Sem surpresas, Selic deve ser cortada em 0,50 ponto na primeira reunião do ano

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São Paulo, 30 de janeiro de 2024 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) inicia hoje o primeiro encontro do ano para definir o futuro da taxa básica de juros básica da economia brasileira, a Selic, para os próximos 45 dias. A decisão será anunciado no final da quarta, a partir das 18h30.

 

O órgão deve reduzir a Selic, atualmente em 11,75% ao ano. A aposta quase consensual dos analistas é de um corte de 0,50 ponto percentual. As atenções do mercado estarão voltadas para o comunicado do Copom e suas sinalizações. Os membros do Comitê deverão ratificar também que um novo corte da mesma magnitude deverá no próximo encontro.

 

A BTG Pactual aposta em novo corte de 50bps. Segundo os analistas, a reunião de dezembro foi mais notável pela ausência de novas evoluções do que por suas atualizações de cenário. O comitê manteve a postura afirmando que os membros do Copom “antecipam unanimemente novas reduções da mesma magnitude nas próximas reuniões”.

 

“Desde então, não vimos nenhum dado ou comunicação do comitê (bastante escasso nas últimas semanas) sugerindo uma mudança em seu plano de voo. Por fim, esperamos que o Copom mantenha sua mensagem e ainda não dê margem para uma mudança de ritmo.”

 

A XP disse que não há motivos para mudança no atual plano de voo do Comitê de Política Monetária (Copom), e que o fluxo de notícias desde a última reunião do Comitê se mostrou balanceado para as perspectivas de inflação: “Por um lado, recuo nos preços das commodities, relativa estabilidade da taxa de câmbio e medidas de núcleo da inflação corrente com tendência benigna. Por outro lado, aumento das tensões geopolíticas e aceleração dos salários reais no mercado de trabalho doméstico”, avaliou. Neste contexto, a empresa projetou que a Selic (taxa básica de juros) chegue a 9% no 3º trimestre de 2024.

 

“Segundo os nossos cálculos, o Banco Central (BC) diminuirá ligeiramente a projeção para o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 (de 3,5% para 3,4%), devido à menor expectativa para a inflação de bens administrados. Já a projeção para o IPCA de 2025 deve continuar em 3,2%”, prosseguiu.

 

O Indice Equus de Precificação da Selic (IEPS) apontou 97,4% de chance de a Selic (taxa básica de juros) sofrer um corte de 0,5 ponto percentual (p.p.). Na semana anterior, a possibilidade era de 96,8%.

 

O sócio da Equus Capital Felipe Uchida diz que “nesta semana, observamos uma estabilização no número de contratos em aberto no mercado de opções de Copom, passando de 30.226 para 30.248. Além disso, há um aumento na probabilidade de um corte na taxa Selic, de 96,8% para 97,4%, indicando uma consolidação da confiança do mercado na redução de 0,5% na próxima reunião do Copom em torno de 97%. Com a iminente reunião do Fed e em paralelo ao primeiro encontro do Copom de 2024, a antecipação dos investidores se intensifica”.

 

Segundo a Warren Rena, a  decisão do Copom de manter a taxa Selic em 11,25% é coerente com a necessidade de conter a inflação, que ainda está acima da meta. No entanto, a manutenção do ritmo de cortes de 0,50 p.p. pode ser vista como uma sinalização de cautela por parte do Comitê, que reconhece os riscos associados à desancoragem das expectativas de inflação e à incerteza em torno da política fiscal, segundo relatório assinado por Sergio Goldstein, estrategista-chefe de inflação da Warren Rena.

 

Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, está projetando a retomada da desinflação de serviços subjacentes, mas os números recentes ligam um sinal de alerta. Assim, o cenário alternativo é de uma Selic terminal em torno de 10,25%, mais em função dos riscos fiscais.

 

Observamos indicadores econômicos significativos, como o IPCA-15 de janeiro no Brasil e o PCE de dezembro nos EUA, ambos abaixo do esperado em 0,31% e 0,2% respectivamente. O PIB americano também apresentou um crescimento robusto de mais de 3% no quarto trimestre de 2023, superando as expectativas do mercado.

 

“Os mercados reagiram positivamente a essas notícias, resultando em um movimento de compra de ativos de risco, beneficiando tanto o Brasil quanto as bolsas americanas”, diz  Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

 

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