São Paulo — O Senado norte-americano confirmou ontem à noite a nomeação da ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Janet Yellen como nova secretária do Tesouro, tornando ela a primeira mulher a ocupar o cargo na história do país.
A votação contou com 84 votos a favor e 15 votos contra a indicação feita pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A economista de 74 anos e atua na formulação de políticas econômicas há 25 anos agora desempenhará um papel fundamental no avanço da agenda econômica do presidente, começando com seu ambicioso pacote de auxílio econômico de US$ 1,9 trilhão que já enfrenta a resistência dos legisladores do Partido Republicano.
O líder republicano do Senado, Mitch McConnell, disse que a rápida confirmação de Yellen reflete sua visão de que os presidentes devem ser capazes de montar uma equipe de “pessoas qualificadas e convencionais”.
“Certamente não é porque as visões de política econômica de Yellen ou do presidente Biden têm apoio unânime no Senado”, disse McConnell no plenário do Senado antes da votação. “Espero que não faltem discussões políticas animadas com ela nos próximos meses – especialmente se alguns democratas continuarem tentando usar esta emergência histórica como pretexto para promover mudanças permanentes de extrema esquerda nas políticas.”
O Comitê de Finanças do Senado votou por unanimidade na semana passada para aprovar a nomeação de Yellen. Na ocasião, senadores republicanos disseram que discordavam dela em questões políticas, incluindo aumentos de impostos e propostas para aumentar o salário mínimo, mas afirmaram que ela era qualificada para liderar o Tesouro.
Em sua audiência de confirmação na semana passada, Yellen pediu aos legisladores que deixassem de lado as preocupações com o aumento dos déficits orçamentários e “agissem de forma grandiosa” para evitar uma desaceleração econômica prolongada.
“Os economistas nem sempre concordam, mas acho que há um consenso agora: sem outras ações, arriscamos uma recessão mais longa e dolorosa agora – e cicatrizes de longo prazo na economia mais tarde”, disse ela na terça-feira passada.
Yellen também disse que o governo Biden não tentaria aumentar os impostos sobre os ricos ou corporações até que a economia se recuperasse ainda mais da pandemia.
A suplente de Yellen, Wally Adeyemo, está aguardando uma audiência de confirmação perante o Comitê de Finanças do Senado.