São Paulo – A safra nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas em 2021 deve chegar a um novo recorde na produção de grãos, somando 256,8 milhões de toneladas, o que representa alta de 1,9% em relação à safra de 2020 ou 4,708 milhões de toneladas a mais, conforme dados da segunda estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano que vem.
O aumento da produção de soja em 5,1% (6,2 milhões de toneladas) e em 3,3% da primeira safra de milho (870 mil toneladas) deve ser os principais responsáveis pelo prognóstico de 2021. Em contrapartida, o cultivo da segunda safra de milho deverá reduzir em 2,4% (1,7 milhão de toneladas), enquanto a de arroz deve cair 1,8%.
“No próximo ano, a gente está esperando uma produção recorde de soja, de 127 milhões de toneladas. Os preços estão muito bons e o produtor deve ampliar a área de plantio, em meio às boas expectativas com relação ao clima, apesar de algumas notícias de falta de chuvas no Sul [do país]”, comenta o analista de Agropecuária do IBGE, Carlos Barradas.
Em relação à estimativa de outubro, a produção deste ano chegou a 252,0 milhões de toneladas, 4,4% acima do registrado no ano passado (241,5 milhões de toneladas). Segundo o IBGE, a área colhida foi de 65,3 milhões de hectares, 3,3% maior que a safra de 2019 (mais 2,1 milhões de hectares).
O arroz, o milho e a soja continuam sendo os três principais produtos da safra nacional e, somados, representam 92,7% da estimativa da produção, respondendo por 87,1% da área colhida. Em relação a 2019, houve aumentos de 3,5% na área do milho – sendo +2,5% na primeira safra e 3,9% na segunda -, de +3,5% na da soja, enquanto a área de arroz teve redução de 1,1%.
Em relação à produção, foi estimada uma ligeira alta de 0,4% para o milho, sendo +2,3% na primeira safra, mas ligeira queda de 0,3% na segunda. Enquanto o volume da de soja é 7,1% maior que o apurado no ano passado e a de arroz, +7,8%. A soja teve safra recorde, com 121,6 milhões de toneladas, e o arroz produziu 11,1 milhões de toneladas. Já o milho, a estimativa de produção é de 101,0 milhões (26,6 milhões de toneladas na primeira safra e 74,4 milhões de toneladas na segunda).
Entre as unidades da federação, Mato Grosso lidera a produção nacional de grãos, com uma participação de 28,9% na safra do país, seguido pelo Paraná (16,0%), Rio Grande do Sul (10,5%) e Goiás (10,3%). Entre as regiões, o Centro-Oeste é líder com 47,5% de participação na produção nacional de grãos, seguido pelo Sul (29,0%), Sudeste (10,1%), Nordeste (9,0%), enquanto o Norte tem 4,4% de participação.
O levantamento do IBGE foi realizado em colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).