São Paulo, 26 de janeiro de 2021 – A renúncia de Wilson Ferreira Junior à presidência da Eletrobras surpreendeu, mas dificilmente afetará as chances de privatização da companhia, segundo a Eurasia. A consultoria aponta que os fatores que podem adiar este processo são a queda na popularidade do presidente Jair Bolsonaro e o agravamento da pandemia de covid-19.
“A vitória cada vez mais esperada de aliados do governo nas eleições para a presidência da Câmara e do Senado na semana que vem torna a venda da companhia provável”, disse a Eurasia em um relatório. “Mas há dois riscos principais a se monitorar nos próximos meses”, acrescentou.
Segundo a Eurasia, se a popularidade de Bolsonaro continuar caindo e se os casos de covid-19 aumentarem a ponto de colocar o sistema de saúde novamente perto de um colapso, a privatização da Eletrobras perderá seu lugar na lista de prioridades do Congresso.
A consultoria diz também que embora com a saída de Ferreira os partidos políticos aliados do governo possam enxergar um aumento nas chances de conseguirem cargos na Eletrobras, o próximo presidente da companhia dificilmente será alguém indicado por partidos, dada a expectativa de uma privatização em 2021.
“A negociação com o Congresso provavelmente será sobre a distribuição dos recursos decorrentes da venda da fatia do governo para os fundos regionais para conseguir uma maioria capaz de aprovar a transação”, acrescentou.
Gustavo Nicoletta / Agência CMA (g.nicoletta@cma.com.br)
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