Selic deve ser mantida em 13,75% ao ano; decisão sai no final do dia

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São Paulo, 20 de junho de 2023 –

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide hoje, em Brasília, na quarta reunião do ano, o rumo da taxa básica de juros, a Selic. O órgão deve manter o aperto monetário com a Selic em 13,75% ao ano, mesmo com as pressões do governo federal para redução da taxa. A aposta do mercado é de que os cortes iniciem no próximo encontro, previsto para agosto.

 

Em entrevista à Agência CMA, Lucas Serra, analista da Toro Investimentos, apostou na manutenção da Selic. Para ele, apesar da melhora no cenário da economia recente, o Banco Central ainda deverá ser cauteloso nesta reunião, com base ainda nos riscos em torno da inflação futura. Veja a entrevista completa no link abaixo:

 

 

Apesar de achar que já haveria espaço para uma queda, mesmo sem nenhuma indicação anterior disto, o economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal prevê que a taxa Selic será mantida mais uma vez em 13,75% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “Os motivos para vermos espaço para uma redução agora vão desde os dados de atividade que mostram uma demanda muito fraca, como fica comprovado pela contribuição negativa da absorção interna para o PIB do 1º trimestre, até os números da inflação corrente e das expectativas de inflação em clara tendência de desaceleração”, complementa o economista.

 

Os analistas da XP apostam que o Copom deve manter a taxa Selic (taxa básica de juros) em 13,75%. “Acreditamos que a comunicação será ajustada para incorporar a melhoria recente nas perspectivas de inflação. Ao mesmo tempo, como as projeções de inflação continuarão acima da meta, o comitê tende a manter a guarda alta, sem se comprometer com a próxima decisão”, pontuam. “Nosso cenário base considera um corte de 0,25pp em agosto, seguido de cortes de 0,50pp até a taxa Selic atingir 11,00% no 1º trimestre de 2024.”

 

A Suno Research espera que o Comitê mantenha a taxa de juros em 13,75% a.a. e permanece com projeções para a Selic de 12,50% a.a. para o fim de 2023 e, para o fim do ano que vem, de 10,25% a.a. “Em relação aos cortes na taxa de juros, não alteramos as nossas perspectivas e enxergamos o início do ciclo de cortes em agosto deste ano de apenas 25 bps (0,25 p.p), levando o juro a 13,50% a.a”, avalia o economista-chefe da empresa, Gustavo Sung.

 

Segundo o Itaú, o Copom deve manter a taxa Selic estável em 13,75% a.a. na reunião de junho, ajustando a comunicação, mas sem sinalizar ainda que um corte de juros é iminente. “Acreditamos que a eventual flexibilização da política monetária deveria ocorrer de forma gradual. Por um lado, a queda da inflação corrente tem sido importante. Mesmo que concentrada em itens voláteis e bens industriais, a desinflação tende a ser repassada para itens mais indexados, pela inércia menor. Esses fatores devem permitir o início de um ciclo de cortes em setembro”, conclui.

 

Segundo Pedro Oliveira, tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, o corte na taxa Selic deverá ser anunciado pelo colegiado para a reunião seguinte, em agosto: “O maior motivo para o Banco Central manter a Selic em 13,75% até o momento é a preocupação com as expectativas de inflação no longo prazo, os núcleos de inflação elevados e a incerteza fiscal. Desde a última reunião do Copom, em 3 de maio, todas essas variáveis mudaram para melhor, principalmente a incerteza fiscal, após a aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados.”

 

As instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central (BC) na pesquisa Focus reduziram de 12,50% para 12,25% a previsão para a taxa básica de juros (Selic) ao final de 2023. Atualmente, ela está em 13,75%, o que significa que o mercado espera um corte de 1,50 ponto porcentual (pp) até o final do ano. Para 2024, a estimativa para a taxa Selic caiu de 10,00% para 9,50%.

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