Sauditas e russos reafirmam compromisso com oferta da Opep+

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São Paulo – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados seguem comprometidos com o acordo que limita a oferta de petróleo no mercado internacional e tomará qualquer decisão sobre a produção baseada em dados, disse o presidente do comitê ministerial conjunto de monitorando do grupo (JMMC, na sigla em inglês), o saudita Abdul Aziz Bin Salman.

“Faremos o necessário para manter o mercado equilibrado. Não deve haver dúvidas sobre nosso compromisso com a estabilidade do mercado de petróleo”, afirmou ele durante uma reunião on-line do JMMC.

Em 12 de abril, a Opep e dez produtores independentes liderados pela Rússia anunciaram um novo corte de oferta para estabilizar mercado após o colapso dos preços devido ao excesso de oferta e ao impacto do novo coronavírus.

O primeiro corte da oferta, da ordem de 9,7 milhões de barris por dia (bpd), aconteceu entre maio e junho. A partir daí, a cada seis meses previa-se um aumento gradual de 2,0 milhões de bpd para a normalização da produção.

Está em vigor agora um corte de 7,7 milhões de bpd e, a partir de 1 de janeiro de 2021, deve entrar em vigor um corte menor, de 5,8 milhões de bpd.

No entanto, várias partes do mundo começam a enfrentar uma segunda onda de casos de covid-19 e a reintrodução de medidas restritivas mais duras para conter o contágio. Diante desse cenário, a Arábia Saudita já deu sinais de que deseja que os cortes em vigor sejam mantidos até que o mercado se estabilize, enquanto a Rússia já manifestou interesse em cumprir o pacto e elevar a produção de 2,0 milhões de bpd em janeiro.

Durante a reunião de hoje, Bin Salman também pediu que os países que não estavam cumprindo suas metas anteriormente, que compensem essa lacuna.

“Pedimos que os países que, na primeira etapa, falharam em cumprir suas cotas de redução de oferta, que o façam agora, compensando os períodos em que ficaram abaixo do combinado”, afirmou.

Em setembro, a adesão dos membros da Opep ao acordo de cortes de produção subiu em três pontos percentuais, para 104% com o maior comprometimento dos Emirados Árabes Unidos, segundo relatório do cartel.

O documento mostrou que, segundo fontes secundárias, a produção total de petróleo da Opep foi, em média de 24,11 milhões de barris por dia (bpd) em setembro, uma queda de 50 milhões de bpd na comparação com o mês anterior.

A conformidade dos Emirados Árabes Unidos ficou em 110% no mês passado contra 68% em agosto, enquanto o Iraque cumpriu 113% após 118% em agosto, segundo a Opep.

A POSIÇÃO RUSSA

Mesmo com a segunda onda de covid-19 tomando conta da Europa, a Rússia segue confiante na recuperação do mercado global de petróleo, sinalizando que apoiará um aumento gradual da oferta a partir de janeiro de 2021.

“O mercado de petróleo está mais volátil e a incerteza sobre o equilíbrio entre oferta e demanda impede uma recuperação mais vigorosa. Mas apesar desse cenário, há uma recuperação em curso”, disse o ministro da Energia russo, Alexander Novak.