Sabesp espera melhora para este ano, apesar da inadimplência

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São Paulo, 17 de agosto de 2021 – Após ver um aumento da inadimplência no segundo trimestre de 2021, a Sabesp afirmou que prevê uma melhora ao longo do semestre conforme ocorra uma recuperação da economia depois da crise causada pela pandemia de coronavírus.

“Com a volta da economia, a gente espera sim que esse índice vá para números mais baixos e mais normais no segundo semestre, mas só vamos ter certeza depois. A pandemia aumentou o nível de inadimplência nesse trimestre, principalmente nas classes mais baixas, para as quais tínhamos dado isenção anteriormente”, disse o diretor financeiro e de relações com investidores da Sabesp, Osvaldo Garcia, em teleconferência com analistas.

LEILÕES E NOVOS NEGÓCIOS

Questionado sobre a possível participação da Sabesp no leilão de concessão do serviço de saneamento do Amapá, previsto para ocorrer no dia 2 de setembro, o presidente da Sabesp, Benedito Braga, disse que avaliam o certame, mas não quis dar mais detalhes.

“Estamos analisando, mas ainda não temos posição final sobre isso. Sempre avaliamos novas oportunidades”, disse Braga.

A companhia também está atenta a novos negócios que deem retorno financeiro e diz que está incorporando na sua estratégia a questão ESG (“environmental, social and governance” ou ambiental, social e governança, em português), com previsão de aumentar a produção de gás metano a partir de resíduos sólidos, por exemplo.

“Estamos trabalhando para mostrar que temos o ESG no nosso DNA, precisamos demonstrar isso mais claramente pros nossos investidores. Há oportunidades muito interessantes na questão do resíduo sólido, por exemplo, de transformar não só o lodo de estações de esgoto, já produzimos gás metano em Franca, mas encaminhar também para negócio novo que é a transformação do resíduo sólido em energia, em gás. Isso está dentro da nossa visão estratégica”, destacou o presidente da Sabesp.

REVISÃO DE CONTRATOS

A empresa ainda afirmou que a maioria dos seus contratos atende às exigência do novo marco legal do saneamento aprovado pelo governo federal recentemente, mas que deve revisar os contratos que precisam se adequar, o que pode resultar em elevação de tarifas ou extensão de prazos.

“Estamos analisando caso a caso em articulação com nosso cliente que é o município, vemos o que é possível fazer, ou você aumenta tarifa ou você estende o prazo, de acordo com aquilo que o seu cliente está disposto a fazer. Mas a maioria dos contratos já estão dentro da lei”, disse o executivo.