São Paulo – A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) disse que fará apresentações à Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) para recuperar o valor excluído pelo órgão na aprovação de sua revisão tarifária de 2022, que excluiu R$ 200 milhões de fator K (receita obtida da carga poluidora), que considerou acréscimos no segmento comercial.
“Esperamos que o valor volte a ser incluído na composição do preço, disse Benedito Braga, presidente da Sabesp, em conferência de resultados da companhia, realizada na manhã de hoje. “A Sabesp esperava um ajuste menor, de R$ 189 milhões”, acrescentou.
O reajuste tarifário de 2022, de 12,8019%, que passará a vigorar a partir de 10 de maio, foi aprovado em 17 de março. A companhia espera reduzir os impactos da elevação de custos com a melhor arrecadação que alcançará com o reajuste.
“Vamos esclarecer todos os critérios necessários para receber esse valor acumulado”, disse Osvaldo Garcia, sem dar mais detalhes em relação ao processo.
Em relação à aprovação da capacidade econômico-financeira da companhia para atingir metas estipuladas até 2033 para universalizar os serviços em sua área de concessão, aprovada ontem pela Arsesp, a companhia disse que a ressalva documental informada no documento refere-se a seis dos 370 contratos atendidos, que representam 3,5% de sua receita (Agudos, Hortolândia, Igarapava, Quintana, Laranjal Paulista e Santo André) que não formalizaram anuência ao termo aditivo para adequação/incorporação das metas contratuais aos respectivos contratos vigentes. “Estamos correndo para regularizar essa
questão com os municípios e no momento oportuno informaremos o mercado”, disse Braga.
Segundo a nota da Arsesp, os contratos desses municípios ainda necessitam da apresentação dos respectivos termos de anuência expressa dos titulares dos serviços; sendo que, desses seis contratos, até o momento, dois contratos não tiveram manifestação expressa dos respectivos municípios (Laranjal Paulista e Santo André) e quatro contratos tiveram aditivos não anuídos pelos seus titulares (Agudos, Hortolândia, Igarapava e Quintana). “Continuaremos a prestar serviços a esses municípios mas eles terão dificuldade de obter financiamento com o governo federal”, disse Braga.
2021
Em relação aos resultados de 2021, a companhia disse que investiu R$ 4,95 bilhões em 35 municípios operados pela companhia, incluindo as conexões para 500 mil habitantes do Projeto Tietê.
“O ano de 2021 foi bastante seco mas nossos maiores reservatórios – Cantareira e Alto Tietê – tiveram 70% da média de chuva. Mas conseguimos prover o abastecimento com regularidade e oferecer segurança hídrica, graças a obras realizadas”, comentou o presidente da companhia.
O volume faturado da companhia cresceu 1,2% em 2021.A receita de saneamento cresceu 7,6%, para R$ 16,3 bilhões, devido ao reajuste tarifário, entre outros fatores.
Os custos e despesas administrativas e comerciais, aumentaram 13,5%, para R$ 11,1 bilhões em 2021, em base anual.As despesas gerais aumentaram 21,3%, para R$ 1,2 bilhão. As perdas aumentaram 44,7% em 2021 devido ao aumento da inadimplência.