Santander Brasil lucra R$ 1,69 bi no quarto trimestre, queda anual de 56%; em 2022, caiu 21%, para R$ 12,9 bi

978

São Paulo – O Santander Brasil reportou lucro líquido gerencial de R$ 1,689 bilhão no quarto trimestre de 2022 (4T22), cifra 46% menor do que o reportado no terceiro trimestre de 2022 e uma queda de 56% na comparação com o mesmo período de 2021, quando reportou lucro de R$ 3,88 bilhões, informou a instituição financeira nesta manhã de quinta-feira.

O lucro líquido gerencial foi de R$ 12,9 bilhões em 2022 com queda de 21,1% se comparado com o mesmo período do ano anterior.

“Em 2022, nossa base de clientes vinculados cresceu 5%, totalizando 8,7 milhões de clientes, enquanto a base total alcançou 60,1 milhões, com aumento de 12% no ano. Isso permitiu o incremento na geração de negócios e maior recorrência na utilização dos nossos serviços, com a receita dos clientes vinculados, aqueles que possuem 6 ou mais produtos, aumentando 41% no ano”, comentou o banco, no relatório de resultados divulgado nesta manhã de quinta-feira.

A companhia atribuiu a rentabilidade (ROAE) de 16,3% e a queda de 21,1% com relação a 2021 no seu lucro líquido gerencial, para R$ 12,9 bilhões, à “estratégia de antecipação de ciclos de crédito implementada ainda no 4T21, com maior seletividade do crédito que resulta em uma pressão nas receitas combinada à deterioração do custo de crédito, além do impacto do evento subsequente no segmento do Atacado.”

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) foi de 8,35% no 4T22, uma queda de 7,3 pontos percentuais (pp) em relação ao terceiro trimestre de 2022 e de 11,65 pp ante o 4T21. Em 2022, o índice ficou em 16,3%,4,9 pontos percentuais abaixo em relação a 2021.

A carteira de crédito atingiu R$ 489,687 bilhões no dia 31 de dezembro de 2022, representando crescimento de 5,8% se comparado com o mesmo período do ano anterior, com destaque para o varejo. No ano, todos os segmentos apresentaram crescimento, sendo 8,4% em pessoa física, 7,5% em pequenas e médias empresas, 2,9% em grandes empresas e 1,8% em financiamento ao consumo.

A carteira de crédito ampliada, que inclui outras operações com risco de crédito e avais e fianças, encerrou o ano em R$ 572,663 bilhões, com aumento anual de 6,7% (7,3% desconsiderando o efeito de variação cambial) e crescimento de 1,2% no trimestre (ou 1,5% desconsiderando o efeito da variação cambial).

Na comparação trimestral, a carteira de crédito cresceu 1,1% (ou 1,4% desconsiderando o efeito da variação cambial), com destaque para o crescimento da carteira de pessoa física de 2,7%

O banco disse que as originações a partir de janeiro de 2022 vem apresentando um perfil mais adequado e já representam 48% de participação da carteira total.

A carteira de pessoas físicas, por sua vez, cresceu 8% (principalmente por Consignado, Imobiliário e Crédito Pessoal) e Pequenas e Médias Empresas subiu 7,2%. No trimestre, a carteira cresceu 1,1% com destaque para Pessoas Físicas, influenciada principalmente por movimentos sazonais de final de ano com destaque para as linhas de Cartão de Crédito e crédito consignado por efeito principalmente do aumento da margem de consignado.

A margem financeira bruta alcançou R$ 12,517 bilhões no quarto trimestre de 2022, com queda de 0,6% em relação ao 3T22 refletindo principalmente o menor resultado com clientes no período que apresentou queda de 2,6%. No 4T21, a margem financeira bruta foi de R$ 14,150 bilhões.

No ano, a margem financeira bruta totalizou R$ 51,827 bilhões em 2022 com queda de 6,8% se comparado com o mesmo período do ano anterior.

A margem de operações com o mercado, por sua vez, totalizou valor negativo de R$ 1,265 bilhão no 4T22, queda de 18,1% na comparação trimestral.

O resultado de créditos de liquidação duvidosa atingiu R$ 23,930 bilhões com crescimento de 72,0% em relação ao ano anterior e de 18,6% no trimestre, devido ao aumento da inadimplência no segmento pessoa física e provisionamento decorrente de um evento subsequente no segmento do Atacado. No 4T22, o resultado atingiu R$ 7,364 bilhões com crescimento de 17,7% sobre o 3T22 e de 99,4% ante o 4T21 (R$ 3,693 bi).

Ao mencionar provisões, o banco não citou diretamente o caso Americanas, mas destacou um evento subsequente no crédito de atacado que afetou essa linha do resultado, sem mencionar o valor provisionado. Segundo lista de credores, o Santander Brasil tem R$ 3,6 bilhões a receber da varejista.

As despesas de provisão cresceram 55,9% no acumulado do ano, para R$ 26,941 bilhões e no 4T22, chegaram a R$ 8 bilhões, ante R$ 4,5 bilhões um ano antes e R$ 7 bilhões no 3T22, impactadas por um evento subsequente.

O índice de inadimplência superior a 90 dias passou de 3% no terceiro para 3,1% no quarto trimestre, com crescimento de 0,39 p.p. em doze meses e 0,06 p.p. no trimestre. Os indicadores seguem controlados e em linha com o ciclo normal dos negócios, disse o banco. Na pessoa física, ficou estável em 4,3% ante o 3T22 e na pessoa jurídica, subiu 0,1 pp, para 1,4%.

O índice de inadimplência de 15 a 90 dias alcançou 4,5% em dezembro de 2022, com aumento de 1,01 p.p. no ano e 0,22 p.p. no trimestre.

A inadimplência total registrada em 2022 subiu 0,4 ponto percentual frente o fechamento de 2021, com alta de 0,7 ponto para a pessoa física. As dívidas vencidas por mais de 90 diasdas empresas subiram 0,1 ponto percentual frente o final do ano anterior.

As receitas totais de prestação de serviços tiveram queda de 0,2% em 2022, no entanto, apresenta crescimento de 2,2% se normalizarmos a saída da GetNet no ano passado.

No quarto trimestre de 2022, a receita atingiu R$ 5,075 bilhões, representando aumento de 7,2%. Segundo o banco, o resultado foi influenciado por Seguros (efeitos sazonais de renovação apólice de seguro de vida e mudança de registro de competência de corretagem de Seguros), Cartões e Receita de Administração de Fundos, Consórcios e Bens.

As despesas gerais atingiram R$ 6,049 bilhões no 4T22, alta de 6,3% no trimestre.

BANCO CHAMA CALOTE DA AMERICANAS DE “EVENTO SUBSQUENTE”

São Paulo, 2 de fevereiro de 2023 – O Santander Brasil disse que a operação do Brasil é a maior do grupo no mundo e que não fornecerá informações sobre casos particulares, em resposta aos analistas sobre o impacto do rombo contábil da Americanas.

O banco chamou o calote da Americanas de evento subsequente. Segundo lista de credores da varejista, o Santander Brasil tem R$ 3,6 bilhões a receber.

Ao mencionar provisões, o banco não citou diretamente o caso Americanas, mas destacou um evento subsequente no crédito de atacado que afetou essa linha do resultado, sem mencionar o valor provisionado.

“Sempre olhamos para essas carteiras como um filme, não como um quadro estático. à medida que vamos evoluindo vamos acompanhar o quanto de provisão vamos ter”, disse Mario Roberto Opice Leão, presidente do Santander Brasil, na apresentação pública de resultados a investidores, realizada nesta manhã de quinta-feira.

O banco disse que o produto que foi alvo do imbróglio com a varejista, o “risco sacado” ou “confirming”, é operado com vários clientes, por meio de uma plataforma digital e que continua comprometido com o produto, buscando expansão.

“Nossa exposição ao varejo representa 3% da nossa carteira de crédito, temos uma exposição ao risco altamente diversificada”, disse Leão.

Além dos esforços de digitalização, o banco tem vendas cruzadas em crédito consignado para o segmento de atacado e disse estar otimista com os resultados dessa estratégia para 2023.

No balanço do 4T22, o banco cita o “evento subsequente” ao explicar, por exemplo, o resultado de créditos de liquidação duvidosa, que atingiu R$ 23,930 bilhões com crescimento de 72,0% em relação ao ano anterior e de 18,6% no trimestre, devido ao aumento da inadimplência no segmento pessoa física e provisionamento decorrente de um “evento subsequente” no segmento do Atacado. No 4T22, o resultado atingiu R$ 7,364 bilhões com crescimento de 17,7% sobre o 3T22 e de 99,4% ante o 4T21 (R$ 3,693 bi).

A companhia também atribuiu a rentabilidade (ROAE) de 16,3% e a queda de 21,1% com relação a 2021 no seu lucro líquido gerencial, para R$ 12,9 bilhões, à “estratégia de antecipação de ciclos de crédito implementada ainda no 4T21, com maior seletividade do crédito que resulta em uma pressão nas receitas combinada à deterioração do custo de crédito, além do impacto do evento subsequente no segmento do Atacado.”