Secovi prevê menos lançamentos e vendas de imóveis na capital paulista em 2025 com perspectiva de juros altos

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Foto divulgação: USP Imagens

São Paulo, 5 de fevereiro de 2025 – O Secovi-SP, entidade que representa as empresas do mercado imobiliário em São Paulo, considera fundamental que, neste ano e em 2026, o governo federal tenha um maior compromisso com a redução dos gastos públicos e com a política fiscal, possibilitando a redução da taxa de juros. A expectativa foi apresentada nesta quarta-feira, em coletiva de imprensa para divulgar o balanço de 2024 e as perspectivas para 2025 em relação ao Mercado Imobiliário do Estado de São Paulo, incluindo a cidade de São Paulo, Região Metropolitana, interior e litoral paulista. Os dados foram apresentados pelo presidente do Secovi-SP, Ely Wertheim, e pelo economista-chefe da entidade, Celso Petrucci.

A entidade prevê estabilidade ou crescimento de até 5% nos lançamentos e vendas do Minha Casa, Minha Vida para 2025 e um intervalo entre retração de 5% até aumento de 5% para outros segmentos de renda mais elevada, que considera conservadora diante da perspectiva de juros elevados. O desempenho representa uma piora significativa em relação a 2024, conforme dados do balanço apresentado pela entidade (veja abaixo).

Ainda assim, a entidade considera que as taxas de juros do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), no financiamento imobiliário das pessoas físicas, estão entre 11% e 12% ao ano, ainda estão vantajosas em relação ao CDI.

“É o melhor financiamento para aquisição de patrimônio. Além disso, dados da FGV mostram que há uma grande valorização dos imóveis”, comentou Ely Wertheim.

De acordo com a entidade, o estoque de imóveis novos se mantém abaixo da demanda de mercado. O número de lançamentos em janeiro está superior ao do mesmo mês de 2024.

“O mercado de locação vai se fortalecer, mas não será por falta de crédito, mas em razão da demanda alta”, comentou o presidente do Secovi.

Balanço de 2024

Em dezembro de 2024, 8.431 unidades foram comercializadas na cidade de São Paulo, alta anual de 20,8% e mensal de 9,9%, apurou a pesquisa mensal do Mercado Imobiliário (PMI), realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP junto às incorporadoras associadas. Em 12 meses, 103,3 mil unidades foram vendidas (janeiro de 2024 a dezembro de 2024), 36% acima das 76,1 mil unidades vendidas em 2023. O segmento MCMV representou 56% deste total (57,5 mil unidades), ante 47% (35,9 mil unidades) em 2023, aumentos de de 60% e 14%, respetivamente..

O Valor Global de Vendas (VGV) na cidade de São Paulo, atualizado pelo INCC-DI de dezembro de 2024, foi de R$ 4,3 bilhões no último mês do ano passado, queda anual de 1,3% e recuo de 23,8% ante novembro de 2024. Em 12 meses, o VGV alcançou R$ 54 bilhões, alta de 15% ante dezembro de 2023. O MCMV representou 28% (R$ 15,1 bi) e outros segmentos 72% (R$ 38,9 bi), crescimentos de 63% e 4%, respetivamente.

Em dezembro de 2024, o indicador VSO (Vendas Sobre Oferta), que apura a porcentagem de vendas em relação ao total de unidades ofertadas, atingiu 12,2%, alta de 25,8% ante dezembro de 2023 e queda mensal de 14,1%. No acumulado de 12 meses até dezembro, o VSO atingiu 61,2%, alta anual de 15,8% e recuo mensal de 2,4%.

Em dezembro de 2024, o número de lançamentos na capital paulista cresceu 28,4% ante um ano antes e 4,4% em relação a novembro, para 13.466 unidades residenciais, de acordo com levantamento do Secovi-SP. De janeiro a dezembro de 2024, foram lançadas 104,4 mil unidades na cidade de SP, alta de 43% em relação ao mesmo período de 2023. Deste total, 65,9 mil unidades (63%) foram no MCMV e 38,6 mil unidades (37%) em outros segmentos.

Em dezembro de 2024, haviam 60,6 mil unidades disponíveis para venda na cidade de São Paulo, dos quais 51% eram imóveis na planta, 48% em construção e 1% prontos (estoque), lançados nos últimos 36 meses (janeiro de 2022 a dezembro de 2024).