aceitação por parte da Ucrânia das “realidades no terreno”, o que incluiria a posse russa de partes significativas de quatro regiões ucranianas, além da Crimeia. A situação no campo de batalha permanece tensa, com ambos os lados buscando consolidar seus ganhos e avançar suas posições.