O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou em comissão do Senado Federal que acompanha as ações de combate aos incêndios do Pantanal que não houve desmonte na estrutura do ministério. As críticas têm como base levantamento da imprensa especializada em meio ambiente aponta uma redução em 52,1% nas multas aplicadas pelo Ibama no primeiro semestre deste ano, momento em que aconteceram os incêndios na Amazônia.
Com base nisso, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) pediu que fossem prestadas informações sobre o montante de multas ambientais aplicadas pelo MMA entre 2015 e 2020. Durante a comissão, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) criticou a atual gestão e o ministro, em réplica, disse que o “desmonte” foi herdado de gestões anteriores.
“O desmonte foi feito antes de nós. Recebemos Ibama e ICMBio com 50% dos seus quadros de pessoal faltando, orçamentos deficitários, e problemas graves de infraestrutura. Em meio a esse caos que o governo herdou de gestões passados, não só de gestão mas econômico, estamos tentando arrumar a casa com os recursos que nós temos”, disse.
Levantamento feito pelo Observatório do Clima mostra que, de janeiro a novembro de 2019, o Ibama reduziu a aplicação de multas em 25% em comparação com o mesmo período de 2018. Em 2020, a redução no número de multas aplicadas, conforme dados apresentados pela senadora, é ainda maior.
Salles afirmou ainda que é importante “ouvir diversas vozes” da ciência para definir a melhor forma de combate aos incêndios. “Em muitos casos o que há é uma seleção do que de alguns que se dizem porta-vozes da ciência quando a ciência tem muita gente com opiniões com estudos com visões distintas. Alguns desses estudos muito bem feitos estão na Embrapa, Embrapa Pantanal e que demonstram justamente essa esses pressupostos respeitando o homem pantaneiro assim como se deve respeitar e valorizar a população da Amazônia”, disse.
“O que não pode haver é um suposto grupo de cientistas ou de academia que na verdade é uma visão unilateral, unidimensional. Só uma opinião, em geral uma opinião que é pela proibição de tudo a qualquer momento; isso não é preservação, isso é exagero. Então nós temos que ter aqui muito equilíbrio, ouvir quem conhece a realidade na prática, muitos desses estudos e opiniões que vem de fora desconhecem completamente a realidade”, acrescentou Salles.