São Paulo – A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) admitiu que poderá haver atraso na produção da vacina contra a covid-19 causado pela falta do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA). Em nota divulgada ontem, a Fundação explicou que ainda aguarda a confirmação do insumo-base para a fabricação das vacinas.
“Embora ainda dentro do prazo contratual em janeiro, a não confirmação até a presente data de envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) poderá ter impacto sobre o cronograma de produção inicialmente previsto de liberação dos primeiros lotes entre 8 e 12 de fevereiro”, informou a Fiocruz, segundo a Agência Brasil.
Ainda de acordo com a nota da Fiocruz publicada pela Agência Brasil, o cronograma de produção será detalhado assim que a data de chegada do insumo estiver confirmada. “Ainda que sejam necessários ajustes no início do cronograma de produção inicialmente pactuado, a Fiocruz segue com o compromisso de entregar 50 milhões de doses até abril deste ano, 100,4 milhões até julho e mais 110 milhões ao longo do segundo semestre, totalizando 210,4 milhões de vacinas em 2021”.
A Fiocruz produz a vacina em conjunto com a AstraZeneca. O Brasil já deveria ter recebido 2 milhões de doses desta vacina, importadas da India, e que tiveram seu uso emergencial aprovado no domingo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas os indianos barraram a transação.
Além disso, ontem o governo da India divulgou um comunicado listando os países que receberão doses da vacina no curto prazo, e o Brasil não estava na lista. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores disse que “o governo brasileiro permanece em estreito contato – com sentido de prioridade e urgência – com as autoridades indianas, com vistas à pronta concretização da importação” das vacinas e que o tema está sendo conduzido “por meio dos canais diplomáticos apropriados, em diferentes níveis”.