Serviços recuam 0,9% em novembro ante outubro; previsão era de -0,25%

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Créditos: Valeria Boltneva/Pexels

São Paulo – A receita real de serviços, que se refere à evolução do volume da atividade no setor em termos reais, descontada a inflação (deflacionado), recuou 0,9% em novembro ante outubro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro, de -0,25%, conforme o Termômetro Safras.

Já em relação a novembro de 2023, o volume de serviços avançou 2,9%. O resultado também ficou aquém das expectativas do mercado financeiro, de +3,65%, conforme o Termômetro Safras.

O acumulado do ano chegou a 3,2% frente a igual período do ano anterior, enquanto o acumulado nos últimos doze meses alcançou 2,9%, sua taxa mais alta desde novembro de 2023 (3,5%).

O recuo do volume de serviços (-0,9%), de outubro para novembro de 2024, foi acompanhado por apenas duas das cinco atividades de divulgação: transportes (-2,7%) e profissionais, administrativos e complementares (-2,6%), com ambas devolvendo parte dos ganhos acumulados nos dois meses anteriores: de 5,3% e 3,5%, respectivamente. Em contrapartida, houve altas em informação e comunicação (1,0%); outros serviços (1,8%) e em serviços prestados às famílias (1,7%), com o primeiro setor recuperando o revés de outubro (-0,9%); o segundo praticamente recobrando a perda registrada nos dois meses anteriores (-1,9%); e o último emplacando um crescimento acumulado de 6,7% entre maio e novembro de 2024.

Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral do volume de serviços foi de 0,5% no trimestre encerrado em novembro de 2024 frente ao nível do mês anterior. Quatro dos cinco setores investigados mostraram expansão: transportes (0,8%); serviços prestados às famílias (0,6%); informação e comunicação (0,3%); e profissionais, administrativos e complementares (0,3%); ao passo que os outros serviços (0,0%) registraram estabilidade.

Frente a novembro de 2023 o volume do setor de serviços cresceu 2,9% em novembro de 2024, oitavo resultado positivo seguido. O avanço deste mês foi acompanhado por quatro das cinco atividades de divulgação e por 56,0% dos 166 tipos de serviços investigados.

O principal impacto positivo veio do setor de informação e comunicação (6,6%), impulsionado pelo aumento da receita em telecomunicações; desenvolvimento e licenciamento de softwares; consultoria em tecnologia da informação; e portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na Internet.

Os demais avanços vieram dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,7%) dos serviços prestados às famílias (5,0%); e dos profissionais, administrativos e complementares (0,4%), explicados pela maior receita de transporte aéreo; metroferroviário; logística de cargas rodoviário coletivo de passageiros sob o regime de fretamento; e armazenamento, no primeiro ramo de restaurantes; hotéis; e espetáculos teatrais e musicais, no segundo; e agenciamento de espaços de publicidade; intermediação de negócios em geral por meio de aplicativos ou de plataformas de e-commerce; atividades de limpeza; vigilância e segurança privada; e atividades técnicas relacionadas à arquitetura e à engenharia, no último.

A única influência negativa veio de outros serviços (-1,0%), com a menor receita vinda de serviços financeiros auxiliares; atividades de apoio à agricultura; e coleta de resíduos não perigosos de origem doméstica, urbana e industrial.

No acumulado do ano, frente a igual período do ano anterior, o setor de serviços cresceu 3,2%, com taxas positivas em quatro das cinco atividades de divulgação e em 61,4% dos 166 tipos de serviços investigados. As contribuições positivas mais importantes vieram de informação e comunicação (6,4%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (6,7%), impulsionados pelos segmentos de telecomunicações; portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na Internet; e desenvolvimento e licenciamento de softwares, no primeiro setor e agenciamento de espaços de publicidade; atividades jurídicas; e intermediação de negócios por aplicativos ou plataformas de e-commerce, no último.

Os demais avanços vieram dos serviços prestados às famílias (4,7%); e dos outros serviços (1,9%), explicados, principalmente, pelo aumento na receita de restaurantes; serviços de bufê espetáculos teatrais e musicais; e hotéis, na primeira atividade; e de corretoras de títulos e de valores mobiliários; coleta de resíduos não perigosos de origem doméstica, urbana ou industrial administração de cartões de crédito; atividades imobiliárias; e seguros, previdência complementar e planos de saúde, na segunda. Em contrapartida, os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-1,0%) exerceram a única influência negativa, pressionados, especialmente, pela menor receita vinda de rodoviário de cargas; gestão de portos e terminais; e atividades de correio.

A maior parte (18) das 27 unidades da federação assinalou retração no volume de serviços em novembro de 2024, frente a outubro, na série com ajuste sazonal, acompanhando o recuo observado no resultado do Brasil (-0,9%). Os impactos negativos mais importantes vieram de São Paulo (-0,9%) e do Paraná (-2,9%), seguidos por Pernambuco (-3,7%), Rio Grande do Sul (-1,5%), Mato Grosso (-2,5%) e Bahia (-1,5%). Em contrapartida, Minas Gerais (0,9%) e Alagoas (4,2%) exerceram as principais contribuições positivas do mês.

Frente a novembro de 2023, a expansão do volume de serviços no Brasil (2,9%) foi acompanhada por 22 das 27 unidades da federação. A contribuição positiva mais importante ficou com São Paulo (4,0%), seguido por Rio de Janeiro (2,8%), Santa Catarina (7,6%) e Distrito Federal (7,3%). Em sentido oposto, Rio Grande do Sul (-6,6%) liderou as perdas do mês, seguido por Mato Grosso (-11,9%) e Mato Grosso do Sul (-7,3%).

No acumulado do ano, frente a igual período do ano anterior, o avanço do volume de serviços no Brasil (3,2%) foi acompanhado por 21 das 27 unidades da federação. O principal impacto positivo veio de São Paulo (4,8%), seguido por Rio de Janeiro (3,8%), Santa Catarina (6,6%), Paraná (3,9%) e Minas Gerais (1,9%). Já as principais influências negativas vieram de Rio Grande do Sul (-7,2%) e Mato Grosso (-9,2%).